Daviz Simango expurga vozes críticas
- Venâncio Mondlane, Manuel de
Araújo, Silvério Ronguane, Maria Moreno, António Frangoulis, Geraldo Carvalho e
Job Mutombene fora dos órgãos decisórios do partido
embros sonantes do Movimento
Democrático de Moçambique (MDM) foram isolados dos órgãos decisórios do
partido. A decisão foi tomada último fim-de-semana, na cidade da Beira, em sede
da reunião do Conselho Nacional. Trata-se de figuras que se destacaram na luta
por reformas dentro do partido e que sempre desafiaram a direcção do MDM a
respeitar os estatutos e pautar por condutas democráticas. É o caso de Venâncio
Mondlane e Maria Moreno que saíram da Comissão Política (CP), Geraldo Carvalho
que deixou o departamento de Mobilização, Job Mutombene que saiu do
departamento de Informação para além de Silvério Ronguane e António Frangoulis
que foram relegados para o plano secundário. Sande Carmona, porta-voz do
partido, diz que as mudanças são normais.
Como resultado da expulsão de
Daviz Simango da Renamo, no dia 7 de Março de 2009, foi criado, na cidade da
Beira, capital provincial de Sofala, o Movimento Democrático de Moçambique.
Sob o slogan: “Moçambique para
todos”, o MDM defendia a tese de que queria aglutinar os interesses de todos os
moçambicanos, independentemente da raça, grupo étnico, religião, classe social
ou académico.
Na altura, Simango disse que o
seu partido estava aberto para todos. Porém, nove anos depois dessa comunicação
brilhante e cheia de promessas e esperança, a realidade prática actual entra em
contramão com o discurso inaugural.
Muitas correntes ligadas ao MDM
queixam-se da falta de espaço para o diálogo, intolerância, tribalismo,
ditadura, nepotismo, liberdade de expressão e de opinião bem como da cultura de
prestação de contas. A crise do MDM vem desde os primeiros anos da sua criação.
Em Fevereiro de 2010, sob
pretexto de querer dar “mais vitalidade ao partido” Daviz Simango dissolveu a
Comissão Política (CP) do MDM eleita no Congresso de 2009.
Numa decisão interpretada em
alguns círculos como reedição das atitudes anti-democráticas que caracterizam
Afonso Dhlakama e contestadas por Simango, vozes próximas da organização confi-
denciaram que a dissolução da CP visava afastar Ivete Fernandes que, na altura,
era vista pelos irmãos Daviz e Lutero Simango como um elemento perturbador.
Recorde-se que Ivete Fernan des
foi dos primeiros membros do MDM que se mostrou contra certas práticas que, aos
seus olhos, eram inadmissíveis para um partido que pretendia trazer uma nova
maneira de ser na cena política moçambicana, como, por exemplo, o facto de
Daviz Simango ter viajado para a Europa na companhia de indivíduos que, embora
aspirantes a membros do MDM, ainda eram deputados da Renamo-UE.
Um ano depois da saída de Ivete
Fernandes, mais concretamente em Maio de 2011, Ismael Mussá demitiu-se do cargo
de secretário- -geral do partido.
Para deixar o cargo e,
consequentemente, o partido, Mussá alegou questões de divergências étnicas e
políticas.
Em 2014, o MDM também conheceu
momentos de tensão na altura da constituição das listas de candidatos a
deputados, quando a direcção do partido foi acusada de privilegiar familiares,
amigos, grupos de Sofala e servis às chefias.
Situação sombria
As fontes dizem que no último
Congresso, realizado no mês de Dezembro, na cidade de Nampula, foram alterados
os estatutos do partido e definiu-se que os componentes da CP fossem indicados
pelo presidente do partido, após consultas às delegações políticas provinciais.
