MIRADOURO
Por Arlindo Oliveira
Bem, ditados populares dão conta de que há um mal que provém do bem, como também aparece bem que vem do mal. Outras fontes saídas da boca do povo, sustentam que a mulher, por exemplo, é um mal necessário. E todo o mundo sabe disso, mesmo os políticos, que tentam, a todo o custo, desdobrar a página. Ah, quem não conhece os interesses políticos? Tudo é jogo, mano!
Pessoalmente, penso que sim. Que me perdoem as senhoras, mas elas próprias, aquelas imbuídas de bom senso, aquelas que são boas mães de família, secundam a mina opinião. Se assim, não fosse, como seria possível que um homem honesto fosse transformado num fardo dentro da sua própria família. Aqui, mais uma vez, entre em acção o charlatão, que se refastela com a boa massa que a “paciente” para o consultório e posterior tratamento.
Curiosamente, nos tempos que correm, um charlatão não vê boi no meio de uma pradaria, o que faz é fazer um endosso (quase que de índole comercial), para um outro charlatão, a quem, aquele primeiro incapaz de dissipar a “patologia” de que a “padece”, admira. É que no seio de charlatães há os capitães, os chefes, os que resolvem todos os problemas. Aqui, não digo que eu não vou, aliás, até mesmo os chefes dos curandeiros, o sr. Morais diz de boca cheia que mesmo fina classe do poder dia não prescinde dos seus trabalhos. É o nosso “modus vivendi”.
Bem, não disto que pretendo tagarelar. O mês de Setembro trouxe sabores e dissabores, tal como o mês de Outubro está prenhe de fatalidades. Para citar alguns exemplos: Che Guevara, o internacionalista latino-americano, foi morto em Outubro, o primeiro líder da Resistência Nacional Moçambique, André Matsangaíssa, foi abatido em Outubro, Samora Machel também teve o triste azar de perder a vida no mês de Outubro. Em 2007, o PR, no mês de Outubro, mandou para os balneários do Conselho de Ministros ainda antes do fim do mandato, alguns ministros (exonerados).
No presente mandato, neste Outubro corrente, alguns ministros perderam o seu pão, porque exonerados. Entendam, exonerados, não demitidos. E a vida está feita, pois, uma vez ministro, as regalias continuam em dia, lá no ministério do tesouro. É uma reforma precoce. É o paradoxo das coisas. Para nós, alguns anos como alto funcionário bastam para a reforma/aposentação. No velho continente, particularmente, na França, Nicolas Sarkozy quer que um funcionário “kota” na função pública, atinja a reforma por idade, aos 62 anos. Acho que a juventude é que deve estar a torcer o nariz, a contragosto.
Fonte: Jornal Notícias - 01.11.2010
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