Membros e simpatizantes do partido Frelimo, na cidade, no norte de Moçambique “assaltaram” a praça dos heróis, local que acolheu a cerimónia de deposição de coroa de flores alusiva aos 63 anos de elevação da urbe à categoria de cidade.
Empunhando bandeiras e vestidos a rigor com as cores do partido, os camaradas entoavam canções de exaltação ao seu presidente, Filipe Nyusi, e apelando voto nas eleições de 15 de Outubro próximo.
Igualmente, as canções referiam-se a qualidades sobrenaturais do presidente que cumpre, desde ontem, uma visita de estado a Federação Russa.
O autarca de Nampula, Paulo Vahanle, não gostou da atitude e tratou de reclamar, imediatamente, junto da imprensa presente no local.
“Estou agastado. Não estamos na época de campanha eleitoral. Hoje é o dia da cidade de Nampula, dia de festa”, disse Vahanle, em protesto, a onda vermelha criada na praça dos heróis de Nampula.
Os membros e simpatizantes da Frelimo, também, deambularam pelas ruas da autarquia, fazendo-se transportar em viaturas, incluindo do estado, motorizadas e a pé, publicitando o seu partido.
Instado a pronunciar-se sobre esta acção, Orlando Impissa, Primeiro – Secretário da Frelimo na cidade de Nampula, justificou-se dizendo que é um dia normal e que qualquer cidadão, independentemente do seu traje, pode ir a praça dos heróis.
Impissa foi mais longe ao afirmar que o seu partido, a Frelimo, é que construiu a cidade de Nampula, criticando o suposto estado de abandono a que a mesma está voltada.
Este político apenas fixou as suas críticas na actual direcção de Paulo Vahanle, e não se predispôs a reparar os tempos em que a autarquia era dirigida por Castro Sanfins Namuaca, actual director provincial da Economia e Finanças de Inhambane e membro da Frelimo, que deixou a urbe ao cabo de dez anos de dois mandatos, aos escombros. (Texto: Aunício da Silva e Celestino Manuel *Fotos: Hermínio Raja)
Fonte: Ikweli - 22.08.2019