sábado, fevereiro 27, 2021

Momentos de tristeza são também momentos de reflexão

Por António A. S. Kawaria

Tendo em conta a participação massiva das cerimónias fúnebres de Mahamudo Amurane, em 2017, de Afonso Dhlakama em 2018 e de Daviz Simango, hoje 27.02.2021, antecedidas de manifestação de dor e consternação de moçambicanos dentro e fora de Mocambique, é importante reflectir sobre::

1. Se toda aquela gente, em massa, é sem cor partidária e nem linha de pertença entre oposição e partido governamental, então, os moçambicanos convivem e querem conviver entre eles; inequivocamente os moçambicanos amam o multipartidarismo, o pensar diferente.

2. Se nós moçambicanos amamos o multipartidarismo e o pensar diferente, ACHO que é legítimo questionarmo-nos sobre os promotores das brigadas de morte, em tempo de campanhas eleitorais.

3. Se as massas que participaram nas cerimónias fúnebres daqueles três políticos forem a MAIORIA QUALIFICADA (acima de 2/3, quero eu dizer) de membros e simpatizantes de partidos da oposição, então, esse é também o verdadeiro reflexo (na minha opinião) da vontade do eleitorado moçambicano.

4. Se esse for mesmo o reflexo do eleitorado moçambicano, remata-se um aviso aos organizadores das eleições. Portanto, há que evitar o LEGALISMO para esmagar a maioria. CUIDADO!

5. Se as massas participantes das três cerimónias fúnebres for de mais de dois terços (2/3) de membros e simpatizantes de partidos da oposição, é claro que é uma manifestação de perda de seus líderes e pode até ser de UM LÍDER da oposição. Sendo assim, seria falta de qualquer prudência para quem é do partido no poder, continuar com "Quem não é da F é com ele". Na minha pobre análise, os moçambicanos estão QUERENDO um verdadeiro líder da oposição e um dia vai aparecer. VAI APARECER a curto ou longo prazo!

6. Se naquelas massas há também muitos membros do partido no poder, os moçambicanos estão precisando de uma APARTIDARIZACÄO do Estado, das instituições do Estado. Obrigá-los para ter cartão dum partido é criar ou alimentar ódio com consequências incalculáveis no futuro.
...
Nota: 1) as reticências são para dizer que reflictam comigo. Acrescente ou retirem algo da minha reflexão.
2) Referi-me de três políticos e dois deles presidentes de municípios, mas eu podia também incluir morte de alguns cidadãos e activistas sociais ou simples cidadãos ao serviço do Estado Moçambicano, sobretudo desde os anos 90. Falo da manifestação de dor e consternação pela morte de Carlos Cardoso, António Siba-Siba, Gilles Cistac, Anastácio Matavele, Juma Aiuba, entre outros.

quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Benjamina Chaves faria tudo isso sem confia impunidade?

 Os carros eram ou foram apreendidas pelo SERNIC, algumas das quais retiradas directamente dos ladrões.

Ex-directora provincial do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Benjamina Chaves, é acusada de desvio de mais de 200 viaturas é conluio com magistrados do Ministério Público e "Como moeda de troca, recebiam algumas viaturas de alta cilindrada".
Os carros eram ou foram apreendidas pelo SERNIC, algumas das quais retiradas directamente dos ladrões.

terça-feira, fevereiro 23, 2021

Quotas partidárias nas vagas públicas?

 Então, um Conselho Municipal anuncia vagas publicamente segundo rege a lei e uma organização de massas de um partido tem que ter uma quota nessas vagas?

Nota: O screemshot é do mural da Fátima Mimbire



segunda-feira, fevereiro 22, 2021

Descanse em paz companheiro Daviz (1)


Não sou pessoa de muitos formalismos. Isso até pode ser um meu lado fraco. Daviz aceitava essa minha maneira de ser. Lhe chamava de companheiro Daviz e me correspondia com sorriso e abraço: companheiro Antonio ou simplesmente António.

