sexta-feira, outubro 31, 2008

Círculo da Europa e Resto do Mundo?

Se perguntar não ofende

1. O Fórum Cívico de Cidadania Moçambicana em Portugal (FCCMP) cujo presidente é Raimundo Mapanzene, será uma organização que segundo os seus estatutos, congrega moçambicanos de todas as cores partidárias ou é uma organização de massa da Frelimo como a OJM, OMM?

2. Uma vez eleito, Raimundo Mapanzene é deputado do Círculo Eleitoral da Europa ou é deputado da Frelimo.

3. Não ignorando que ele foi eleito pela lista da Frelimo, quando é que ele é deputado de todos os moçambicanos na Europa e o resto do mundo e quando é que é deputado só da Frelimo. Para eu ser directo, esta pergunta pode se estender aos deputados da província de Gaza onde só são membros da Frelimo.

4. A doação que o deputado e presidente do FCCMP, Raimundo Mapanzene recebeu, é dos membros e simpatizantes da Frelimo para ser entregue à Frelimo ou de moçambicanos na diáspora para ser entregue ao Estado Moçambicanos em apoio às eleições autárquicas?

5. Os tais amigos do Município de Oeiras que doaram em apoio às eleições autarquicas em Moçambique, são todos simpatizantes da Frelimo?

Eis o artigo do Jornal Notícias na sua íntegra:

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS - Círculo da Europa apoia manifestos da Frelimo

O CÍRCULO eleitoral da Europa e Resto do Mundo apoia os 43 manifestos da Frelimo, correspondentes a igual número de autarquias locais, devendo para o efeito entregar hoje simbolicamente uma doação constituída por material de propaganda.

Maputo, Sábado, 1 de Novembro de 2008:: Notícias

O deputado da Assembleia da República por este círculo e presidente do Fórum Cívico de Cidadania Moçambicana em Portugal, Raimundo Mapanzene, disse que a entrega simbólica do material terá lugar na cidade de Inhambane. Explicou que a doação resulta de uma colecta feita por moçambicanos residente em Portugal numa coordenação com os amigos do Município de Oeiras naquele país.

Oeiras, em Portugal, está geminado com o município de Inhambane.

Segundo Raimundo Mapanzene, o apoio eleitoral será entregue ao Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Inhambane em acto público que contará com a presença massiva dos militantes e simpatizantes da Frelimo naquele ponto do país.

Raimundo Mapanzene não quantificou o valor do apoio, mas disse que mais do que os números vale o gesto manifestado na diáspora em coordenação com o município de Oeiras em Portugal.

Pretendemos assim, levar a Frelimo à vitória nas 43 cidades e vilas que estarão em disputa política no dia 19 de Novembro, sublinhou aquele parlamentar.

O preço de importação de viaturas sem subrassalentes no mercado interno

Há dois anos a Empresa de Transportes de Nampula (TPN) adquiriu seis autocarros. Hoje, o TPN tem circulação somente um autocarro, estando assim à beira da falência. Como consequência estão trinta e oito trabalhadores em risco pelo menos de não terem salários. Mas, o importante e prioritário é irmos aos motivos da redução drástica da frota em tão curto tempo.

Os autocarros “Yutong”, são de fabrico chinês, mas não têm peças sobressantes nas agências da marca em Nampula e a única que se localiza em Maputo não deixa sair peças a crédito. Afinal, a facilidade de aquisição de peças sobressalentes não é ou devia ser uma condição que determina na importação de viaturas para empresas públicas?

A TPN está a pagar o preço de importação de viaturas sem peças sobressalentes no mercado interno.

Foto retirada daqui.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Porque está detido o vereador Obadias Simango

Beira (Canal de Moçambique) - O vereador Obadias Simango, do Conselho Municipal da Beira, está detido por denuncias a que a PGR deu provimento.O juiz já legalizou a detenção. O advogado de defesa pediu entretanto a liberdade condicional mediante caução. O despacho definitivo poderá ser conhecido a qualquer momento. Mas saiba porque está detido o braço direito (para a área de Comércio, Indústria e Turismo) de Daviz Simango, presidente da edilidade da capital de Sofala, caso muito badalado na Beira e que muitos consideram um acto de perseguição com contornos políticos para desacreditar o edil em vésperas das terceiras eleições autárquicas. Tudo sugere que de facto o vereador está inocente e que o denunciante tenha agido em acção de fuga para a frente. O tempo o dirá. Para já os factos…

António Obadias Ernesto Simango, vereador para a Área de Comércio, Industria e Turismo do Conselho Municipal da Beira foi detido a 21 de Outubro corrente na base de uma denúncia que terá partido do ex-director de Mercados e Feiras da mesma instituição autárquica, Arnaldo Alberto Armando Tivana. A detenção de Obadias Simango, como é mais conhecido ocorreu na PGR provincial de Sofala, às 13h30 na presença do advogado Eduardo Elias embora conste que o advogado de defesa do réu seja agora Eliseu de Sousa. Há aparentemente três casos que estarão na origem da detenção do vereador: um tem a ver um empréstimo feito pelo Município em 2005 a proprietários de armazéns na altura em construção no Mercado do Maquinino; outro relacionado com salários de um trabalhador do município que de um dia para o outro deixou de aparecer ao serviço mas que alguém continuou a receber salários por ele. E um terceiro caso a que o detido é dado como estando a ele completamente alheio. O agente que tem o processo a seu cargo veio especialmente de Maputo tratar do assunto à Beira. Trata-se de Basílio Luciano David. Na PGR provincial de Sofala, onde é procuradora da República provincial a Dra.Beatriz Buchili, não há ninguém envolvido com o processo 199/PGR/2008.

A reportagem do ZAMBEZE e do jornal diário electrónico Canal de Moçambique teve acesso a documentos que se admite que ainda não constem dos autos mas que sugerem que o ainda vereador António Obadias Ernesto Simango poderá estar inocente embora detido, e o ex-director de Mercados e Feiras em liberdade mas com culpas a apurar que ainda o possam vir a comprometer.

Todas as fontes ouvidas por nós se recusam a fazê-lo abertamente temendo serem envolvidas em problemas. Todas elas alegam que “este caso é político” por haver vontade tanto do partido Frelimo como do partido Renamo de usar a figura de Obadias Simango para denegrir Daviz Simango candidato independente à sua própria sucessão no cargo de Presidente do Município para o qual haverá eleições no dia 19 deste próximo Novembro.

Segundo todas as fontes contactadas na Beira Obadias está completamente inocente e só está preso para se fazer crer à opinião pública eleitora que na edilidade presidida pelo candidato independente Daviz Simango rouba-se com a sua cumplicidade. Das averiguações que empreendemos concluímos a partir de provas documentais agora em nosso poder, já digitalizadas e arquivadas em sítio adequado na Internet, no dia 30 de Agosto de 2005 um grupo de comerciantes do Mercado do Maquinino, um dos mais importantes mercados municipais, pediu um empréstimo para terminarem as obras em armazéns. O apoio destinou-se sobretudo à compra de material para construção das coberturas dos “armazéns” que são mais propriamente bancas. Alegaram os “armazenistas” que estavam a passar “dificuldades de ordem financeira, originada pela paralisação das actividades no mercado do Goto”.

Subscreveram o pedido António Mutondo, Eugénia Cerveja, Virgínia Vilankulos, Constâncio Ricardo, Augusto Here, Florentina André, Daniel Carneiro, Admiro Zanguza, Adelina, e José Beira. Propuseram-se a pagar em duas fases distintas: “1.ª fase” a pagar até dez mil meticais novos (na altura 10 milhões), “até seis meses” e na “2.ª fase” a pagar 13.685,00 MT da Nova Família (então 13 milhões 685 mil meticais) “até à sua conclusão”.

O vereador Obadias Simango, agora detido pela PGR, como prova a entrada 2903 na Secretaria Geral do CMB, submeteu ao presidente do Município a Nota 731/D/6/1/VEICT/138/2005, de 09 de Setembro de 2005 propondo o adiantamento para aquisição do referido material, conforme facturas que anexou. O presidente Daviz Simango autorizou a 12 de Setembro de 2005 e a Contabilidade do Município foi notificada e tomou conhecimento do expediente a 13 de Setembro de 2005. Foram assim requisitados para o efeito, através da Requisição de Fundos 1993, 150.435,00 MT da nova família (na época ainda eram milhões). O beneficiário do cheque foi a SONIL-Sucursal da Beira, empresa fornecedora dos materiais de que os armazenistas estavam a precisar para acabar o que tinham por acabar no Mercado do Maquinino. O cheque é do B.M.C.I, e tem o n.º 3000396744. A ordem de pagamento dada pelo presidente do Município e foi classificada na rubrica SECT 10/CAP 21/ART.º 10/ n.2 AI em nome de Daviz Mbepo Simango, a 23 de Novembro de 2005. Foram requisitadas 356 chapas de Lusalite; 120 barrotes 15x5; 800 parafusos para lusalite e 27 cumeeiras a 25 de Novembro de 2005. O recibo emitido pela SONIL que tem o nr. de NUIT 400023591, foi emitido no dia 01 de Dezembro de 2005 e tem o nr. 000330, no valor de 150.435,00 MT.

A 13 de Abril de 2007, o ano passado portanto, foi paga a primeira tranche no valor de 31.214,00 MT. António Mutondo pagou 10 mil meticais, Eugénia Cerveja outros 10 mil, Virgínia Vilankulos 5 mil, Franrêncio André 5.014,50 MT e Daniel Carneiro 1.200,00 MT. Este montante de 31.214,00 MT, correspondente à soma de vários devedores que foram inicialmente depositando as suas importâncias na conta de Obadias Simango onde estiveram desde o dia 03 de Abril de 2007 até perfazer o montante que no dia 13 de Abril “foi levantado para dar entrada nos cofres do Conselho Municipal da Beira e deu entrada de facto por inteiro como consta da Folha de Entradas relativa aos Movimentos de Tesouraria de 13 de Abril de 2007”, data em que as receitas globais do Município se cifraram em 245.796,37 MT, como consta de cópia em nosso poder.

Dai em diante os montantes passaram a dar entrada em datas sucessivas de que há recibos emitidos em nome dos armazenistas que estão a amortizar. O Zambeze/Canal de Moçambique tem em seu poder também cópias disso e do mapa de pagamentos efectivos realizados. Do valor emprestado 150.435,00 MT já foram devolvidos pelos armazenistas aos cofres do Município 126.550,50 e estão por amortizar 23.887,00 MT. A matéria do autos relativa a este ponto, conforme documentos em nosso poder já foi auditada pela Inspecção Geral de Finanças no dia 26 de Agosto último, como consta assinado no mapa de receitas diárias da tesouraria do Conselho Municipal da Beira. O nr. da guia de receita auditado foi o 2179 sujeito à classificação Sector 13, Capítulo 21, Art.º 19. O valor é de 31.214,50 MT correspondente ao primeiro montante amortizado pelos armazenistas. Tal montante resultou de pagamentos feitos: Recibo 899, em nome de Daniel Carneiro (1.200,00 MT); Rec. 898 em nome de Virgínia Vilankulos (5.000,00 MT); Rec. 901 – Florentina André Matane (5.014,50 MT); Rec. 897 – Eugénia Cerveja (10.000,00 MT); Rec. 896 – António Mutondo (10.000,00 MT). Destes valores apenas Eugénia Cerveja e António Mutondo depositaram a 03 de Abril de 2007 os montantes na conta de Obadias Simango que depois os levantou dez dias depois, a 13/04/07, para dar entrada deles nos cofres do Município.