Nesta indicação, não se podia
ignorar o princípio de representatividade, em que cada província devia ter um
membro na CP. Mesmo numa situação em que a província tenha um membro por razões
de inerência de funções, a representatividade não podia ser ignorada. De acordo
com as fontes, o que devia acontecer é que as províncias elegessem a figura
para CP e o presidente apenas promulgasse. Porém, este preceituado estatutá-
rio está a ser completamente ignorado pela direcção do MDM e este é que se encarrega
de escolher. O exemplo flagrante dessa viola- ção estatutária é que na nova CP,
empossada último fim-de-semana, não há representantes de Maputo cidade, Gaza e
Inhambane. Judite Macuácua, da província de Gaza, está no órgão por inerência
de funções, já que é presidente da Liga Feminina do MDM.
“Todos os membros da nova CP
foram indicados a gosto do presidente, as delegações provinciais não tiveram a
oportunidade de fazer valer o seu desejo”, contaram. Sublinham que os poderes
extraordinários do presidente do MDM não se limitaram apenas na indicação dos
membros da CP, mas também à figura do Secretá- rio-geral bem como aos chefes de
departamentos, tarefas que, segundo os estatutos, são da competência do
Conselho Nacional.
Como consequência, figuras sonantes
e com um capital político invejável, mas com ideias próprias, foram expurgadas.
Manuel de Araújo, que até então
era chefe do departamento de Formação e Projectos, foi substituído por Atija
José Pililão.
Araújo que também ocupa a posição
de edil de Quelimane, eleito pelo MDM, é conhecido pela sua opinião frontal,
crítico e contundente sobre a forma como Daviz Simango está a dirigir o
partido. Em várias aparições públicas, Manuel de Araújo tem exigido a direcção
do MDM para que seja mais democrata, dialogante, aberta e transparente.
Geraldo Carvalho, uma das figuras
que mais se destacou na criação do MDM bem como no amparo a Daviz Simango
quando foi expulso da Renamo, perdeu o cargo de chefe do departamento de
Mobilização e Propaganda. Carvalho foi substituído por Juma Rafim.
Geraldo Carvalho entrou em choque
com o presidente do MDM quando levantou a necessidade de Daviz Simango abrir
espaço para outras figuras do partido candidatarem-se à presidência do municí-
pio da Beira.
Segundo Carvalho, era incoerente
que uma pessoa que também é candidato a edil tenha prerrogativa de indicar
candidatos para municípios. No quadro da luta pela introdução dessas reformas
no seio do MDM, Geraldo Carvalho lançou um movimento de auscultação das bases daquilo
que seria o perfil ideal dos candidatos à presidência dos municípios.
“Geraldo Carvalho foi um dos
membros que mostrou interesse na introdução de eleições primá- rias dentro do
partido para a escolha de candidatos à presidência dos municípios, uma ousadia
que lhe saiu caro”, contam.
Sande Carmona, pessoa conhecida
como fiel à figura de Daviz bem como do seu irmão Lutero Simango, substituiu
Job Mutumbene no cargo de chefe do departamento de Organização e Informação.
António Frangoulis, outro grande crítico
à direcção do MDM, foi relegado para suplente da Comissão Nacional de
Jurisdição.
Venâncio Mondlane e Maria Moreno
foram expurgados da CP.
Coincidência ou não, todos os
excluídos dos órgãos decisórios do partido são pessoas que questionavam o facto
de o partido, externamente, defender uma postura e, internamente, ter um
comportamento totalmente contrário e igual ao das organizações critica das pela
organização. Contam as fontes que, quer Mondlane, Araújo, Moreno, Mahamudo
Amurane (falecido), António Frangoulis, Job Mutombene entre outros, sempre
defenderam a redução de poderes do presidente do partido e que os órgãos deviam
ser eleitos a todos os níveis. “O MDM aparece publicamente a defender
diminuição de poderes do chefe de Estado, mas cada vez que há uma revisão dos
estatutos do partido, é para aumentar os poderes do presidente. Isso não é incongruência”, questionam
as fontes.
Dizem ainda que, publicamente, o
MDM defende maior transparência na gestão da coisa pública, porém,
internamente, não há cultura de prestação de contas aos membros.
Indicação de José Domingos Manuel
A indicação de José Manuel para o
cargo do Secretário-geral (SG) também não colheu consensos no partido.
