domingo, novembro 07, 2010

Contenção de despesas afecta desfavorecidos (5)

MIRADOURO

Por Arlindo Oliveira

É QUE alguns dirigentes políticos no poder fazem das suas. Gostam de mostrar a sua cara ao público, à população, aos seus concidadãos, apenas para os fintar. Nós gostamos de dar boa cara, boa imagem, no lugar de a gente exibir as obras, o trabalho que fazemos, aquilo que somos capazes de levar a cabo, como as nossas missões.
Ninguém diz que as pessoas, sobretudo as altas, não podem sair à rua, mas o que se passa é que essas pessoas só se fazem à rua apenas para ostentarem a sua performance. De trabalho, a gente não vê nada. Um alto funcionário do Estado tem que estar no gabinete a delinear estratégias, desenhar políticas e metodologias de trabalho, para que os seus subordinados possam trabalhar. O que tenho visto é que a todos os níveis, há governação aberta e inclusiva. Ninguém faz nada, a não ser andar a levantar o braço, com os “viva a Frelimo, viva o Presidente Guebuza”, etc, etc.
Ora, ninguém entende, até aos dias de hoje, o que se passa com o peso do pão. Aqui, bato mesmo com o pé no chão. Este chão pode ser de betão, mas acabará vibrando. É caricato, hoje em dia, alguém querer pôr em causa aquilo que é o padrão internacional. Quem não sabe que um pão normal, pelo menos cá na praça moçambicana, pesa 250 gramas? Agora, discute-se se os 250 são antes ou depois da cozedura deste produto que Deus nos deu como alimento principal.

Senhores, não vamos tentar tapar o sol com uma peneira. As pessoas já sabem que se trata de um papo furado, de uma manobra que a ninguém vai servir, a não ser somente para os panificadores e os homens da inspecção. Aliás, a gente sabe que o cabrito pasta onde se encontra acorrentado.

Com o papel saído de lá do gabinete do ministro dos dinheiros do Estado, dando conta das medidas que devem ser tomadas para a contenção de despesas, o coitado funcionário do Estado vê-se cada vez menos beneficiado. Já caímos no desespero! Mais tarde, veio ao terreiro o “Prime-Minister”, a tentar ludibriar os menos atentos que conter as despesas não significa cortá-las. Sinceramente, eu não entendi nada! O que percebi é que algum dinheiro do erário público só é conhecido debaixo da mesa.

Se temos que conter as despesas, significa que algumas actividades têm que ser eliminadas. Bem, pode ser que se pense que onde podiam caber três, agora, têm que caber cinco, com o orçamento para três. E como se isso fosse pouco, diz-se que esta contenção é de emergência, ou melhor, até 31 de Dezembro de 2010! E a partir de 1 de Janeiro de 2011, como vai ser? Será que o orçamento do ano que vem já não tem nada a ver com o que se passa, actualmente? Ah, novas estratégias serão delineadas, nessa altura!

Fonte: Jornal Notícias - 06.11.2010

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