Portanto, enquanto partidários, nunca o chamei de Excelência Presidente do MDM porque sei que isso não existe.
Descanse em paz companheiro
A foto é da STV

segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Bullying racista e xenófobo - Marcolino Moco

 "O jurista e antigo primeiro-ministro Marcolino Moco insurgiu-se contra o que chamou de “bullying racista e xenófobo” à volta do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, e usou a sua conta no facebook para defender “uma clarificação dos conceitos de angolanidade e cidadania angolana”. In VOA

Tenho dito que um dos grandes problemas com grande parte dos partidários no poder em muitos países africanos é o extremismo e recurso à xenofobia. Para eles os que fazem parte, os membros e simpatizantes dos partidos no poder são os únicos patriotas, cidadãos com "agendas nacionais". É que se os partidos no poder fossem a pátria. Mas a questão quem são na verdade os que roubam nos seus países?

https://www.voaportugues.com/a/personalidades-angolanas-atacam-refer%C3%AAncia-do-mpla-ao-l%C3%ADder-da-unita-como-estrangeiro/5769613.html


sábado, fevereiro 06, 2021

A questão dos extremos - africanistas vs extrema-direita

 Na minha constatação, ainda que possa ser errada, os "africanistas" são iguais aos da extrema direita da Europa.

Parece que nós africanos, e infelizmente a camada juvenil africana em geral e moçambicana em particular, UMA EXTREMA, estar sedente por guerra fria, aquela que para nós mais velhos não nos deixa com saudades. Isso por um lado.
Por outro lado, parece estarmos com um movimento juvenil africano extremista correspondente ao dos países europeus. Observem que aqui não falo de Ocidente onde este movimento é combatido. Nos antigos países socialistas o movimento dos extremistas é mais aberto e perigoso.
O grande problema de África é de os mais velhos conscientes do perigo do movimento "africanista" pela semelhança da guerra fria, se aproveitam dele para chegarem ao poder ou se manterem nele. Muitos dos "africanistas" são bracos dos partidos no poder, exceptuando na África do Sul. Mas o caso da África do Sul é bem conhecido. Se Julius Malema fosse mocambicano, teria continuado na FRELIMO.
Nota: Tudo isto vem a propósito de apoio de muitos jovens ao Presidente da Tanzania na sua postura sobre a Covid-19.

Recolher obrigatório nas cidades de Maputo e Matola vs agentes da polícia assassinos

Não há nenhuma explicação que agentes da polícia levem uma cidadã da sua barraca, em nome de recolher obrigatório, para assassiná-la. Minhas condolências à família enlutada.

1. Se é na sua barraca significa que a cidadã tinha identificacão e se havia cometido alguma infracão, ela podia ser julgada em tribunal e não merecia uma execucão extrajudicial.

2. Se não apenas um agente mas dois ou mais que assassinaram a cidadã e nenhum deles denunciou, eu suspeito que esses agentes estavam no seu modus operandi.

3. Enfim, o recolher obrigatório nas cidades de Maputo e Matola podia ter uma vantagem sob ponto de vista da segurança dos cidadãos, mas parece que é contrário.

sexta-feira, fevereiro 05, 2021

Ainda sobre o clubismo e nepotismo no Porto de Nacala

Os nepotistas que abocanharam o Porto de Nacala estão usando uma táctica apelidando de tribalistas os seus críticos. Afinal quem são os tribalistas?

1. É normal que numa empresa de infrastruturas públicas como o Porto de Nacala, e, num país com cerca de 27 milhões de habitantes, de há mais de 40 anos de independência, como muitos quadros com experiência, a sucessão de directores seja entre familiares? Afinal o Porto de Nacala é uma empresa familiar?

2. Como é possível aceitar que vagas de simples conferente de contentores sejam preenchidas por familiares (sobrinhos e primos) de chefes a partir de fora de Nacala ou mesmo província de Nampula? É para considerarmos isso de normal?