O segundo motivo de suspeitas

O segundo indício contra António Obadias Ernesto Simango diz respeito a vencimentos pagos a um trabalhador que “abandonou o posto e nunca mais voltou ao município”. Esse trabalhador chama-se Jeremias Pajero Iremue. Em nome dele foram pagos salários de Janeiro a Julho de 2007 no valor total de 13.161,51 MT: Janeiro (1765,83 MT) Fevereiro (1.765,83) Março (1.745,83) Abril (1.765,83) Maio (1.765,83) Junho (1.765,83) e Julho (2.586,53 MT). Um documento em nosso poder de 02 de Agosto de 2007, assinado pela directora do Plano e Finanças, Chinona Amélia Veape serve de prova de tudo isso.

Mas quem recebia em nome do trabalhador fantasma. Fotocópias das folhas de vencimentos dos referidos meses provam que quem levantou indevidamente em nome do trabalhador que abandonara o posto foi precisamente o ex-director de Mercados e Feiras, ou seja, como consta o denunciante do vereador agora detido.

Mas há ainda um dado: o presidente do município, quando foi informado de que o que seria devido ao trabalhador Jeremias Pajero Iremue se ele não tivesse deixado de trabalhar foi levantado e pago indevidamente ao então director dos Mercados e Feiras, Arnaldo Alberto Armando Tivana, mandou ressarcir imediatamente os cofres do Município. Mas Daviz Simango mandou descontar tudo ao vereador Obadias Simango agora detido, sob alegação de que se Arnaldo Tivana fez o que fez como está provado nas folhas de vencimentos na coluna de Jeremias Pajero Iremue, foi porque o vereador não cumpriu devidamente com as suas obrigações de controlar estas coisas. E pagou Obadias Simango por inteiro os 13.161,51 MT. Isso consta na folha de vencimentos de Agosto de 2007.

Terceiro caso

O terceiro caso de que está indiciado Obadias Simango diz respeito a dois computadores que foram roubados e cujo caso foi entregue oportunamente à PIC. Ele não tem nada a ver com isso, disseram-nos várias fontes no município. O processo Obadias O processo Obadias Simango (199/PGR/2008) está a correr os seus trâmites na Beira. O investigador do caso é Basílio Luciano Daviz, de Maputo, que se deslocou propositadamente à Beira. As informações de que dispúnhamos à hora do fecho desta edição indicam que Obadias Simango foi presente ao juiz de instrução dentro do prazo legal e o juiz confirmou a detenção preventiva, isto é, legalizou-a. O advogado de Obadias Simango, já constituído réu, interpôs entretanto um requerimento a solicitar a liberdade condicional mediante caução. O tribunal, do que se sabe agora, remeteu o processo de novo à PGR para que o Ministério Público se pronuncie sobre o pedido do advogado do vereador detido. Só depois o juiz voltará a pronunciar-se em despacho conclusivo. Esperava-se esta quarta-feira pelo pronunciamento.

(Fernando Veloso)

Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE – 30.10.2008

quarta-feira, outubro 29, 2008

Cadáver desaparece na morgue do HCM


Há algumas semanas escreveu-se na imprensa moçambicana sobre o desaparecimento de um cadável na morgue do Hospital Central de Nampula. Confirmado pelas entidades de competência, o malogrado teria morrido de acidente de viação. O estranho para este caso é que quando os familiares foram buscar o corpo para o seu enterro, constatou-se que havia desaparecimento. Como pode desaparecer um corpo numa morgue onde há guardas?

A história repete-se na morgue do Hospital Central de Maputo onde um corpo está desaparecido desde a manhã do último sábado como se lê no Jornal Notícias, na sua edição de 28-10-2008. A procura do corpo provocou à exumeração, por três vezes, de corpos não reclamados, na vala comum do Cemitério de Lhanguene. Para este caso julgo haver irresponsabilidade por parte dos familiares, a polícia criminal e o pessoal da morgue.

Para os familiares, entre eles, treze filhos, a responsabilidade de guardar e controlar o corpo era dos outros que se não a tomassem pagariam por indemnização. Espero que assim não seja, pois senão a nossa ética e moral estarão ameaçadas.

O mais sério está em relação à Polícia de Investigação Criminal. Presumindo-se que o malogrado tenha morrido vítima de agressão física sofrida durante a noite ou madrugada anterior da sua vida, é interessante que a Polícia de Investigação Criminal (PIC) só se tenha envolvido na procura do cadáver desaparecido. Na minha modesta opinião, a PIC devia ter sido envolvida desde a primeira hora em que o corpo foi encontrado sem vida. No caso da PIC não ter sido informada pelos familiares sobre o ocorrido, era também um motivo forte para se envolver ao saber do presumido. Presumo que a nossa polícia tenha a responsabilidade de registar os crimes com o intuito de no mais cedo ou mais tarde encontrar os criminosos.

Por último, o caso é idéntico ao da morgue do Hospital Central de Nampula, embora lá se possa suspeitar corrupção e em Maputo irresponsabilidade.

terça-feira, outubro 28, 2008

Favoritismo de Daviz Simango é prenúncio de nova era política

Por XAVIER DE FIGUEIREDO *

NA FRELIMO O “CASO” DA BEIRA É OBJECTO DE CONJECTURAS DE SENTIDO CONTRADITÓRIO

Na atitude dos apoiantes de Daviz Simango, aparentemente animados pela dinâmica de vitória que a candidatura adquiriu e tem vindo a expandir, uma eventual derrota do mesmo só poderia ter como causa uma ausência de transparência eleitoral – vulgarmente chamada “roubo eleitoral”

A candidatura independente de Daviz Simango à presidência do Município da Beira apresenta condições “vantajosas” para vencer as eleições de 19 de Novembro.

Este cenário e o processo que deu origem à apresentação da candidatura são vistos como um precedente na política moçambicana, susceptível de lhe dar nova feição no futuro.

De acordo com observações in loco da actual situação na Beira, Daviz Simango dispõe do apoio “praticamente total” do eleitorado da RENAMO, ali maioritário, acrescido de apoios expressivos na massa de votantes do PDD, de Raul Domingos, e MONAMO, de Máximo Dias, mas também em franjas da própria FRELIMO.

Factos apurados ou baseados em informações verificadas:

- As estruturas políticas da RENAMO – delegados de bairro, membros das Ligas Feminina e da Juventude – estão activamente envolvidas na candidatura de Daviz Simango, inclusive em áreas tradicionais de apoio à RENAMO, como Munhava, Nhangau, Manga e Inhamízua (declinaram prestar apoio ao candidato oficial).

- As sedes da candidatura de Daviz Simango são geralmente visitadas por militantes da FRELIMO, do MONAMO e do PDD que se voluntariam para cooperar, por vezes em atitudes de rompimento com as suas militâncias partidárias; o fenómeno é extensivo ao Chiveve, zona de especial influência da FRELIMO.

Os mais recentes desenvolvimentos do tema não têm confirmado tendências anteriores segundo as quais as candidaturas de Daviz Simango e do candidato oficial da RENAMO – o deputado Manuel Pereira, dividiriam o eleitorado da “perdiz” em duas metades, criando condições para garantir a eleição do candidato da FRELIMO, Lourenço Bulha.

Nova avaliação do assunto

- O eleitorado tradicional da RENAMO que não votará em Daviz Simango é pouco expressivo (cerca de 10/15% do total).

- A lacuna derivada da não atracção dessa parte do eleitorado da RENAMO pela candidatura de Daviz Simango é colmatada por apoios novos, oriundos do PDD, do MONAMO e da própria FRELIMO (influenciados pela popularidade do candidato por “sentimentos benevolentes” para o próprio que a sua candidatura gerou).

O apoio a Daviz Simango provindo da população beirense conotada com a RENAMO não apresenta características que permitam considerá-lo uma manifestação de ruptura com o partido; aparenta ser uma atitude de rebeldia face à decisão da direcção do partido de preterir Daviz Simango em benefício de outro candidato, M. Pereira.

2 . O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, denota estar ciente de que ele próprio e por extensão a direcção do partido (na periferia da qual têm ocorrido dissidências) são o objecto da animosidade dos renamistas da Beira – cujas lealdades partidárias parecem manter-se intactas.

Factos da conduta de Dhlakama considerados elucidativos:

- Evitou realizar na Beira (foi em Quelimane) a reunião extraordinária do Conselho Nacional do partido que deu o seu beneplácito à candidatura de Manuel Pereira, por exclusão de Daviz Simango.

- Ao contrário do que prometera, não se deslocou à Beira, em 11 de Outubro, para apresentação do candidato oficial, Manuel Pereira (um comício marcado para o efeito, no Alto da Manga, foi cancelado, por escassez de público).

- Não anuiu a um convite para estar presente na cerimónia pública de inauguração de um monumento evocativo de André Matsangaíssa, fundador da RENAMO, implantado numa praça da cidade que leva o seu nome; fez-se representar por sua esposa, Rosália e seu filho Afonso Dhlakama Júnior.

A fidelidade à RENAMO mantida pelo seu eleitorado tradicional, de natureza étnica e regional, transparece igualmente de um fenómeno singular, que é o de se ter concluído que o seu apoio a

Daviz Simango e a intenção de votar no mesmo para presidente do Município coexistem com a inclinação de votar na lista da RENAMO para a Assembleia Municipal.

Esta linha de conduta é considerada decorrente de um sentimento colectivo de acordo com o qual a preterição da recandidatura de Daviz Simango e a escolha, em seu lugar, de Manuel Pereira são actos que comprometem pessoalmente Afonso Dhlakama, enquanto a lista de candidatos à Assembleia Municipal é uma decisão que vincula o partido.

Eventuais efeitos

O apoio do eleitorado da RENAMO na Beira a Daviz Simango é visto pelos apoiantes deste à luz de um critério de “utilidade dupla”: uma vitória do filho do primeiro vice-presidente da Frente de Libertação de Moçambique ofuscará Afonso Dhlakama e dará lugar a um movimento interno na RENAMO que tendencialmente levará à eleição de um novo líder – provavelmente o actual edil de Chiveve.

