O Gabinete Central do Combate à Corrupção (GCCC) revelou hoje que já solicitou, do Brasil, documentos que relatam a investigação sobre pagamentos ilegais feitos pela Embraer a dirigentes das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), sublinhando que a investigação 'está numa fase avançada'.
É preciso mencionar que estão aqui, em causa, factos que ocorreram em quatro Estados. Neste momento estamos numa fase bastante avançada e de forma positiva os países tem respondido as nossas solicitações, disse o Porta-voz do GCCC, Eduardo Sumana.
Falando hoje, em Maputo, durante uma conferência de imprensa para anunciar as actividades do GCCC referentes a 2016, Sumana disse que, actualmente, decorrem investigações a todos os funcionários da LAM entre 2008 e 2009.
Estão a ser investigados todos funcionários desta época, bem como terceiros que têm vínculo com a mesma e que, entre 2008 e 2009, procederam a aquisição de aeronaves da empresa Brasileira Embraer, havendo suspeitas de os mesmos terem recebido suborno de 800 mil dólares, como forma de viabilizar o negócio com aquela empresa, disse a fonte.
Segundo o Porta-voz, no mesmo processo, há indício de gestão danosa de fundos provenientes da venda de aeronaves efectuados pela LAM, assim como de pagamentos efectuados pela mesma empresa no âmbito do aumento da sua frota.
Este escândalo foi despoletado pelo departamento de Justiça dos EUA, ao divulgar um caso envolvendo a Embraer, a fabricante brasileira de aviões, que tera pago subornos na ordem de 800 mil dólares ao antigo PCA das Linhas Aéreas de Moçambique, José Viegas, e a Mateus Zimba, o antigo Director da Petrolífera Sasol em Moçambique, que actuou como consultor no negócio de venda de duas aeronaves (Embraer) à LAM.
Segundo o departamento de Justiça dos Estados Unidos da América, eles teriam pedido 1 milhão de dólares, mas só receberam 800 mil dólares de comissão da empresa Embraer para adjudicarem a compra de duas aeronaves.