Do esconderijo, nas matas de Santungira, Dhlakama falou à Stv e ao “O País”. Com a linguagem que lhe é peculiar, disse que o país não é da Frelimo e que defende o Estado de Direito. Numa entrevista de 40 minutos, revela que está bem actualizado, como se nunca tivesse saído da cidade
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, contactou, ontem, por telefone celular, a redacção do grupo Soico para prestar declarações sobre o processo de recenseamento eleitoral, eleições gerais e diálogo político. Dhlakama revelou que está em Moçambique, concretamente nas matas do distrito de Gorongosa, de onde orienta o partido, incluindo os representantes da Renamo nas negociações com o Governo. Defende que falta vontade política por parte do Chefe do Estado, Armando Guebuza, para resolver as diferenças com a Renamo e volta a queixar-se de exclusão de elementos da Renamo nas Forças Armadas de Defesa e Segurança. Igual a si próprio, chama-se democrata e defensor do Estado de Direito e diz que mandou cessar os ataques há quatro meses, porque viu a economia a afundar. A entrevista foi feita antes do Conselho de Ministros decidir prorrogar o recenseamento eleitoral, daí que as perguntas de partida chamam atenção ao líder da Renamo sobre o fim do processo. A seguir, as respostas mais significativas do político que diz que só se candidata à presidência da República se assim o partido decidir.