Na atitude dos apoiantes de Daviz Simango, aparentemente animados pela dinâmica de vitória que a candidatura adquiriu e tem vindo a expandir, uma eventual derrota do mesmo só poderia ter como causa uma ausência de transparência eleitoral – vulgarmente chamada “roubo eleitoral”.

A posição da FRELIMO face ao “caso” da Beira é objecto de conjecturas de sentido contraditório:

- Interessa-lhe (ou não desdenha) uma vitória de Daviz Simango, como factor capaz de pôr em causa Afonso Dhlakama e, acrescidamente, enfraquecer/desacreditar a Renamo.

- Não lhe interessa uma vitória de Daviz Simango, como factor capaz de dar azo a uma renovação da Renamo que a torne mais acutilante e eficaz como principal partido da oposição.

* in Africa Monitor Intelligence e CORREIO DA MANHÃ – 27.10.2008


A caça a Daviz Simango é supérflua e prejudicial à Renamo e à democracia em geral

Os pronunciamentos da liderança da Renamo contra o indeferimento de pedido de impugnação de Daviz Simango a Edil da Beira e a sua candidatura para a sua própria sucessão, estão largamente a ser entendidos como uma simples caça a Daviz Simango. Por vezes, até se pode entender que se trata de um jogo de quem não tem respeito pelo eleitorado. Ora vejamos, antes de constituir um assunto relativo à candidatura de Daviz Simango, a conferência de imprensa parece ter marcado a reabilitação de que a apresentou.

A recordar, Francisco Machambisse, foi o agente de eleição presidencial de Afonso Dhlakama e de Renamo nas eleições de 2004 presidencial, e foi responsabilizado por alguns membros da Renamo pela falha de apresentar a apelação de contestação dos resultados no Conselho Constitucional em tempo. Foi acusado mesmo de ter tomado um suborno de milhão de dólares americanos do partido da Frelimo do ruling. Machambisse pocessou com sucesso o jornal Zambeze quando publicou essa alegação como um facto.

A liderança da Renamo tentou forçar Machambisse a renunciar seu lugar na Assembleia da Republica ao que ele recusou. Agora Francisco Machambisse parece estar a favor do discurso da liderança da Renamo cuja única consequência é a destruição do partido.

Como Salomão Muiambo pergunta no Jornal Notícias, na sua edicão de hoje, se a Renamo entende que Daviz Simango deve perder o mandato por alegadamente se ter inscrito em lista diferente daquela em que concorreu ao sufrágio o que diz a mesma Renamo dos seus candidatos Manuel José dos Santos, em Nacala-Porto, João Germano Agostinho, em Marromeu, Gulamo Mamudo, na Ilha de Moçambique, e Alberto Omar Assane, em Angoche, que, tendo concorrido no último sufrágio pela coligação Renamo – União Eleitoral, fazem-no agora pelo partido Renamo, duas instituições diferentes. Perdem ou não o mandato?

Mas a acontecer isto não dúvidas que constituiria também um grande prejuizo ao processo democrático em construção com consequências imprevistas. Talvez seja por esta razão que alguns actores políticos, mesmo com proveito imediato da situação implantada na Beira, não queiram se meter nas brincadeiras.

A caça a Daviz Simango é supérflua e prejudicial à Renamo e à democracia em geral.

sábado, outubro 25, 2008

Caso Daviz Simango - Um subsídio para a História

Por Luís Loforte

Após a assinatura dos Acordos de Paz, em 1992, experimentei uma militância política activa filiando-me na FUMO – Frente Unida de Moçambique –, então liderada pelo conhecido advogado Domingos Arouca. Acreditava eu que não haveria consequências na vida pessoal daqueles que optassem por expressar as suas opiniões, às vezes em dissonância com a força política dominante. Cedo, porém, entendi que estava perante uma ilusão. Uma pura ilusão. Mas também acreditava, e acredito ainda, que Moçambique só conhecerá de facto o desenvolvimento quando deixar de andar a uma só velocidade política.

Nas primeiras eleições democráticas de 1994, os votos arrecadados pela FUMO, a acreditar nas projecções oficiais, não tiveram expressão que justificasse uma presença no Parlamento. A derrota não me incomodou lá grande coisa, ainda para mais tratando-se de uma primeira experiência, pois já o nosso timoneiro nos repetira até à exaustão que em política o imediatismo também prejudica, que é preciso ter paciência e perseverança. E sobretudo coerência. Mas nem todos assim pensavam, e foram incubando as suas ambições políticas até às portas das segundas eleições gerais, em 1999.

Enquanto esperávamos por um novo escrutínio, o de 99, fomos pacientemente edificando uma coligação que, aos olhos de muitos, se apresentava com um largo futuro. A coligação designava-se APD – Aliança Para a Democracia, integrando-a a FUMO, do Dr. Domingos Arouca, o MONAMO, do Dr. Máximo Dias, e o PCN, do Eng. Lutero Simango, irmão do igualmente Eng. Daviz Simango, hoje edil da Beira. Tudo se conjugava para um sucesso, até ao surgimento dos primeiros sinais de cisão e resultado de uma gritante falta de visão política por parte dos mais influentes componentes da coligação. Até aí, era divisa da coligação o princípio de que nunca nos coligaríamos com forças políticas de índole militarista, onde imperam decisões verticais, exactamente o que achávamos que caracterizava os dois maiores partidos de Moçambique.

O resto é o que se sabe: destruiu-se a APD, arrastando-se a FUMO, o MONAMO e o PCN para a RENAMO, com a qual se coligaram como autênticos apêndices políticos. Alguns conseguiriam ser deputados pela coligação, mas de tempos em tempos não deixavam de ser lembrados da sua condição de parceiros menores.

Todos vimos a humilhação por que pessoas como Máximo Dias passaram pela boca de Afonso Dhlakama, ou apodadas de miúdos, ou aproveitadores de boleias. Tudo porque cometeram a ousadia de pensar pela própria cabeça. Mas nada que não tivesse sido previsto, em 1999, pelo respeitado político Domingos Arouca, a quem os dissidentes, hoje humilhados a torto e a direito por Dhlakama, apelidavam de “velho e ultrapassado”.

Velho era, e é, sim, mas pensava com dez anos de avanço sobre os iluminados! E a procissão da humilhação ainda não saiu do adro!

Lembro-me aqui da reunião derradeira em que o Dr. Domingos Arouca tentou, em vão, convencer os mais acérrimos defensores da coligação com a RENAMO do erro político em que incorriam, do futuro sombrio que os aguardava.

Máximo Dias era o mais arguto, desdobrando-se em esclarecimentos sobre a importância da coligação com Afonso Dhlakama, enquanto os timoneiros do PCN nem sequer se mostravam interessados na proposta de uma moratória para a decisão da adesão à coligação com a RENAMO.

Nem sequer se aperceberam que se projectava a entrega da liderança da APD, um futuro partido, à liderança do PCN. Não tiveram a inteligência para fazer essa leitura. Pelo contrário, da boca de um deles ainda se ouviria, mais tarde, na mesma noite, em privado, dizer que se coligavam com a RENAMO para que não fossem “acusados de traidores”. Traição a quem? À tribo? À família? À região Centro?

Nesse mesmo dia abandonei a política activa. E, no dia seguinte, o Dr. Domingos Arouca anunciava a sua desvinculação da FUMO, arrepiando assim o caminho para a ascensão ao poder do oportunismo e do imediatismo.

Em relação aos imediatistas da FUMO, bem conhecidos de todos nós, ficam conhecidos, e
registados na nossa História, como aqueles que afastaram da vida política um dos mais ilustres filhos de Moçambique: o Dr. Domingos Arouca. Eis um subsídio para quem um dia a escrever.

Em relação ao PCN, e não propriamente em relação ao Eng. Daviz Simango, por quem me solidarizo em absoluto contra a burrice da RENAMO e, particularmente, de Afonso Dhlakama, só tenho a dizer que, tendo traído as expectativas do povo de um partido com futuro, ele hoje está pagando o preço do imediatismo, de não ter ouvido a voz esclarecida de um homem experiente e experimentado.

Para terminar, deixem-me destacar mais uma burrice da RENAMO e do seu líder: o pensar que está sendo sincera a FRELIMO, quando a eles se alia no combate a Daviz Simango.

Em política, as contas de somar e de subtrair têm de ser feitas a todo o momento. Nunca a FRELIMO esteve tão perto de voltar a liderar a Beira como acontece neste momento. Para isso, e contrariamente à (i)lógica da RENAMO, isso só tem sustentação com Manuel Pereira e Simango a concorrerem. Pereira vai à Beira não para “reunir os beirenses”, como ele diz, mas para dividi-los. E depois os ouviremos chorando pelo leite derramado!
Fonte: Correio da Manhã

Nota do reflectindo: Uma opinião excelente embora tenha partes para uma boa discussão. Se eu tivesse o endereço do Luís Loforte, mandar-lhe-ia um email com o um comentário integrante. Entretanto, na minha opinião não houve grande falha pela coligação dos menores partidos com a Renamo, pois creio que isso catalisou a nossa percepção quanto ao caminho democrático a trilharmos a partir de agora. Tenho dificuldades em acreditar que APD (Aliança Para a Democracia), mesmo que passasse a um partido sob PCN havia de assumir o protoganismo político em Moçambique dentro destes dias. Ao contrário, acho que a coligação do PCN à Renamo e consequentemente a eleição de Daviz Simango a edil da Beira e a oportunidade de mostrar uma boa governação, catalisou e catalisa a nossa percepção quanto a um terceiro caminho que não dependa de uma só velocidade. Alias, muitos dos que integram à Renamo não são pelo passado, mas pelo meio de contribuição à democracia. Sou de opinião que já temos o caminho a trilharmos aberto por Daviz Simango. Neste momento, cabe a quem ama a democracia e boa governação a apoiar à candidatura de Daviz Simango.

DIALOGO PARLAMENTAR-SOCIEDADE CIVIL LANCADO EM NAIROBI

Decorre de 23 a 24 do corrente mes na capital Queniana, Nairobi, uma conferencia de parlamentares e membros da sociedade civil de quatro continentes, subordinada ao tema Dialogo parlamentar-sociedade civil para a prevencao de conflitos e luta contra o comercio ilegal de armas ligeras e de pequeno porte. O evento que junta mais de 50 parlamentares e membros da Sociedade Civil de Africa, Americas, Europa e Asia e o-organizado pelo Forum Parlamntar sobre Armas Ligeiras e de Pequeno Porte, com sede em Estocolmo, Suécia, e pelo Amani Forum, baseado em Nairobi Quenia.

O evento tem por objectivo definir estrategias de colaboracao entre paramentares e organizacoes da socieddae civil na prevencao, gestao e resolucao de conflitos, bem como trocar expriencias sobre a luta contra o comercio ilegal de armas ligeiras e de pequeno porte.

recorde-se que aproliferacao e arm ligeiras e de peqeno porte e considerado como uma ameaca a seguranca publica e a seguranca e paz mundial. por exemplo na America Latina, e Caraibas existem em circulacao cerca de 45 a 80 milhoes de armas ligeiras e de pequeno porte. Na Afric Ocidental existem em circulco cerca de 7 a 8 milhoes enquanto que na regiao dos Grandes Lagos estima-e em 200 milhoes.