Figuras do MDM entendem que tinha
chegado a hora de Luís Boavida deixar o cargo por ser inoperante, porém, numa
altura tão crucial como esta, em que se aproximam grandes pleitos eleitorais, o
MDM precisa de um SG carismático e com capital político muito mais forte.
José Manuel é uma figura anónima
na esfera política nacional e não se acredita que ganhe tarimba em tão pouco
tempo, num campo bastante renhido, para superar os desafios futuros.
José Manuel é vereador no
Conselho Municipal da Beira e uma pessoa da confiança de Daviz Simango, a sua
manutenção no cargo de vereador depende da vontade do seu chefe, pelo que, em
nenhum momento poderá questionar. Limitar-se-á apenas a ser uma caixa de
recados do chefe.
Numa altura em que a imagem do
MDM está manchada pelos acontecimentos de Nampula com o efeito Tocova, a forma
como a direcção do partido geriu o dossier Amurane, a derrota eleitoral de
Nampula, as crispações e feridas que saíram do Congresso de Nampula entre
outras falhas, era o momento de se reinventar e olhar para os pleitos futuros
com outros binóculos.
“O congresso do MDM em Nampula
confundiu-se com do partido Comunista Chinês. A direcção do partido chegou a
criar grupos de choque para aplaudir os discursos do chefe e vaiar os
pronunciamen -tos dos críticos. A direcção do MDM reuniu-se à porta fechada com
os delegados provinciais para orientá- -los a persuadir membros das suas
delegações para votar nesta ou naquela figura. Isso é democracia”? Questionam.
O SAVANA sabe ainda que a mesa do
Conselho Nacional, na reunião deste fim- -de-semana, sem justificação plausível
e de forma pouco democrática não acolheu três propostas feitas por membros do
Conselho Nacional.
Trata-se da inclusão na agenda da
aprovação de plano de actividades e do orçamento dos órgãos do partido.
Para além de violar os estatutos,
a marginalização desses pontos abre espaço para muitos questionamentos como por
exemplo: como é que os órgãos do partido vão trabalhar sem orçamento e nem
plano de actividades apreciado e aprovado pelo colectivo do partido.
É que, a canalização de fundos
partidários para actividades dos órgãos competentes torna-se ilegal.
Também se questiona o facto da
reunião da Beira ter marginalizado o desaire eleitoral de Nampula e muito menos
discutir e aprovar a estratégia eleitoral para as autarquias de 10 de Outubro.
Entendem as fontes que a reunião
da Beira era o momento solene para a direcção do partido prestar contas aos
membros sobre as falhas de Nampula e juntos encontrar soluções para desaires
futuros, visto que ninguém, excepto a direcção, sabe onde é que foi discutida e
aprovada a estratégia eleitoral da intercalar de Nampula.
Sande Carmona comenta
Contactado pelo SAVANA, Sande
Carmona diz que as mudanças registadas nos órgãos do partido fazem parte das
dinâmicas de qualquer organização e as pessoas que saíram, quando foram
indicadas, no passado foram substituir outros quadros.
Sublinha que os verdadeiros membros
do MDM não são úteis quando estão dentro dos órgãos.
Sande Carmona diz ao SAVANA que a
agenda da Beira foi aprovada antes do início das actividades, pelo que qualquer
queixa é infundada e que a CP tem representantes de todas as regiões do país.
Para o porta-voz do MDM, o seu
partido é dos mais democráticos que há em África de tal forma que os seus
membros aparecem publicamente a exprimir suas opiniões sem represarias.
Lacónico nas palavras, Carmona
referiu que o MDM continua a ser por um Moçambique para todos e é por isso que
luta todos os dias.
Sobre as possíveis deserções,
Carmona diz que isso é normal em qualquer organização e que o MDM não seria o
primeiro, para além de várias pessoas deixaram o partido mas, continua intacto.
Sobre a não aprovação do plano de
actividades e do orçamento, Carmona diz que cabe aos órgãos eleitos elaborar o
programa e definir o orçamento de actividades e, enquanto isso não acontecer
vai trabalhar com os planos modelos anteriores.
