Será que a actual Renamo somente
lhe interessa a partilha de chefias militares?
Em 2012 Afonso Dhlakama saiu de Nampula
onde residia desde 2009, passando por Quelimane, onde 12 anos depois e sob
mediação de Manuel de Manuel Araujo se encontrou com Raul Domingos. Afonso Dhlakama chegou em
Vunduzi onde supostamente era para celebrar os 33 anos da morte de André
Matsangaíssa e aí anunciou a sua instalação naquele local e não só, mas também
o reagrupamento dos seus comandos e reactivação das
bases. Houve nessa altura os que disseram que a sua instalação em Vunduzi era
uma imposição dos comandos e não um acto voluntário de Afonso Dhlakama. Outros
até falavam de uma prisão domiciliária.
Pessoalmente foi difícil acreditar que na verdade
fosse uma imposição dos comandos, uma vez que eu contava que ele era o
comandante-em-chefe dos tais comandos.
Após a morte de Afonso Dhlakama foi escolhido Ossufo Momade, supostamente pela Comissão Política da Renamo como coordenador interino. Digo supostamente porque já receio que as decisões mais importantes e determinantes na Renamo sejam de um grupo de “Chairmen”, um grupo informal composto por membros do tal comando, muito desconhecidos por nós e até pela maioria dos membros da Renamo. Poucos dias depois de ser indicado como coordenador, Ossufo Momade deslocou-se à Gorongosa e lá ficou como Afonso Dhlakama havia feito. No último congresso Momade foi eleito Presidente da Renamo.
Após a morte de Afonso Dhlakama foi escolhido Ossufo Momade, supostamente pela Comissão Política da Renamo como coordenador interino. Digo supostamente porque já receio que as decisões mais importantes e determinantes na Renamo sejam de um grupo de “Chairmen”, um grupo informal composto por membros do tal comando, muito desconhecidos por nós e até pela maioria dos membros da Renamo. Poucos dias depois de ser indicado como coordenador, Ossufo Momade deslocou-se à Gorongosa e lá ficou como Afonso Dhlakama havia feito. No último congresso Momade foi eleito Presidente da Renamo.
Há poucos dias, Ossufo Momade veio a Maputo onde
permaneceu mais que duas semanas, se não estou em erro e, dos encontros com
Nyusi, tratou assuntos militares que me parece ter sido com sua satisfação.
Nesse período todo, não me parece que Ossufo Momade tenha tratado pessoalmente
assuntos políticos relevantes do partido, como de lançar-se apresentando a sua
visão política e o caminho que a Renamo vai seguir para as eleições
legislativas, presidenciais e provinciais a terem lugar este ano. O mais
estranho é que Ossufo Momade não passou por Beira, pelo menos, para confortar
as vítimas do IDAI. O seu regresso à Gorongosa sem dar sinal nestes dois
pontos, deve ter deixado perplexos a muitos moçambicanos.
A mim, parece que nos últimos seis anos, os presidentes da Renamo só servem de intermediários entre os chairmen e o governo moçambicano. Se bem que os chairmen podiam respeitar Afonso Dhlakama pela antiguidade na presidência da Renamo, Ossufo Momade só deve fazer o que for autorizado por aquele grupo. Penso que assim faria qualquer que saísse eleito presidente no congresso da Gorongosa.
A mim, parece que nos últimos seis anos, os presidentes da Renamo só servem de intermediários entre os chairmen e o governo moçambicano. Se bem que os chairmen podiam respeitar Afonso Dhlakama pela antiguidade na presidência da Renamo, Ossufo Momade só deve fazer o que for autorizado por aquele grupo. Penso que assim faria qualquer que saísse eleito presidente no congresso da Gorongosa.
A questão é se o único interesse dos Chairmen da
Gorongosa é militar, isto é, partilha das chefias militares. Como a Renamo pode
sobreviver desta forma se bem que cedo ou tarde, esses militares sairão
naturalmente do exército?