O evento foi aberto pelo presidente do Parlamento Queniano, Hon. Kenneth Marende, que na ocasiao afirmou que os parlamntares encontram-se numa posicao privilegiada na sociedade apra prevenir, gerir e resolver conflitos, uma vez que eles tem tres funcoes essencias numa sociedade democratica- representativa, legislativa e de monitoria da accao governativa. Na optica daquele dirigente, os parlamentares podem exercer a sua funcao representativa levantando questoes sobre questoes que na sua acepcao perigam a paz e seguranca dos cidadaos, sobre o nivel e gestao de paiois, politicas de destruicao de municoes e outros artefatos de guerra, podem alertar e colaborar com aos media e outros meios de comunicacao sobre questoes sensiveis ligadas a proliferacao de conflitos e armas ligeirs e de pequeno porte.

Como legisladores, os parlamentares podem propor nova legislacao ou revisao das legislacoes existntes.

Como monitores e fiscalizadores da accao governatva os parlamentares podem verificar se os governos estao cumprindo com as promessas feitas nos seu programas de governacao bem como se estao cumprir com as suas obrigacoes nacionas, regionais e internacionais. Eles tambe podem fiscalizar monitorar os niveis orcamentais alocados ao sector de defesa e seguranca e sua aplicacao e gestao.

Por sua vez o general na reserva, Joseph Nkaissery, membro do parlamento Queniano, Ministro Assistente da Defesa, e Vice-Presidente do Forum Parlamntar defendeu a imperiosidade da capacitacao dos deputados, como condicao sine qua non para que estes possam levar a cabo a sua tripla missao com brio e profissionalismo.

Terminad a sessao inaugural, iniciou-se com a discussa dos tem substantivos a conferencia. Ainda na manha de Quinta feira, a conferencia debrucou-se sobre questoes ligadas a proliferacao de armas nas zonas trans-fronteiricas e sobre armas ligeiras e violencia eleitoral. O primeiro tema foi co-apresentado por Peter Cross da Saferworld, uma instituico de pesquisa baseada em Londres, com escritorios na Europa do Leste, Africa e Asia, bem como por M. J. Kimani do Instituto de Estudos de Seguranca da Africa do Sul (ISS).

O segundo painel concentrou-se na problematica sobre armas ligeiras e violencia eleitoral, tendo passado em revista os casos de Angola, Quenia, Haiti, Zimbabwe dentre outros. Este painel foi composto por Erastus Ethekon, do Programa das Nacoes Unidas para a Desenvolvimeno (PNUD), Ogline Pierre, deputada do Haiti e Phillip Ochienga da ONG Peacenet, tendo sido moderada pelo deputado Manuel de Araujo, presidente do Centro de Estudos Mocambicanos e Internacinais (CEMO).

A ultima sessao debrucou-s sobre a problematica da Monitoria parlamentar na gestao de municoes convencionais, tema apresentdo pelo especialista Adrian Wilkinson do Forum Parlamentar.

Na Sexta Feira conferencia debrucar-se-a sobre a questao do engajamento extra-territorial e contractos interncionais, sobre a contribuicao das armas ligeiras nos conflitos sobre recursos naturais, reforma de politicas, oportunidades e desafios no combate ao comercio ilicito de armas pequenas e ligeiras bem como um sessao especia que se concentrara sobre as recomendacoes, estrategias e accoes a serem desenvolvidas para a criacao de um regime internacional responsavel e transparente no comercio de armas ligeiras e de pequeno porte.

Preve-se ainda no final da conferencia o lancamento de um manual parlamentar sobre a Gestao de Paiois e municoes Convencionais, obra prefaceada pelo deputado mocambicano Manuel de Araujo.

Fonte: Manuel de Araújo

Dhlakama envergonha o País







Fonte: Diário Independente, edicão de 22 de Outubro de 2008

Francisco Machambisse um outro demagogo na Renamo

Vem referido no Jornal Notícias, na sua edição de hoje, 25-10-2008, que Francisco Machambisse declarou de nula, destituída de fundamento e sem nenhum efeito a decisão do Ministério da Administração Estatal. E pensa ele, sei lá como quem e o quê, que o processo referente à perda do mandato do presidente do Conselho Municipal da cidade da Beira, Daviz Mpepo Simango deve prosseguir os seus trâmites legais culminando com a sua remessa, por esse ministério, ao Conselho de Ministros para decider.

Então, interrogo-me do porquê ele, Francisco Machambisse, a quem entendo estar envolvido no grupo de avanço contra o jovem Daviz Simango, escreveu a sua carta de pedido de impugnação ao Ministério da Administração Estatal? Acha Machambisse que no Conselho de Ministros será ele convidado para decidir?

A seguir, recordam-se de Francisco Machambisse como mandatário da Renamo nas eleições gerais de 2004? Recordam-se também do processo que ele levantou contra o jornalista Edwin Hounnou? Recordam-se do jogo que Machambisse fez quando se viu referido num jornal da praça como um dos vítimas de Afonso Dhlakama? Francisco Machambisse deve ser mais um outro demagogo na Renamo.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Matola - Candidato da Frelimo goza de regalias do Município

Retirado na sua íntegra do imensis

O candidato da Frelimo às eleições municipais de 19 de Novembro próximo na Matola, Arão Nhancale, está já a gozar das benesses do municipio, antes do escrutínio, numa flagrante violação sobre as regras de utilização dos bens públicos segundo apurou o SAVANA de fontes próximas do candidato

De acordo com os depoimentos recolhidos e confirmados pelo SAVANA, desde que Nhancale foi eleito para concorrer pelo partido no poder,há sensivelmente um mês e meio, está a beneficiar de segurança municipal e de outras regalias não previstas para pessoas com estatuto de mero candidato a Edil.

Efectivamente, há mais de um mês que a residência particular de Arão Nhancale localizada no bairro da Liberdade, cidade da Matola, é protegida por elementos da Polícia Municipal da Matola, munidos de arma AKM 47.

Dois homens da polícia municipal estão destacados para guarnecer a residência particular de Arão Nhancale.Divididos em dois turnos, um dos guardas está afecto ao período diurno, enquanto o segundo trabalha de noite.

Um terceiro agente da polícia municipal opera como guarda-costa de Arão Nhancale, asseguram as mesmas fontes, que falaram na condição de anonimado. Os três são pagos com os fundos dos contribuintes do Estado.

Na manhã desta terça feira, o SAVANA deslocou-se à residência de Nhancale na Liberdade e encontrou o polícia do municipio lá sentado, e vestido à paisana. Contactado pelo SAVANA, o agente em causa identificou-se com o nome de Árabe e confirmou ser um elemento da polícia municipal.

Contou que estava naquele posto há mais de um mês, por ordens do Comando da Polícia Municipal da Matola, declinando depois acrescentar mais detalhes sobre a sua missão na Residência.

Além de beneficiar da segurança da polícia municipal, a candidatura de Arão Nhancale está a ser assistida pelo gabinete de comunicação e Imagem do Conselho Municipal da Matola, com o envolvimento directo dos funcionários ligados a esta repartição,relataram testemunhas.

Contactado pelo SAVANA, Arão Nhancale, rejeitou as alegações de que está a tirar indevidamente partido de privilégios do municipio, defendendo que todas as regalias de que goza são fornecidas pelo partido no poder.

Referindo-se concretamente aos homens que tomam conta da protecção da sua residência e da sua segurança pessoal, o candidato da Frelimo pela presidência do municipio da Matola apontou novamente o dedo à formação do batuque e da maçaroca.

`Não sei onde é que terá ido buscar essa informação.O candidato tem um gabinete que por sua vez tem um responsável que trata de todas as questões relacionadas com a minha candidatura. São pessoas que não têm nada a ver com municipio´, disse Nhancale.

Para aquele candidato, todas as acusações feitas a si sobre a utilização abusiva de recursos do municipio fazem parte de uma campanha visando denegrir a sua imagem e prejudicar a sua candidatura.

Comentando estas denúncias, José Samo Gudo, candidato da Renamo à presidência do municipio da Matola, considerou que`não é justo que o candidato da Frelimo beneficie de mordomias do municipio, porque ele é igual a outros candidatos´.

`A atitude do partido no poder é incorrecta, porque o facto de a Frelimo estar no poder não implica que deve beneficiar, com bens públicos, pessoas que não têm nada a ver com a direcção do municipio´.

Por seu turno, João Massango, do Partido Ecologista e igualmente candidato à presidência do municipio da Matola, tambem condena o aproveitamento ilegal dos bens do Estado por parte de um dos candidatos a edil, alertando para o facto de o Partido no poder estar a pretender sugerir que Arão Nhancale já é o vencedor do Pleito.

Para Massango, todos os candidatos partem ou deviam partir em pé de igualdade e a situação de cada um dos concorrentes só ficará esclarecida a partir do dia 19 de Novembro.

`A haver mordomias, nesta altura do processo das eleições autárquicas, elas deviam ser para todos´ assinalou o candidato do Partido Ecologista.

Contactado pelo nosso Jornal, o Comandante da polícia Municipal da Matola, Tomás Nhacutou, negou que tenha sido ele que despachou dois agentes da polícia camarária para guarnecer a residência do candidato da Frelimo à presidente da auterquia, Arão Nhancale.

Lembrou que a sua corporação tem por missão fiscalizar o respeito da postura municipal, garantir a segurança e tranquilidade pública,no território municipal, além de proteger o património Autarquico.

Disse que a sua corporação está disponível para responder à solicitação de qualquer munícipe ou grupo de munícipes que queiram realizar um evento público, desde que para tal sigam os devidos passos.

Sobre os homens que garantem segurança na residência do candidato da Frelimo pelo munícipio da Matola, Nhacutou disse que não estava a par do assunto.

Sublinhou que é normal que não tenha conhecimento disso, porque na corporação por si dirigida há vários departamentos que respondem por vários sectores.

Poderá ter sido um dos sectores que terá autorizado a afectação dos homens. Contudo, Tomás Nhacutou disse que iria averiguar a questão.

Sobre o comentário de Arão Nhancale segundo a qual o partido é que lhe terá afectado a segurança, Nhacutou recusou comentar, alegando que não tinha ainda elementos para tecer mais declarações.

fonte: SAVANA

quarta-feira, outubro 22, 2008

Tolerância zero contra a violação da lei eleitoral

Uma decisão bem vida

Segundo o Jornal Notícias, na sua edição de hoje, o Ministro do Interior José Pacheco disse que haverá tolerância zero contra a violação da lei eleitoral. Esta decisão é bem vinda para quem sonha que alguma vez, teremos em Moçambique eleições livres, justas e transparentes.