Sobre a saída de alguns membros
para concorrer pela Renamo, Sande Carmona diz que não entra no campo das
especulações.
Daviz Simango está a cavar a própria sepultura
Sérgio Chichava, pesquisador do
Instituto de Estudos Económicos e Sociais (IESE), disse ao SAVANA que a
liderança do MDM está a cavar a própria sepultura, na medida em que a sua forma
de ser e agir choca, completamente, com os princípios que defende no discurso
oficial. Diz que o MDM apareceu como alternativa à Frelimo bem como à Renamo,
era crítico ao modus operandi dos dois principais partidos, mas agora faz
completamente o mesmo.
“A imagem actual do MDM é
diferente daquela que nos foi apresentada em 2009. Um partido moderno, democrático,
transparente, dialogante e aberto para todos. Hoje, a imagem que temos é de um
partido anti-democrático, intolerante, fechado e de família”, disse.
Chichava, que também é director
científico do IESE, referiu que Daviz Simango é o inimigo número um do MDM,
porque o afastamento de figuras sonantes e com um potencial invejável mostra
que a direcção do partido não quer uma organização mais pluralista.
Para o cientista político, a
indicação de Lutero Simango para chefia da bancada do MDM é um exemplo claro de
que a organização guia- -se pelos apetites familiares, pois a organização tem
pessoas talentosas, com um discurso coerente e lógico. Lutero Simango não tem
discurso convincente, pelo que, se o MDM quer um partido moderno, não pode ter
aquela personalidade como chefe de bancada.
O académico diz que o MDM precisa
de se reinventar porque, caso contrário, não vai a lado nenhum como organização
política e com fortes probabilidades de perder os municípios que detém neste
momento, tal como aconteceu em Nampula.
-semana, assim como noutras
ocasiões, mostram que Daviz Simango é irresponsável e arrogante. “No princípio
foi um dirigente humilde e exemplar. Mostrou ser um gestor competente, porém,
de um tempo a esta parte mudou completamente. Talvez o poder o corrompeu, o
que, infelizmente, é mau para quem sonha atingir outros voos”, sentenciou.
Chichava refere que é impossível
formar um partido forte marginalizando ou isolando figuras preponderantes e
respeitadas pela sociedade. Pelo contrário, são pessoas com um pensamento
coerente, crítico e respeitado que o MDM devia procurar convencer para alinhar
nas suas fileiras.
“Já ouvimos vozes, dentro do
partido, a dizer que não nos podemos libertar de Maputo para sermos colonizados
a partir da Beira, o MDM não pode ser uma organiza- ção que serve para
aglomerar interesses da família Simango, que Daviz é arrogante, que o MDM não é
democrático e a cultura política escasseia. Isso é muito mau e não nos
espantemos que parte dos actuais edis eleitos pelo MDM concorram pela Renamo
nas eleições de Outubro”, alertou o académico.
Sublinha que ao isolar pessoas
como Geraldo Carvalho, Venâncio Mondlane, António Frangoulis, entre outros,
mostra que o MDM é um partido que se guia na base de simpatias étnicas,
clientelismo, lambebotismo e nepotismo.
“É muito estranho que pessoas que
davam vida ao partido sejam isoladas e substituídas por anónimos numa altura em
que estamos pró- ximos das eleições. Isto mostra que dentro do MDM ninguém pode
brilhar mais que o chefe sob o risco de cair na desgraça”, disse.
Sobre a indicação de José Manuel
para o cargo do SG do MDM, Chichava interpreta como uma falha de casting, na
medida em que o partido tem pessoas competentes e com enorme potencial político
que podiam dar mais energia ao partido.
Daviz Simango é um líder fraco
Por seu turno, Régio Conrado, doutorando em
Ciência política na França, disse ao SAVANA que o MDM, tal como muitos partidos
políticos em Moçambique, tem uma estrutura anti-democrática seja na forma como
organiza as estruturas do partido bem como distribuição de lugares de poder.
