José Juga, delegado daquela formação politica em Sofala, que denuncia as prisões, diz que o país está a voltar ao monopartidarismo
Beira (Canal de Moçambique) – O administrador do distrito de Chemba, na província de Sofala, está a impedir o livre exercício de actividades políticas a cidadãos moçambicanos na área jurisdicional onde exerce as suas funções. Ao mesmo tempo, ele mesmo está a fazer política, se bem que se trate de uma figura do aparelho administrativo do Estado com dever constitucional de tratar todos os cidadãos por igual. Quando é sabido que todos os dias, aos militantes do partido Frelimo é permitido fazer política livremente mesmo nas horas de trabalho e até dentro das repartições públicas – onde voltaram a funcionar já células daquela formação política – Jorge Daul está a mandar prender militantes de outros partidos alegando que andam em campanha eleitoral.
José Luís Juga, do PDD, é quem faz todas estas acusações pelo facto de haver seus correligionários presos às ordens do administrador de Chemba. Fala mesmo em regresso ao monopartidarismo, tempo em que os mais elementares direitos humanos eram violados numa dimensão que conduziu à revolta em tão grande escala que acabou em guerra civil generalizada.
Jose Luis Juga, presidente interino da comissão politica do PDD em Sofala, disse em entrevista ao «Canal de Moçambique» que os seus correligionários se encontram neste momento nos calabouços às ordens do administrador de Chemba, Jorge Daul, devido a actividades politicas.
Juga, disse desconhecer o número exacto de militantes do seu partido detidos. Estima serem cinco. Diz que as dificuldades de comunicação impedem de saber quantos estão presos. Fala em cinco “porque era o número de pessoas de uma brigada que foi a algumas zonas de Chemba fazer trabalho político”. Disse que aos mesmos “foram confiscados” símbolos, designadamente a bandeira do PDD e outros materiais, concretamente «t-shirts» com a figura de Raul Domingos, presidente do partido dos encarcerados a nível nacional.
Para Juga, o administrador de Chemba está a atropelar a constituição que garante liberdade para o livre exercício de actividades politicas. “O administrador alega que os nossos membros estavam a afazer campanha eleitoral. Será que estão a decorrer naquele distrito eleições onde a lei eleitoral esteja a ser violada?”, questiona Juga. Acrescenta que “em nenhum momento o nosso partido foi lá com a intenção de fazer campanha eleitoral”. “O que estão a fazer é procurar intimidar o PDD que está a exercer livremente as suas actividades politicas, sem atropelar lei alguma”.
Juga, um ex-secretário da Frelimo na Beira, diz que o PDD já iniciou diligências para que sejam soltos os seus membros que ele afirma estarem ilegalmente detidos.
O presidente da comissão executiva do PDD em Sofala afirma que jamais o seu partido se deixará intimidar pelos actos praticados pelo administrador Jorge Daul.
“Ele (o administrador) está a semear terror no seio do nosso partido. Os nossos membros têm receio de trabalhar porque são perseguidos. Assim não dá. Veja que nos arrancaram material como bonés, bandeira do partido, por alegadamente estes serem produtos de campanha eleitoral. Temos visto os militantes da Frelimo e outros partidos a exercerem as suas actividades políticas, usando, entretanto, estes materiais que foram usados nas eleições passadas…”
Juga acrescenta ainda que “em Chemba, falar de partidos politicos da oposição é crime”. “Isso contrasta com o Estado de Direito”. “ ... O administrador de Chemba tem o apetite do regresso ao monopartidarismo”, acusa Juga. “Ele tem estado a intimidar as pessoas que aderem aos outros partidos. Proíbe içar bandeiras de outras formações politicas, usa a polícia comunitária para reprimir as pessoas, instrumentaliza os régulos para fazerem perseguições a pessoas que não são da Frelimo”, acrescenta.
Sobre os alegados atropelos, José Juga exemplificou o caso recente do posto administrativo de Mulima, onde “a população vive com o medo” e “ ninguém pode falar de outro partido político senão da Frelimo”. “Todos são convidados a inviabilizar qualquer trabalho da oposição. A nossa brigada foi inviabilizada na zona 3 de Fevereiro. Até os nossos representantes lá tiveram medo de receber nas suas casas elementos do PDD. Diziam que temem represálias”.
Por outro lado, Juga pede a quem de direito para “pôr cobro a esta situação dramática que tende a desestabilizar a paz e a democracia no nosso pais”. Segundo o dirigente do PDD “a constituição admite a criação de partidos e o administrador não pode ele só querer desfazer esta conquista”.
Refira-se que a Renamo tem estado a fazer o mesmo tipo de reclamações sobre os alegados atropelos das autoridades administrativas não só de Chemba como um pouco por todo o país.
Sobre esta recente denuncia do PDD, um partido que poucas vezes tem embarcado em choques políticos principalmente com o partido no poder, ainda não conseguimos buscar as reacções do administrador às acusações de Juga.