Porém, o importante para o Ministério do Interior, seria o estudo da lei eleitoral por parte da corporação, de maneiras que não seja esta a transgridí-la. A outrora, foi a polícia que em alguns casos, participou ou facilitou que a lei eleitoral se transgridisse. Temos os casos de Xai-Xai e Chiculalacua em Gaza e Tete em que a polícia foi apontada nesse sentido.

O caso mais grave é aquele das eleições intercalares em Mocímboa da Praia em que o Ministro José Pachego, membro da Comissão Política da Frelimo, percorreu as mesas de votação, num total de vinte, com um forte aparato policial, quando na lei consta que os polícias devem permanecer num raio de 300 metros da mesa de votação. Para confirmação, leia o biletim da AWEPA No 32 de 15 de Julho de 2005, o qual pode encontrar aqui.

Portanto, senhor Ministro, os agentes da polícia devem ser conhecedores da lei eleitoral para que não sejam eles os primeiros a violá-la. A sua decisão é bem vinda.

terça-feira, outubro 21, 2008

MNE e FRELIMO divergem quanto a legalidade da estátua de líder da Renamo

Lisboa, 21 Out (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Oldemiro Balói, divergiu hoje da FRELIMO, partido no poder, ao considerar "um sinal de vitalidade da democracia" a polémica inauguração na cidade da Beira da estátua do fundador da RENAMO, oposição.

Em declarações à Agência Lusa, em Lisboa, Oldemiro Balói sublinhou que a inauguração da estátua em memória de André Matsangaíssa, ocorrida a 17 deste mês na cidade da Beira, província de Sofala (centro), só pode ser vista como "sinal de democracia", apesar de questionar a altura em que tal foi feito, nas "vésperas" das eleições autárquicas de 19 de Novembro próximo.

Hoje, através do seu porta-voz em Sofala, Zandamela Juga, a Frelimo considerou a edificação da estátua "um acto ilegal" e ferido de "incompetência", porque se baseou numa deliberação da assembleia municipal da Beira, sem consulta ao Ministério da Administração Estatal.

"Num país democrático como Moçambique, onde as eleições locais são vistas como forma adicional muito importante de fazer as pessoas participarem no exercício do poder, é natural que onde uma ou outra força política exerça o poder tome medidas que afirme a sua posição os seus princípios. É assim, apenas assim, que pode ser vista a inauguração da estátua", sublinhou Oldemiro Balói.

"Mas é um evento que dá um sinal de vitalidade da democracia moçambicana. Agora, em relação ao "timing", não sei o que os organizadores têm em mente. Mas não me parece que o quadro eleitoral que hoje existe possa ser alterado grandemente por um evento dessa natureza", acrescentou o chefe da diplomacia moçambicana.

A estátua é a primeira de uma figura da oposição a surgir no país desde a independência, a 25 de Junho de 1975, tendo a Renamo argumentado tratar-se de "um reconhecimento merecido a um herói".

André Matsangaíssa é considerado fundador da RENAMO e dirigiu os primeiros combates da antiga guerrilha deste partido contra o Governo da FRELIMO, antes de ser morto numa batalha a 17 de Outubro de 1979, dois anos após lançar uma rebelião contra as tropas governamentais.

Em reconhecimento do papel de André Matsangaíssa na luta contra "o marxismo-leninismo", a doutrina política que a FRELIMO impôs, depois da independência, a RENAMO construiu-lhe uma estátua numa das praças da cidade da Beira, município dirigido por Daviz Simango, eleito em 2004, como candidato do principal partido da oposição.

JSD/PMA.

Lusa/Fim

Fonte: RTP

segunda-feira, outubro 20, 2008

Deixem Daviz Simango em paz

Pedindo para se deixar Daviz Simango em paz, o Desenvolver Moçambique publicou um artigo sobre a actual perseguição protagonizada pela Renamo-Mbararamos cujas provas de orquestração a partir de Maputo já estão a nú. Leia Desenvolver Moçambique o artigo do e confirma a instrumentalizacão no allafrica sobre quem em Maputo orquestra a perseguição ao Engo. Daviz Simango.

Inaugurada na Munhava Praça André Matsangaíssa

Beira (Canal de Moçambique) – A Beira celebrou na última sexta-feira um facto inédito: nem mais nem menos do que a inauguração da Praça André Matade Matsangaíssa, 1.º Comandante da guerrilha do Movimento de Resistência Nacional que mais tarde viria a converter-se em Resistência Nacional de Moçambique dando posteriormente ao Acordo Geral de Paz em Roma, em 1992, ao Partido Renamo.
A Praça André Matsangaissa foi inaugurada pelo Presidente do Conselho Municipal da Beira, Eng.º Daviz Mbepo Simango, filho do ex-vice-presidente que a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Logo que foi descerrado o monumento, num momento de enorme solenidade, foi entoado o Hino Nacional.
O acto foi marcado por uma cerimónia tradicional dirigida por todos os régulos das cidade da Beira e presenciado por numeroso público que formou uma moldura humana sem precedentes num dia de semana.
A inauguração foi também presenciada pelo presidente da Assembleia Municipal, um antigo combatente da Renamo.
Os delegados políticos da Renamo na cidade da Beira e na província de Sofala não estiveram presentes.
Afonso Dhlakama que foi convidado pelo edil da Beira para o acto, não só não esteve na cerimónia, como não se deslocou à Beira.
O secretário-geral da Renamo, Ossufo Momad, embora convidado, também não esteve presente.
A praça André Matsangaissa foi inaugurada precisamente um ano depois de ter sido lançada a primeira pedra. Situa-se no cruzamento entre a Av. Kruss Gomes, com novo pavimento em “pavet” inaugurado também há um ano, e a EN6.
Após a cerimónia que terminou ao início da tarde, um grupo de comerciantes estabelecidas no Mercado «Casa Banana» – nome por que é conhecido mercado que se situa no entroncamento da via que dá acesso ao Nhangau/Savane e foi uma conhecida base da guerrilha contra o regime monopartidário – foi à sede de campanha de Daviz Simango, recém inaugurada na Munhava, oferecer ao candidato independente às próximas eleições autárquicas, um bolo pela passagem do primeiro aniversário do bazar e em reconhecimento ao edil por ter sido durante este seu mandato que está prestes a terminar que o mercado foi construído e apetrechado com frigoríficos públicos que permitem agora a conservação de peixe que dantes ou se estragava ou tinha de ser seco caso não fosse tudo vendido no mesmo dia em que era pescado e para li levado para comercialização.

(Fernando Veloso)

Fonte: Canal de Mocambique, 2008-10-20

sexta-feira, outubro 17, 2008

As manobras inconfessas duma ala da Renamo contra Daviz Simango (2)

Quem entende o grupo Mbararamos?

Quem entende o jogo do golpe palacial na Beira cujos executores directos são o coronel Fernando Mbararamo (na foto), os brigadeiros Faque Ferreira Inácio e Moisés Lucas Machava? Eu não entendo nada e desde as primeiras horas procurei entendê-lo através da Ivone Soares que é a porta-voz do Gabinete Central da Renamo, mas ela nega me esclarecer. Será por disciplina partidária ou por ser do grupo Mbararamos na sua luta contra a boa-governação e democracia em Moçambique?

O que é que querem os Mbararamos? Como irão eles pôr em prática o seu plano, já que a estratégia está falhando de ponto em ponto? No fim, não alugarão uns bandidos para pôr em causa a vida de Daviz Simango? O que está a projectar este grupo na verdade? Não está este grupo a criar instabilidade no país a olho nu de todos? Está-se a fazer a alguma coisa para a segurança de Daviz Simango?

E aqui recordo aos caros leitores alguns dos passos falhados do grupo Mbararamos:

1. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque não é histórico;
2. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque não distribui os bens do município aos renamistas históricos (talhões por exemplo);
3. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque é membro do PCN;
4. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque dá emprego aos familiares;
5. Daviz Simango é candidato rebelde;
6. Daviz Simango expulsou-se e a “Renamo” em conformidade do artigo 10 dos estatutos do Partido, facilitou-o na sua candidatura;
7. Aliás é o artigo 6 dos mesmos estatutos que evoca a expulsão de Daviz Simango.
8. Daviz Simango aliciou os munícipes, usando ilegalmente os fundos do município para apoiarem a sua candidatura;
9. Daviz Simango é interdito a usar os símbolos da Renamo, caso fizer, serão usadas as medidas leigais (?);
10. Daviz Simango está impedir a realização da sessão da Assembleia Municipal;
11. Daviz Simango deve ser processado por desvio de fundos, (quais fundos?), claramente para ser impedido a avançar com a sua candidatura em nome do povo beirense.
12. Daviz Simango é impugnado pelos Mbararamos e um alegado GRM (desmentido pelo seu fundador, o economista Francisco Masquil);

Que me ajudem a compilar alegações do grupo Mbararamos contra o reconhecidamente melhor edil de Moçambique, o Engo Daviz Mbepo Simango.

Como costuma dizer um bloguista da praça, estamos de olho...

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Apoie a candidatura de Daviz Simango a Presidente do Município da Beira

Grupo dos Mbararamos” desesperado na Beira

Mandatário de Daviz Simango esclarece posição do GRM

“O GRM até hoje não mandou nenhum documento a impugnar a candidatura do eng. Daviz Simango. Pelo contrário: o GRM está e continuará fiel à candidatura do engenheiro Daviz Simango”

