Por: Abdul Karim, Índia, 15/11/2010
Tentando desenvolver, a questão de Imagem e Identidade , a partir das definições próprias no primeiro artigo, desta vez pretendo trazer casos de conflitos específicos que tem influência directa na imagem externa de Moçambique, sem mencionar os reports e a situação social já mencionadas no anterior “artigo”., assim o primeiro caso:
O caso de “crispação” com os doadores ( 2010 )
O caso da “crispação com os doadores
Neste caso temos uma situação que envolve o governo de Moçambique e os G-19, que a partida o governo de Moçambique deveria saber que tem implicações directas na Imagem de Moçambique, ainda assim assistimos a uma má gestão do processo e “braço de ferro” imposto pelo nosso próprio governo, aquando da negociação, vimos o tentar “manipular” a opinião pública, assistimos a posições “arrogantes” dos nossos governantes, para no fim se assumir que tudo que os G-19 estariam a exigir, era exactamente o que anteriormente haviam exigido e que “sempre” o governo se tinha comprometido a cumprir e nunca realmente cumpriu. Consta do relatório dos G19 que o maior problema do governo está na implementação dos planos, relativos a acordos que assina e se beneficia “sempre”, e em contrapartida mantêm “sempre” com problemas na implementação.
Ora, em que medida é que esta “posição” do governo de Moçambique é positiva para Imagem e Identidade do pais ?
Será que pretende-se que se tenha a imagem dum Moçambique não idóneo, ou não competente ou até não honesto ao ponto de assinar e nunca cumprir ? se é esta imagem que se pretende, então está-se no bom caminho, pois a realidade é compatível com a imagem presente, e se não, que alternativas ? dizermos que o G19 é que é culpado ou alteramos a realidade e passarmos a cumprir com acordos e implementarmos devidamente ?
Se implementamos então somos honestos, e se não então somos desonestos,
Se implementamos bem então somos eficientes, e se não somos ineficientes,
Se implementamos bem e dentro do timing, somos competentes e se não somos incompetentes,
Qual Imagem e Identidade que se pretende ? é de competência, de eficiência ou de honestidade ?
E se não se implementa, e ainda se faz “braço de ferro” , “manipula-se” a opinião pública, então que Imagem e Identidade criamos no Mundo, visto estarmos numa mesa com 19 países doadores ?
O custo implícito deste caso na Imagem e Identidade é a nível internacional deixarmos de ser o “Donors Darling”, e o custo real da perda da “denominação” pode ser calculado.
Aqui entram os conceitos de custos e benefícios de Imagem, onde Moçambique poderá calcular exactamente se ganhou ou não financeiramente, assim como a nível de Imagem e Identidade.
Existem países que investem fortemente na Imagem e Identidade, pois tem objectivos claros de rentabilização dos mesmos, o que é difícil de compreender é que a nível de Imagem e Identidade Moçambique já teve melhores dias, investiu ainda que “inconscientemente” na criação do “Donor’s Darling” e beneficiou-se disso, e agora incompreensivelmente põe tudo a perder.
Muito importante é parar de “inventar” conceitos de Imagem e Identidade de um país, associados a “lavar roupa suja fora da casa”, e começar-se a fazer uma analise profunda do que pretendemos para Imagem e Identidade de Moçambique.
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