(T.L.)
Canal de Mocambique (2007-01-29)
Beira (Canal de Moçambique) – O administrador do distrito de Chemba, na província de Sofala, está a impedir o livre exercício de actividades políticas a cidadãos moçambicanos na área jurisdicional onde exerce as suas funções. Ao mesmo tempo, ele mesmo está a fazer política, se bem que se trate de uma figura do aparelho administrativo do Estado com dever constitucional de tratar todos os cidadãos por igual. Quando é sabido que todos os dias, aos militantes do partido Frelimo é permitido fazer política livremente mesmo nas horas de trabalho e até dentro das repartições públicas – onde voltaram a funcionar já células daquela formação política – Jorge Daul está a mandar prender militantes de outros partidos alegando que andam em campanha eleitoral.
José Luís Juga, do PDD, é quem faz todas estas acusações pelo facto de haver seus correligionários presos às ordens do administrador de Chemba. Fala mesmo em regresso ao monopartidarismo, tempo em que os mais elementares direitos humanos eram violados numa dimensão que conduziu à revolta em tão grande escala que acabou em guerra civil generalizada.
Jose Luis Juga, presidente interino da comissão politica do PDD em Sofala, disse em entrevista ao «Canal de Moçambique» que os seus correligionários se encontram neste momento nos calabouços às ordens do administrador de Chemba, Jorge Daul, devido a actividades politicas.
Juga, disse desconhecer o número exacto de militantes do seu partido detidos. Estima serem cinco. Diz que as dificuldades de comunicação impedem de saber quantos estão presos. Fala em cinco “porque era o número de pessoas de uma brigada que foi a algumas zonas de Chemba fazer trabalho político”. Disse que aos mesmos “foram confiscados” símbolos, designadamente a bandeira do PDD e outros materiais, concretamente «t-shirts» com a figura de Raul Domingos, presidente do partido dos encarcerados a nível nacional.
Para Juga, o administrador de Chemba está a atropelar a constituição que garante liberdade para o livre exercício de actividades politicas. “O administrador alega que os nossos membros estavam a afazer campanha eleitoral. Será que estão a decorrer naquele distrito eleições onde a lei eleitoral esteja a ser violada?”, questiona Juga. Acrescenta que “em nenhum momento o nosso partido foi lá com a intenção de fazer campanha eleitoral”. “O que estão a fazer é procurar intimidar o PDD que está a exercer livremente as suas actividades politicas, sem atropelar lei alguma”.
Juga, um ex-secretário da Frelimo na Beira, diz que o PDD já iniciou diligências para que sejam soltos os seus membros que ele afirma estarem ilegalmente detidos.
O presidente da comissão executiva do PDD em Sofala afirma que jamais o seu partido se deixará intimidar pelos actos praticados pelo administrador Jorge Daul.
“Ele (o administrador) está a semear terror no seio do nosso partido. Os nossos membros têm receio de trabalhar porque são perseguidos. Assim não dá. Veja que nos arrancaram material como bonés, bandeira do partido, por alegadamente estes serem produtos de campanha eleitoral. Temos visto os militantes da Frelimo e outros partidos a exercerem as suas actividades políticas, usando, entretanto, estes materiais que foram usados nas eleições passadas…”
Juga acrescenta ainda que “em Chemba, falar de partidos politicos da oposição é crime”. “Isso contrasta com o Estado de Direito”. “ ... O administrador de Chemba tem o apetite do regresso ao monopartidarismo”, acusa Juga. “Ele tem estado a intimidar as pessoas que aderem aos outros partidos. Proíbe içar bandeiras de outras formações politicas, usa a polícia comunitária para reprimir as pessoas, instrumentaliza os régulos para fazerem perseguições a pessoas que não são da Frelimo”, acrescenta.
Sobre os alegados atropelos, José Juga exemplificou o caso recente do posto administrativo de Mulima, onde “a população vive com o medo” e “ ninguém pode falar de outro partido político senão da Frelimo”. “Todos são convidados a inviabilizar qualquer trabalho da oposição. A nossa brigada foi inviabilizada na zona 3 de Fevereiro. Até os nossos representantes lá tiveram medo de receber nas suas casas elementos do PDD. Diziam que temem represálias”.
Por outro lado, Juga pede a quem de direito para “pôr cobro a esta situação dramática que tende a desestabilizar a paz e a democracia no nosso pais”. Segundo o dirigente do PDD “a constituição admite a criação de partidos e o administrador não pode ele só querer desfazer esta conquista”.
Refira-se que a Renamo tem estado a fazer o mesmo tipo de reclamações sobre os alegados atropelos das autoridades administrativas não só de Chemba como um pouco por todo o país.
Sobre esta recente denuncia do PDD, um partido que poucas vezes tem embarcado em choques políticos principalmente com o partido no poder, ainda não conseguimos buscar as reacções do administrador às acusações de Juga.
(T.L.)
Canal de Mocambique (2007-01-29)