Beira (Canal de Moçambique) O “Grupo dos Mbararamos”, como é popularmente designada a “facção” da Renamo na Beira que apoia a candidatura de Manuel Pereira a Edil local, interpôs um pedido de impugnação da candidatura do actual presidente do Município da capital de Sofala, engenheiro Daviz Simango, junto da sede do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Maputo. E tal pedido não foi só. Lucas José, porta-voz do STAE-Central já confirmou ao «Diário de Moçambique» que o «Grupo de Reflexão e Mudança», que patrocina a candidatura do “candidato independente” – o actual Edil – também interpôs pedido semelhante e como tal “já foi criada uma comissão” para analisar o mérito da “impugnação” . O mandatário de Daviz Simango desvaloriza a iniciativa e nega que haja qualquer carta oficial do GRM.
Augusto de Jesus Joaquim Passipanaca, mandatário do «Grupo de Reflexão e Mudança» e mandatário do Dr. Francisco Masquil, explicou ao «Canal de Moçambique» que “em 1998, aquando das primeira eleições autárquicas, o GRM conseguiu 42% dos lugares da Assembleia Municipal como «Grupo de Reflexão e Mudança», e assim este movimento cívico de munícipes da Beira conquistou 17 assentos dos 45, tendo sido os demais conquistados pelo Partido Frelimo”. Nessa altura a Renamo não concorreu. “E em 2003, nas segundas autárquicas, quem não concorreu foi o GRM. “Desta vez quando vimos o que sucedeu com o eng.º Simango, como um grupo de cidadãos que tem responsabilidades nesta cidade, entendemos dar cobertura à candidatura do actual Edil”.
“De novo eu sou o mandatário desta candidatura, mandatário do «Grupo Reflexão e Mudança» e agora também mandatário do eng. Daviz Simango. Viajei uma série de vezes para Maputo para legalizar a candidatura dele, pelo que qualquer documento que tenha de entrar na Comissão Nacional de Eleições ou no STAE tem de passar pelo mandatário e o grupo de Reflexão e Mudança é um grupo legalmente constituído, com órgãos. Não há-de ser alguém que a partir da casa dele escreve a dizer que está a impugnar a candidatura que poderá representar legalmente o Grupo de Reflexão e Mudança”.
Então como é que o porta-voz do STAE, Lucas José, está a dizer que de facto deu entrada lá uma carta, um “pedido de impugnação” do próprio Grupo de Reflexão e Mudança (GRM) a contestar a validade da candidatura do eng. Simango por proposta do Grupo de Reflexão e Mudança? – perguntou o «Canal de Moçambique» a Jesus Passipanaca. Ele diz até que já está criada uma Comissão para estudar o caso…
“O que eu sei e quero dizer e garantir é que o Grupo de Reflexão e Mudança não reconhece nenhuma carta que tenha saído dos órgãos legalmente constituídos do GRM para qualquer órgão de comunicação social ou para os órgãos eleitorais, CNE ou STAE. O GRM até hoje não mandou nenhum documento a impugnar a candidatura do eng. Daviz Simango. Pelo contrário: o GRM está e continuará fiel à candidatura do engenheiro Daviz Simango.
Entretanto, na manhã de ontem o «Canal de Moçambique» esteve com Mário Barbitos, um dos elementos da facção da direcção local da RENAMO que apoia a candidatura oficial do partido cujas bases estão claramente ao lado de Daviz Simango em contravenção com a decisão de Afonso Dhlakama. Barbitos falou-nos de “desvios de fundos” no Município da Beira e acusou Daviz Simango de ser protagonista desses “desmandos” ainda não levados à justiça.
Na conversa informal com Mário Barbitos este garantiu ao «Canal de Moçambique» que Daviz Simango “não vai ser permitido a concorrer”.
De fonte junto da Procuradoria da República na Beira o «Canal de Moçambique» apurou que houve uma “denuncia” contra Daviz Simango e deslocou-se de Maputo à Beira um elemento da PGR que já iniciou audições com funcionários graduados do Conselho Municipal para apurar matéria para acusação.
O Edil Daviz Simango disse-nos não estar preocupado com as iniciativas que segundo ele têm por objectivo distrair a sua candidatura das acções relativas às eleições.
Na Beira, diversos cidadãos de vários extractos sociais e em diferentes bairros da cidade dizem que Daviz Simango vale pelo que fez, pelo “grande trabalho que fez pela cidade” e não estão preocupados “com essas coisas”. O sentimento pode-se dizer quase generalizado é de que quanto mais acusam Daviz Simango mais endurece a cortina de cidadãos em torno dele. O efeito perverso que se pretende com as acusações a Simango estão a provocar reacção e a funcionar em seu favor.
Entretanto chegaram ontem à Beira o SG do partido Frelimo, Filipe Paunde, e Edson Macuacua, secretário do Comité Central para a Mobilização e Propaganda.

(Fernando Veloso)

Fonte: Canal de Moçambique

O Insolito Acontece na Beira!

Por Manuel de Araújo

Num acontecimento sem precedentes na recente historia das relacoes entre partidos politicos em Mocambique, o chefe da bancada da Frelimo no Municipio da Beira, Mateus Saize, rasgou elogios ao Secretario Provincial da Renamo Fernando Mbararano, alegadamente por ter exposto a publico a ma gestao e corrupcao do actual edil do Municipio da Beira.

Comeca a ficar evidente que existe uma confluencia de interesses e ate aparente colaboracao entre faccoes da Renamo e da Frelimo, pelo menos ao nivel da cidade da Beira.

O primeiro episodio publico teve a ver com o afastyamento do assessor de imprensa do actual edil do Municipio da Beira de nome Alex, que segundo fontes fidedignas foi denunciado por elementos da Renamo aos seus 'parceiros'da policia da Republica de Mocambique, o que levou a extradicao de Alex para o Portugal.

A segunda 'colaboracao' publica occorreu quando a Policia de Intervencao Rapida, vulgo PIR, foi convidada pela faccao Mbararano para desalojar os membros da Renamo que haviam 'tomado de assalto' a sede da Renamo no populoso bairro da Munhava. Como nao deixaria de ser, o 'convite'foi prontamente aceite e os 'invasorers'devida e convenientemente'escorracados da sede.

A de ontem, transmitida em directo pela TVM no seu noticiario vespertino, e repetido esta manha foi a terceira, pelo menos a que tivemos conhecimento.

Face a este desenrolar de acontecimentos comeca a ficar claro que pelo menos ao nivel da Beira existe uma confluencia de inrteresses entre os dois maiores partidos ou faccoes deles com o objectivo de inviabilicar a vitoria do actual edil do municipio, Davis Simango.

Portanto uma victoria de Simango sera ao mesmno tempo uma derrota de faccoes da Renamo e da Frelimo simulrtaneamente! Conseguira o jovem edil vencer os dois maiores partidos historicos no pais?

A acontecer, este fenomeno mudaria completamente o cenario politico no pais criando um terramoto sem precedentes pois mostraria que afinal de contas os dois partidoes sao venciveis e que uma terceira via e possivel.

Estas autarquicas ainda vao aquecer! Estamos aqui para ver e ouvir!
Retirado na sua íntegra do blog de Manuel de Araújo.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Alunos expulsos da escola por terem colado uma foto

Segundo a imprensa moçambicana os alunos Silvério Baptista e Taibo Luís da Escola Secundária da Manga, na Beira, cujo director é Domingos Maridzane fora expulsos da escola por terem colado a foto do actual presidente daquele município.

Colar uma foto de um candidato ou partido político numa instituição de ensino, sobretudo na altura de pré-campanha e campanha, pode ser ilegal segundo a lei eleitoral, no seu artigo 25, alínea d, já que se pode interpretar como uma propaganda eleitoral.

Entretanto, será que este nível de transgrissão da lei possa custar à expulsão de um aluno, digamos de uma criança da escola? E se sim, porquê os que na mesma escola colaram a foto do actual Presidente da República não foram expulsos e nem sequer foram repreendidos?

terça-feira, outubro 14, 2008

Em homenagem ao professor moçambicano (2)

Abaixo vem um artigo dum professor publicado no Jornal Notícias. O professor José Manuel Andrade que se sente orgulhoso pelo sucesso dos seus alunos tem emoções iguais as minhas.

Sempre, eu disse que o meu orgulho está nos meus alunos porque são o resultado do meu trabalho. Não fiz tudo de bom na minha vida e até recordo-me do que não foi boa coisa. Recordo-me, por exemplo, que já expulsei alguns alunos da escola devido ao "mau comportamento" e, eu reconheço como o meu grande erro, embora eu tenha dificuldades de convencer nisso a muitos, sobretudo, a alguns professores. O que prova para mim que foi um erro, é pelo facto de eu ter feito o contrário com outros alunos e daí terem tido alcançado um resultado de que hoje me orgulho. Quando me recordo de pessoalmente ter ido buscar da casa dos pais, um aluno que frequentando a terceira classe havia desistido da escola, para depois vê-lo licenciado em psicologia e depois director provincial, aí reside o meu orgulho. Aliás, até foi o aluno que nunca se esquecia deste facto. Mas quando encontro um meu ex-aluno que não tenha obtido sucessos que me orgulhassem, pesa-me a culpa.


Eis o artigo retirado na sua íntegra do Jornal Notícias:

Por: José Manuel Andrade

Uma homenagem merecida ao professor moçambicano

SR. DIRECTOR!

Ficaria imensamente grato e feliz em ver publicado no prestigiado jornal que V.Excia dirige o trabalho a seguir apresentado em homenagem ao “professor moçambicano” pela passagem de mais um aniversário do seu dia – 12 de Outubro de 2008. Professor! Quem não conhece esta palavra? Quem não a sabe pronunciar? Ninguém! Ninguém!

O professor é o homem ou mulher; jovem ou adulto que instrui, forma e educa o homem. É aquela pessoa que de giz na mão e sabedoria vai abrindo as cabeças com a ciência, a técnica, a história, a moral.
O professor é a estrada por onde todos passam.
O que seria uma machamba sem a enxada?
O autor destas linhas tortas é professor. Vou narrar uma história passada comigo, ou melhor, passada com todo o professor moçambicano.
Alguns meus amigos quando estamos a conversar amenamente ou em convívios dizem:
- Zé Manuel, muda de profissão. O teu salário não chega para comprares uma cerveja. Bebe lá esta. Estás a ver. Nós ganhamos bem. Temos carro, e tu? Muda de profissão. O professor ganha mal, tem salário miserável. O Governo não reconhece o professor, a sociedade não vos liga. Tu, Zé Manuel, já dás aulas há muito tempo. O que tens? Nada. Vestes e calças “calamidade”, mal lanchas porque o teu mísero salário não chega para nada. Estes tipos de “batuque e maçaroca” não vos reconhecem. Estão se marimbando para vocês. Sempre prometem mas nunca cumprem. Olha para os batuqueiros: bem gordos, barriga para fora sem fazerem nenhum. Só reuniões, passeatas, congressos, cortes de fita e os professores na sarjeta (desculpem o termo). Não são só vocês. É todo o povo em geral.
Escuto, olho para eles e para mim mesmo, e digo que a cabeça deles está oca. Não sabem quão é importante e útil o professor na sociedade.
Depois de um bate-papo e uns copinhos, vou para a minha “toca” descansar porque a noite já era adulta. No banho, reflicto sobre a conversa que travei com os meus amigos e gravei na minha massa cinzenta as seguintes passagens: “o professor não é nada”. Ganha mal. Ele não é reconhecido pelo Governo e pela sociedade. Torno a pensar e desabafo:- Eu instruo crianças, faço delas homens do amanhã, ensino a ler, a escrever, a ciência, sei e vejo que a criança, o jovem, o adulto já sabem e aplicam na vida os conhecimentos adquiridos. Quando tempos depois reencontro com os meus alunos e pergunto-lhes o que fazem, surgem inúmeras respostas: estou a estudar na faculdade. Já sou técnico electrónico, enfermeira, director, extensionista, agrónomo, doutor, engenheiro, técnico de construção civil, etc, etc, fico tão emocionado que o meu coração bate com tanta força de alegria. E num ápice vejo que fui e sou útil; que fiz e faço alguma coisa para a sociedade. Sinto-me orgulhoso por este trabalho de ensinar, de educar.
Volto à ribalta da conversa dos meus amigos e em voz bem alta, digo: sou mais importante que eles. Sinto-me realizado porque transformo o homem. Um dia vou dar uma aula de verdade a eles.
É feliz, estimulante, honroso, gratificante, estar diante de 50, 60, 70 e até 80 crianças, muitas vezes sem condições materiais e com uma “voz de mãe” transmitir-lhes o saber para serem homens do amanhã.
Volto para cama mas não conseguia dormir: um bichinho roía-me os miolos. Levanto-me bêbado de sono e em voz bem alta para toda a sociedade ouvir, grito:
- Não vou vacilar. Continuo a ser “professor” para transformar a matéria-prima humana e produzir quadros para desenvolver esta nossa querida “Pátria Amada”. Melhores dias virão.

