Por ter criticado decisão do Governo no programa “Café da manhã” da RM
O administrador comercial da mcel, Benjamim Fernandes, cessou funções na última terça-feira, 23 de Novembro em curso, por ter criticado, no programa “Café da manhã” da Rádio Moçambique, a decisão do Governo de introduzir o registo obrigatório dos cartões pré-pagos das redes de telefonias móveis. Trata-se de uma decisão operacionalizada pelo Diploma Ministerial n.º 153/2010 de 15 de Setembro, assinado pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula.
Benjamim Fernandes fora empossado administrador comercial daquela empresa há apenas cinco meses.
Um café amargo
Tudo começou quando o jornalista perguntou a Benjamim Fernandes qual era a sua opinião sobre o Diploma Ministerial n.º 153/2010 de 15 de Setembro, que obriga os utentes de telefonia móvel a registar os seus cartões pré-pagos. À questão, Fernandes respondeu que não compreendia a decisão do governo e que a mesma lesava os operadores de telefonia móvel.
Disse ainda que, do ponto de vista de gestão, a decisão foi uma má medida. Mais adiante teria afirmado que o Governo não acautelara os interesses do Estado no caso da mcel, e assumiu que, mesmo com a prorrogação, a mcel não conseguirá registar os cartões SIM de todos os seus clientes, mais de 4 milhões, até ao fim do novo prazo estabelecido pelo Governo e que nenhuma companhia estaria em condições de conseguir tal feito. Frisou que o processo tem estado a decorrer normalmente, mas que o novo prazo continuava a ser irrealista.
Segundo Fernandes, a mcel tem registados, até ao momento, apenas cerca de 100 mil clientes, o que representa perto de 2,5% do universo de clientes a serem registados. E, por isso, considerou a decisão não devidamente pensada.
AG extraordinária de emergência
Logo a seguir ao programa “Café da manhã” - dura 30 minutos, das 07h30 às 8h00 -, os accionistas da mcel convocaram uma Assembleia-Geral (AG) Extraordinária com único ponto: deliberar a cessação de funções de Benjamim Fernandes.
Até às 12h00 do mesmo dia 23, terça-feira, ou seja, quatro horas após o fim daquele programa radiofónico, Fernandes já conhecia a sua sentença, porque a Assembleia-Geral já tinha tomado a decisão. No mesmo dia, ele foi comunicado da decisão.
Dois dias depois, ontem, a decisão foi anunciada à imprensa através de um comunicado daquela empresa. O comunicado, que dizia que Benjamim Fernandes cessou funções por conveniência de serviços, foi emitido quando a mcel se apercebeu de que a informação já estava a circular na imprensa.
Mcel há muito que havia assumido as dificuldades
No princípio de Outubro deste ano, enviámos à mcel 22 perguntas sobre o processo em causa. Uma das pergunta foi: “A mcel, que tem milhões de clientes, julga possível cobrir todo o universo no período previsto?” À esta questão, dada a 8 de Outubro, a mcel foi peremptória: “Não, nenhuma operadora está em condições de fazê-lo”.
A Vodacom também havia dito o mesmo. (Lázaro Mabunda)
Fonte: O País online - 26.11.2010
7 comentários:
Felizmente este não é o únino caso.
Nem vou aqui citar casos análogos.
Sem se ser da Renamo ou do PIMO ou de qualquer outro partido, académicos são "encostados" por não concordarem com a posição da Frelimo.
Como disse, conheço vários casos.
Coitado desse administrador. Até que foi bom, porque aqueles tipos pouparam-lhe a prisão ou até morte.
Zicomo
PS: Quando vi o Pilale "arrumado" na cama de um hospital (paz à sua alma) fiquei a pensar: " Meu Deus, veja onde acabou um célebre quadro. Neste país é mau ser do lado oposto do poder. Depois vi, semelhante exemplo, com os "putos" de Mabote, meus amigos, também arruinados. Tive o mesmo pensamento. Vi, não muitos anos atrás, os descendentes de Maguni (outro "teimoso") na mesma situação dos citados acima!!! Bem, citei apenas três casos que o mundo conhece, mas um dia há-de vir mais nomes...
Qual é a solução. É chegada a hora de todos dizer a estas coisas um grande não.
Pessoalmente não concordo com a forma de como os administradores e PCA´s são nomeados. A opção de concurso resolveria estes problemas.
"A opção de concurso resolveria estes problemas."
Não querem isso porque eles perderiam o poder de escolher lambebotas.
Não acho que não percebam que só assim os interesses nacionais estariam acima dos dum grupo ou indivíduo. Num país onde até o directorzinho duma escolinha ou posto de saúde é por confianca política, esse país está a se arruinar.
Essa exoneração fez-me recordar da exoneração dos antigos vereadores do municipio da Beira, nomeadamente: Fernando Mbararano e Manuel Bissopo, e o Director Arnaldo.
Esses senhores foram humilhados so porque se recusaram a aderir ao MDM.
Bila
Sr. Bila, qual é a relação com Mbarano e Bissopo?
Esses 2 senhores eram claramente da Renamo; um era Delegado da Cidade e outro Provincial. Querias que elementos da Renamo trabalhassem com o Daviz? Querias que eles sabotassem o trabalho do nosso presidente?
Existem pessoas que não pensam.
Manuel Fogão
Manuel Fogão
Não te preocupes que não existe Bila nenhum. Não se trata de Amorim Bila. Mas ainda bem que ele dá pistas.
Esse senhor sabe que o tal que não relacão entre o caso que ele conta com este do Mcel. Como quer comparacão, falaria ele de
1. Ismael Mussá
2. Eduardo Namburete
3. Benjamim Pequenino
4. Falecido Domingos Pilale e a mulher
Entre muitos;
Talvez escrever o nome próprio desse "Bila"???
Reflectindo, porque duvidas da minha indentidade? Estas a procura de alguém em particular?
Bila
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