Pretoria (Canalmoz) - O dia das vítimas da repressão stalinista foi assinalado no passado sábado em Moscovo. Na Praça Lubianka, onde se encontra a Pedra de Solovetski, trazida da ilha homónima onde os comunistas criaram o primeiro campo dito de reeducação em 1921, e a sede do antigo KGB (polícia política soviética), hoje FSB, soam os nomes das vítimas das repressões do regime leninista-stalinista.
Às dez horas da manhã, Vladimir Lukin, Comissário para os Direitos do Homem da Rússia, subiu a uma pequena tribuna e começou a ler o nome das vítimas das repressões, a sua idade, emprego e data do fuzilamento. “Em 12 horas, 400 pessoas devem pronunciar os nomes de 35.000 fuzilados”, informou Lukin. No entanto, sublinharam os organizadores do evento, o número de vítimas da repressão stalinista em Moscovo foi “muito maior”.
Arsenii Roguinski, presidente da «Memorial», organização não-governamental responsável pela celebração da data, defendeu que o regime soviético deve ser julgado e condenado. “Os crimes devem ser chamados crimes. O regime deve ser julgado e revelados os seus principais crimes. É preciso uma avaliação jurídica desses crimes e levá-la até às pessoas através dos manuais escolares”, precisou.
Nenhum dos dirigentes russos participou na cerimónia, o que não constituiu uma surpresa para os organizadores. “Eles não ousam condenar clara e abertamente os crimes stalinistas”, disse um dirigente da «Memorial»,.
Dias antes da data ter sido assinalada, Vladimir Putin, primeiro-ministro russo e antigo agente do KGB, participou no lançamento da versão abreviada do livro “Arquipélago de Gulag”, da autoria de Alexandre Soljenitzin, no qual o autor que denuncia os crimes do regime comunista. “Devemos estudar e propagandear a obra do seu marido”, declarou Putin, dirigindo-se à viúva do escritor, Natalia Soljenitzin, acrescentando: “Sem o conhecimento do que aqui está descrito, não teremos uma ideia plena do nosso país e não poderemos pensar no futuro”. Natalia Soljenitzin salientou que “sem o conhecimento dos acontecimentos descritos neste livro, nós não passaremos não só o exame da modernização, mas também da sobrevivência.”
O livro, Arquipélago de Gulag, proibido na URSS até à Perestroika, faz hoje parte do programa escolar. Em 1974, o autor foi expulso do país e privado da cidadania soviética depois do livro ter sido publicado no Ocidente. (Redacção / http://darussia.blogspot.com)
Fonte: CanalMoz (2010-11-01)
Reflectindo: os gulags moçambicanos serão condenados daqui há cem anos?!?!?
2 comentários:
E quando é que recordamos os nossos???
Zicomo
Sim, a pergunta é essa. Quando é que vamos recordar os nossos gulags?
Os nossos andam esquecidos e por vezes pretende-se subelevar os responsáveis por eles.
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