Parabéns professor moçambicano!

segunda-feira, outubro 13, 2008

Mais uma demissão em consequência da expulsão de Daviz Simango

A cabeça dói, a consciência pesa, tudo pesa a todos aqueles que são escrupulosos e membros e simpatizantes da Renamo quando actos anti-democráticos e sobretudo anti-boa governação, de ódio ao povo e, sobretudo, de recusa de levar o partido ao poder se praticam. Para quem não é membro nem simpatizante é fácil agir e nem precisa de ter vergonha por este tipo de actos. Para quem é membro senior é preciso distanciar-se destes actos para lavar as mãos. Uma das maneiras mais clara, tem sido demitir-se de cargos continuando militar no partido. Assim, um dos que numa conferência de imprensa anunciou a sua demissão, é Agostinho Ussore (na foto), ora assessor político de Afonso Dhlakama.

Eis o artigo do Canal de Moçambique

A “Perdiz mor” está a ficar depenada

Agostinho Ussore demite-se

• Mais um assessor político de Dhlakama dá a cara e confirma demissão deste cargo

•Agostinho Ussore, quando interrogado sobre o que lhe terá dito o presidente da Renamo ao tentar persuadi-lo a falar com Daviz, disse que Dhlakama alegou que “tratou-se de uma decisão política e que este não era o momento para conversar com Simango”.

Beira (Canal de Moçambique) – Agostinho Ussore, quadro sénior prestigiado da Renamo decidiu dar a cara e confirmou na última sexta-feira que se demitiu das funções de assessor político de Afonso Dhlakama.
Falando numa conferência de imprensa que convocou a propósito na Cidade da Beira, Agostinho Ussore, que actualmente é deputado da Assembleia da República pela bancada da Renamo-União Eleitoral, disse que submeteu ao gabinete de Afonso Dhlakama a sua carta de pedido de demissão no passado dia 2 do corrente mês.
“A coisa tem estado a correr por aí no estilo de fofoca, como boato. Todos sabem que eu sou residente na Beira e todos os membros do partido me reconhecem como assessor político do presidente da Renamo. Por isso queria aclarar que efectivamente pedi a minha demissão das funções de assessor do presidente. Continuo membro do partido Renamo mas sem exercer as funções de assessor político”, explicou o deputado Ussore.
Ussore reagia na Beira ao pronunciamento feito há dias numas das televisões nacionais pelo porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, dando conta que Agostinho Ussore já não era assessor político de Afonso Dhlakama desde 2004, altura em que este foi eleito como deputado da AR, tentando desse modo desvalorizar o pedido de demissão formal interposto no Gabinte do presidente do partido.
Instado a explicar-se sobre os motivos que o levaram a tomar aquela decisão, Ussore sustentou que “qualquer dirigente que assume qualquer função, deve saber quando é que é útil, e quando é que não é útil, e quando naturalmente os seus préstimos não são úteis, a boa coisa que um homem com sensatez deve fazer é demitir-se, pôr à disposição as funções de modo que uma outra pessoa, talvez com melhores qualidades, possa ser indicada para o mesmo lugar”.
Aquele quadro sénior da Renamo concedeu a conferência de imprensa nas instalações onde funciona o gabinete do candidato independente à presidência do Município da Beira, engenheiro Daviz Simango, no Bairro da Munhava.
Ussore também aproveitou a circunstância para deixar claro que ele próprio apoia a candidatura à sua própria sucessão do actual edil da Beira.
Sobre esta questão, Ussore contou ainda que nestes dias que antecederam a sua demissão procurou localizar os dirigentes da Renamo tanto ao nível provincial de Sofala como da Cidade da Beira mas não os encontrou.
“Procurei encontrar-me com os dirigentes do meu partido, mas não estou a encontrá-los. Estamos na fase de pré-campanha dos candidatos para as eleições autárquicas e não sei onde está o candidato indicado pela direcção da Renamo. Mas pude encontrar-me com os membros da Renamo que estão a apoiar o candidato independente Daviz Simango” referiu Agostinho Ussore.

PCN foi criado para reforçar a Renamo

Tendo já sido membro da Partido de Convenção Nacional (PCN), o demissionário das funções de assessor político de Afonso Dhlakama e agora membro da Renamo para além de deputado pelo partido à Assembleia da República, teceu também algumas considerações sobre quais foram os objectivos que nortearam a criação do Partido de Convenção Nacional, PCN, organização que neste momento e desde há muito está inactivo.
No entender de Agostinho Ussore que antes de se filiar na Renamo, chegou a ser o secretário provincial do PCN em Sofala, “o PCN existiu como uma força constituída por um grupo de pessoas que estavam cá nas cidades. Foi criado como uma força que, na altura, a ideia era ser uma força de retaguarda, na clandestinidade, constituída em termos de partido ou organização quando se introduziu o multipartidarismo. Serviria mais tarde de reforço das fileiras do partido Renamo, e foi isso que exactamente aconteceu” referiu o deputado, ao pretender deixar claro que não está filiado à Renamo “na qualidade de membro de um partido da coligação PCN-Renamo” como se diz. “Estou na Renamo como membro do partido Renamo” vincou alegando que o PCN não está activo.
Agostinho Ussore reafirmava assim o seu vínculo à Renamo. E o que simplesmente aconteceu, como também explicou foi que ele, como político, juntou-se às vozes que criticam a maneira como a direcção da Renamo afastou Daviz Simango como candidato da "perdiz" no Município da Beira, tentando a certa altura, na sua qualidade de assessor político de Dhlakama, persuadir o líder da Renamo a conversar com o actual edil da Beira tal como fez quando Daviz Simango foi o preferido em 2003 como candidato da Renamo na Beira, concorrendo e vencendo.
Agostinho Ussore, quando interrogado sobre o que lhe terá dito o presidente da Renamo ao tentar persuadi-lo a falar com Daviz, disse que Dhlakama alegou que “tratou-se de uma decisão política e que este não era o momento para conversar com Simango”.

Daviz Simango continua a arrastar multidões na Beira

Entretanto, enquanto se agudizam as clivagens no seio da direcção da Renamo com Dhlakama a ficar isolado e sem os seus conselheiros sem que se conheçam os novos dos seus substitutos, na Beira o cenário é outro. Assiste-se a uma massa de membros e simpatizantes da Renamo unidos esmagadoramente em torno do candidato independente Daviz Simango continua a "arrastar" multidões em quase todos os locais por onde tem estado a passar de visita e nas suas actividades profissionais. Mas, nos últimos dias, Simango remeteu-se ao silêncio nos contactos com a comunicação social. Tem andado por várias zonas da Cidade da Beira. Em jeito de pré-campanha e de forma informal vai mantendo contactos com populares alertando-os para o grande "embate" que os espera no dia 19 de Novembro de 2008.
Nas suas movimentações Daviz Simango visitou a semana passada diversos bairros da Cidade, mercados formais e informais e manteve encontros com crentes de diversas crenças religiosas, mas sobretudo com jovens que o tem estado convidar para "um dedo de conversa" e a manifestar, em algumas áreas de forma surpreendente, apoio à sua candidatura.

(Zaqueu Ndawina)

Fonte: Canal de Moçambique 2008-10-13 e foto retirada do Jornal Notícias.

Em homenagem ao professor moçambicano (1)

Para continuarmos a homenagear o professor moçambicano, vou postar aqui ou dar referência sobre alguns artigos alusivos a 12 de Outubro – Dia do Professor. Assim, começo por este excelente artigo de autoria de Jonathan McCharty e publicado no Desenvolver Moçambique.

Por Jonathan McCharty

"O professor medíocre descreve, o professor bom explica, o professor óptimo demonstra e o professor fora de série inspira"
William Arthur Ward

Conforme Séneca “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”, e hoje celebramos o dia desta classe profissional que dedica e tem em suas mãos a tarefa árdua de formar os habitantes desta nação a serem cidadãos e agentes do progresso social, científico e económico. É árdua porque sabemos das precárias condições de trabalho a que se encontra votado o professor, nao só em termos de salários magros e usualmente pagos após longos períodos de espera, mas também pelas infraestruturas degradadas, turmas superlotadas e fundamentalmente porque, como diz Carlos Drummond, “a educação visa melhorar a natureza do homem, o que nem sempre é aceite pelo interessado”. Essa desmotivação dos alunos, para nosso desalento, tem vindo a ser exponencialmente exacerbada pela recente introdução das polémicas passagens automáticas. Leia + aqui

sábado, outubro 11, 2008

ESTE BLOG APOIA DAVIZ SIMANGO

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As manobras inconfessas duma ala da Renamo contra Daviz Simango (1)

Escrevi há dias um artigo, falando sobre a parte do percurso de Dom Manuel Vieira Pinto com o título: Uma revolução não se trava com as mãos. Reconheço que o meu artigo tem um título muito ambíguo. Contudo, é importante que não se interprete como se eu quisesse dizer que uma revolução não se faz com as mãos, pois muitas revoluções são feitas por essa via.

Pura e simplesmente eu devia ter repetido o nosso ditado, segundo o qual, o sol não se tapa com a peneira. A ala da Renamo a qual é sustentada pelo próprio líder, está ultimamente a tentar tapar o sol com a peneira, sem sequer dar em conta que é ela que se deteriora cada vez mais. A tal ala não tem em conta que as suas acções, estão estendendo a crise da Beira para todo o país. Aliás, tal igual tenho dito, esta ala não entendeu ainda que a sua incoerência mais afectará outras partes do país que a Beira que já tem uma boa opção.

Armindo Milaco, chefe nacional de mobilização da Renamo, foi há dias para a cidade da Beira para desmobilizar ainda mais, diga-se afugentar o potencial eleitoral, reforçando assim a máquina eleitoral de Daviz Simango. Sair do Maputo para Beira para ir dizer que Daviz é popular na Beira porque aliciou os munícipes, usando ilegalmente os fundos do município, só cabe na cabeça de pessoas sem escrúpulo.