Conrado refere que a exclusão de
pessoas como Venâncio Mondlane, Frangoulis, entre outros, da CP, denota que
Daviz Simango é um líder fraco, sem capital simbólico e carisma. Para o
académico, Daviz Simango mostra-se intolerante em relação a estas figuras por
pretender organizar o partido à sua própria imagem, isto é, uma CP constituída
por pessoas desapossadas de capitais aptos de desafiar as lógicas. Sublinha que,
eliminando figuras sonantes, o caminho para Simango liderar de forma
desordenada e autoritária está aberto.
“Ao fazer isso, pretende mostrar
que não aceita críticas, nem pessoas que pensam porque tem consciência que é um
líder fraco”, disse. Conrado diz que estamos próximos dos pleitos eleitorais e
a exclusão dessas figuras pode trazer muita frustração naqueles eleitores que
viam no MDM uma alternativa e por, consequência, não votar nele. Para o
politólogo, a imagem do MDM fica manchada, aparecendo como um partido que é
governado entre irmãos, puxa-sacos e outros que são fiéis e leais.
Diz que o MDM pretendia ser uma
alternativa à cultura política dominante em Moçambique. Muitos acreditaram
nisso.
Porém, o MDM não só é uma
continuidade do que se tem como cultura política dominante em Moçambique, mas
também é tendecialmente mais regionalista dos principais partidos. As suas prá-
ticas ou forma de funcionamento, distribuição do poder, ocupação de posições
dentro do partido e fora dele mostram que o MDM é, fundamentalmente, contrário
do que defendia e defende em público.
Sublinha que a exclusão desses
membros reproduz uma estratégia clássica, que consiste em excluir, humilhar
para melhor ter o controlo de uma organização. Estas tácticas são usadas para desapossar
pessoas que têm prestígio dentro e fora da organização.
Para Régio Conrado, líderes
fracos e não carismáticos, como Daviz Simango, fazem muito uso desse tipo de
estratégias.
Refere que estas atitudes denotam
um alto nível de intolerância ao pensar diferente, o que é um contra-senso
dentro de um movimento dito democrático. De democrático o MDM tem apenas o
nome. Sei que dentro do MDM há persegui- ções, rixas, lutas intestinais, como
em todos os partidos, organizado por pessoas leais a Daviz Simango, que se
poderia esperar outra atitude.
A cultura política dentro do MDM
é aquela de que o líder manda e o resto respeita. É aqui que pode afirmar que o
MDM acaba sendo uma rede de clientelismos e de opera- ções secretas de
eliminação de potenciais substitutos de Daviz.
De acordo com Conrado, o MDM é um
partido cuja existência está em perigo devido às incoerências de gestão.
Recorde-se que, nas intercalares
de 2011, que elevaram Araújo ao poder no município de Quelimane, o edil alugou
o MDM apenas para questões de logística. Fora disso Araújo não precisa do MDM.
Ganharam em Nampula devido aos erros da Frelimo e ausência da Renamo. Em
Maputo quase ganhavam pelo carisma do Venâncio Mondlane. Isto mostra que,
enquanto partido, o MDM é estruturalmente fraco. O MDM não possui nem visão nem
estratégia sobre o país. O seu lema “Moçambique para todos” é violado em
permanência dentro dele próprio. Não poderia Venâncio Mondlane ser chefe da
Bancada do MDM? Porque é que não o é? Refere que as pessoas excluídas
podem sair do partido.
Termina a sua explanação
referindo que, fortificando os poderes do presidente nos estatutos, Daviz
Simango quer ser um líder incontestável e poder igualmente intimidar as vozes
críticas.
“Penso que o fim de tudo isto é
fazer de Daviz Simango uma figura insubstituível via arranjos institucionais e
manipulação dos procedimentos internos. Se há uma coisa que o MDM não é
hoje é ser democrático. Ficou cada vez mais anti-democrático, partido de
clientelismos e amiguismos”, disse. Raul Senda
Fonte: Savana - 20.04.2018