3. Não basta que a Frelimo exclua quem não é da Frelimo, mas também os que não são familiares dos chefes e do grande chefe?

4. Que fique claro, que nós e eu em particular sabemos que Agostinho Francisco Langa Júnior é um pau mandado. O dono do jogo é o chefe dele. Langa Jr como não é burro, tira proveito disso.

Nota: a) Não reclamávamos o mesmo quando o regime colonial trazia portugueses de Portugal para ocupar vaga em detrimento de um negro mocambicano? Éramos racistas por reclamarmos isso e até nos levar a uma luta armada para acabarmos com isso?

António A.S. Kawaria

quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Democracia recua em África, Angola, Mocambique e Guiné-Bissau no grupo de regimes totalitários

Índice de Democracia 2020 da The Economist Intelligence Unit revela que Cabo Verde é o único lusófono com democracia e que houve retrocesso em todo o mundo…

Cabo Verde integra o grupo de seis “democracias imperfeitas”, juntamente com Botswana, África do Sul, Namíbia, Gana e Lesoto.

No lado oposto do Índice, estão 24 regimes totalitários, entre eles Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, grupo do qual constam este ano Mali e Burkina Faso.

Ler: https://www.voaportugues.com/a/democracia-recua-em-%C3%A1frica-angola-mocambique-e-guin%C3%A9-bissau-no-grupo-de-regimes-totalit%C3%A1rios/5763211.html


terça-feira, fevereiro 02, 2021

French navy already patrolling Mozambique Channel

 The French frigate Nivôse is already patrolling the Mozambique coast and on 24 January captured a dhow with 417 kg of methamphetamine and 27 kg of heroin, according to press in France, Reunion and Mayotte (26 Jan). The frigate carries a Panther helicopter which was used to stop the dhow.

Last October (this newsletter 504, 22 Oct) we reported that crystal meth is now being produced in Afghanistan and shipped via Mozambique along with the heroin. A common shrub known locally as oman that grows abundantly across northern and central Afghanistan contains a naturally occurring form of ephedrine, a key precursor required to produce methamphetamine. This lowered production costs, allowed local production of high quality crystal meth, and provides an important new income for Afghan peasant farmers.


Source: Mozambique News reports & clippings, 519 - 28 January 2021

segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Privinvest informa ao tribunal inglês que pagou milhões de dólares a Filipe Nyusi, Manuel Chang e ao partido Frelimo

 A Privinvest – empresa que vendeu equipamentos e serviços de protecção costeira ao Governo moçambicano entre 2013 e 2014 – confessou que pagou um milhão de dólares a Filipe Nyusi, sete milhões de dólares a Manuel Chang e 10 milhões de dólares ao partido Frelimo, numa longa lista de altas hierarquias do Estado que receberam dinheiro ilícito das dívidas ocultas que afundaram o País. (CIP)
Ler na íntegra aqui: 

John Magufuli arrisca as vidas dos tanzanianos

Hoje em conversa com uma cidadã do país vizinho cujo Presidente nega a existência coronavirus. Ela acaba de regressar desse país vizinho e irmão.

Ela: ali está-se a morrer de verdade e a continuar a postura do presidente não se pode saber a consequência final. Ela continua, o pior é que muitos tanzanianos acreditam no que o presidente diz e não tomam nenhuma cautela.
Ainda segundo ela, testes só se fazem em hospitais públicos e os resultados são sempre negativos, mas muitos que de lá saem e fazem testes noutro país, podem ter resultados positivos.
Nota: sempre pensei que os ministros eram mais conselheiros dum Presidente da República porque eles se nomeiam por conhecerem bem a área. Contudo, pelo que se diz, na Tanzânia é o Presidente que aconselha o ministro da saúde... E se fosse no Brasil, com certeza o ministro se demitia.