Será que Milaco, uma vez delegado provincial da Renamo (penso que ele foi isso em Cabo Delgado) e um dos que teve um importante papel nas últimas eleições de Mocímboa da Praia, tem experiência de aliciamento de eleitores em Moçambique? Será que Armindo Milaco pode nos revelar o valor monetário mínimo para aliciar a um eleitor? Há no mínimo 50 % de certeza que quem receba tal valor irá votar no aliciante?

Não será que Armindo Milaco, em “promoção” à recandidatura de Daviz Simango, deixou a ilação de todos que vencer a Daviz na Beira era tarefa difícil, pois pelo seu trabalho durante os cinco anos da sua governação, Daviz penetrou no coração de muitos beirenses? Não será isto o que sem complexo, Lourenço Bulha declarou?

quinta-feira, outubro 09, 2008

Papagaios sem penas ou «Perdizes» prestigiadas?

Editorial: Renamistas o que querem ser?

Afonso Dhlakama foi uma esperança para este país e pelo que deu da sua vida para que hoje todos possamos falar, escrever, reunir, empreender livremente, deve merecer o respeito de todos nós. Até aqueles que há umas décadas, embora sendo da Frelimo, isto é estando do lado certo do conflito, temiam ter propriedades ou ousar enriquecer, temiam os campos de reeducação, temiam os fuzilamentos de quem se arriscasse a contrariar um punhado de ditadores inconfessos ou de quem defendesse os “maus costumes capitalistas”, até esses da própria Frelimo que viviam de uma forma geral apavorados com a falta de liberdade, se forem sérios não têm como não estarem reconhecidos a Afonso Dhlakama e aos que o acompanharam na epopeia contra o regime déspota e absolutista que se instalou uns anos depois da Independência, pesem outros feitos.
Mas o facto dos moçambicanos já termos embarcado uma vez na senda dos libertadores que depois se apoderaram de tudo e começaram até a impedir os demais de usufruir de direitos fundamentais, obriga-nos a sermos exponencialmente mais severos e intolerantes para com aqueles que se julgam a certa altura omnipotentes.
Quando as coisas chegam a este ponto, os ingénuos geralmente pedem coerência, mas a coerência, ao ponto a que as coisas chegaram na Renamo, não pode servir para que se vacile um minuto que seja. Obriga antes a que se diga com todas as letras e publicamente o que já se tornou inevitável: Dhlakama deixou de ter condições para poder aspirar a presidir a República de Moçambique. A menos que tenha uma carta escondida – que não parece ser o caso – está visto que já é uma carta fora do baralho.
Ninguém no seu juízo perfeito pode continuar a crer que quem “fura os pés” dele e dos que o rodeiam com a sua própria AKM, tenha condições para governar um país. Mais a mais sabendo-se quão próximo está ele de o conseguir sempre que é ele próprio a fazer o que mais elementarmente se devia deixar de fazer para poder lá chegar.
Quanto a nós está já totalmente fora de hipótese Afonso Dhlakama poder chegar alguma vez a ser inquilino da Ponta Vermelha. À força, talvez, mas isso só confirmaria que ele perdeu a cabeça e já não sabe o que anda a fazer. Por via do voto, podemos apostar agora que não chegará lá nunca. Ou dá um golpe de mestre e faz uma revolução de quadros no partido e ainda pode ser que se salve deste descrédito em que caiu com o caso do Edil da Beira, ou está definitivamente perdido.
Quem pode acreditar num homem que hoje só está a ficar com bajuladores e incompetentes à sua volta?
Quem pode acreditar que um partido que está empenhado em construir a democracia não respeite os seus próprios estatutos?
Quem pode acreditar em boa governação a cargo de alguém que não sabe governar a sua própria organização?
Quem pode confiar e apoiar um homem que se junta a pessoas sem provas dadas, gente que nem é capaz de mostrar destreza na governação dos seus bens pessoais?
Quem pode admitir que uma Renamo “depenada” possa governar Moçambique?
Quem pode prometer higiene numa casa e, simultaneamente, quando quem está a ver chegar o dia da família crer que vai passar a viver numa casa limpa vê antes o próprio chefe da família a entornar propositadamente o penico em plena sala de visitas?
Quem pode querer ser visto como doido à semelhança de quem não se importa de por o seu clube na 3.ª divisão só para ele poder continuar a ser o boss da colectividade?
Estas perguntas são apenas alguns desabafos para evitarmos ir mais ao fundo da questão.
Poderíamos por exemplo perguntar ao delegado provincial da Renamo em Sofala, Fernando Mbararamo, se ele ou os seus antecessores alguma vez prestaram contas aos membros do seu partido dos dinheiros que consomem deles.
Poderíamos perguntar a Dhlakama se alguma vez apresentou contas aos membros do partido das avultadas verbas que recebe do Estado em contrapartida pelos 90 deputados que mantém nesta legislatura na Assembleia da República.
Preferimos antes perguntar ao Secretário Geral da Renamo se ele já terá feito algum esforço para que as contas do partido sejam apresentadas aos seus membros e ao seu presidente.
Preferimos perguntar aos soldados e oficiais que lutaram para que a Renamo se prestigiasse ao ponto de ser hoje um partido fortemente implantado no seu país, se foi para a Renamo chegar a este estado que eles lutaram.
Também não podemos concordar que a Renamo tenha chegado ao ponto de descrédito a que está a chegar, por culpa, apenas de Afonso Dhlakama.
Não concordaremos que amanhã se diga que as culpas todas da derrocada da Renamo cabem ao presidente Afonso Dhlakama. É preciso que todos assumam a sua quota parte de responsabilidade se nada começarem já a fazer. Fugir não é a solução. Ninguém poderá acreditar também nos que fogem da Renamo ao primeiro embate. Que estofo nos demonstrarão ter para governar Moçambique? A vida tem contrariedades. Tem altos e baixos. É preciso lutar para se estar sempre a subir.
A Renamo tem hoje muita gente que bem pode governar o país. O que sucede é que tem uma liderança imprevisível e estonteada – não se entenda apenas Dhlakama – que faz com que até os militantes e simpatizantes ferrenhos nos digam que têm medo que o Partido chegue ao poder nestas condições actuais.
Dhlakama tem de reflectir urgentemente e decidir de uma vez por todas se quer ir definitivamente para a sarjeta da História ou se quer reabilitar-se e permitir que o seu partido volte a trilhar caminhos que permitam que se veja na Renamo um partido responsável e capaz de governar Moçambique.
Os membros da Renamo em todo o País, também deveriam seguir o exemplo das “bases” na Beira que estão a dar sinais claros que a Renamo tem potencial para ir em frente pois está pejada de membros que sabem o que querem e sabem quem pode nesta fase levar o partido a novas glórias impedindo que se transforme num bando de papagaios de penas rapadas em vez de uma perdiz vistosa e prestigiada. (x)

Fonte: Canal de Moçambique2008-10-09 06:16:00

Artigo 6 dos Estatutos da Renamo (1)

No dia 21 de Setembro perguntei à minha amiga Ivone Soares, no seu politicando, sobre o teor do artigo 10 dos estatutos da Renamo por ter evocado na expulsão de Daviz Simango da Renamo.

No dia 25 do mesmo mês a Ivone respondeu-me que a base era o artigo 6 dos mesmos estatutos. Hoje continuei a perguntar-lhe sobre como os que o expulsaram, interpretaram e interpretam esse artigo 6.

Eis o artigo 6 dos estatutos da Renamo:

PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS

A organização e prática do Partido são democráticos assentado em:

1. Liberdade de expressão, de discussão e reconhecimento do pluralismo de opiniões nos órgãos próprios do Partido;

2. Eleição, por voto secreto, dos titulares dos órgãos do Partido;

3. O respeito de todos pelas decisões da maioria, tomadas segundo os presentes Estatutos.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Bulha faz campanha em locais interditos pela lei eleitoral

O artigo abaixo é de autoria do A TribunaFax, na edicão nr 816, de 7 de Outubro do corrente ano. Leia, tire ilacões e comente. Eis o texto na sua íntegra:

Bulha em pré-campanha na Beira

BEIRA — O partido Frelimo já iniciou, em Sofala, a apresentação pública dos seus candidatos, tendo, numa primeira fase, começado a apresentação dos candidatos de dois municípios: Beira e Dondo, onde concorreram, Lourenço Bulha e Manuel Cambezo, respectivamente, com Bulha a visitar confissões religiosas, designadamente, a Igreja Metodista Unida de Moçambique.

Bulha diz-se firme e confiante, na vitória, nas eleições autárquicas agendadas para o próximo dia 19 de Novembro. Na sua apresentação pública, pediu à população da cidade da Beira, para estar unida, de modo a dar uma nova imagem à autarquia.Na Igreja Metodista Unida de Moçambique da Beira, Bulha participou na missa de acção de graças, onde, para além de ter pedido voto, em jeito de uma pré-campanha, disse que tem um manifesto eleitoral que vai melhorar as condições em que se encontra, actualmente, a cidade da Beira. “Não vou falar muito. Apenas, estou aqui para responder ao vosso convite e dizer que a Frelimo me escolheu para concorrer à presidência do Município da Beira e já tenho muito projectos, mas, quando chegar a altura, voltarei para aqui, com o intuito de divulgar os projectos que a Frelimo tem, para esta cidade”, disse Bulha.

A pré-campanha de Bulha não terminou por aqui. Na última quarta feira, foi visitar o centro de saúde urbano, localizado, no populoso bairro da Munhava, avaliado em 480 mil dólares, tendo dito, na ocasião, que a entrega daquela infra-estrutura para a população da Munhava fazia parte de uma promessa feita pelo Chefe de Estado, em 2004, quando da sua campanha eleitoral.

“A entrega deste hospital faz parte das promessas que o Presidente Armado Guebuza fez, em 2004, e vai contribuir para as melhorias da saúde para a população da Munhava e outros bairros”, disse a fonte.

Bulha referiu que a Beira terá, dentro dos próximos anos, um hospital geral a ser construindo, no bairro da Manga Mascarenha, facto que vai descongestionar o Hospital Central da Beira.

“Se, até hoje, as obras não iniciaram, é que o governo da Frelimo está, ainda, à procura de dinheiro para sua execução”.

Na Praia-Nova, que, há dias, sofreu um incêndio, onde foram devoradas mais de 20 casas, deixando famílias ao relento, Bulha ofereceu diverso material de construção, composto por chapas de zinco, rolos de plásticos, estacas e pregos, material que, segundo o candidato da Frelimo, resulta da contribuição dos membros do seu partido.

Recorde-se que o incêndio da zona da Praia-Nova, na cidade da Beira, ocorreu, no passado dia 28 de Julho, tendo deixado, em cinzas, 20 casas, matou duas pessoas e foi provocado por dois homens que disputavam uma mulher. O aparecimento público do candidato da Frelimo para as eleições de Novembro atrapalhou o candidato da Renamo, Manuel Pereira e o grupo de Reflexão e Mudança que suporta a candidatura de Daviz Simango. (AM/)