A parceria da União Europeia (UE) com África "não é um simples caso de solidariedade, mas antes uma oportunidade para a Europa assegurar o seu crescimento futuro através de trocas comerciais", declarou em Addis Abeba (Etiópia), o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Em declarações à imprensa na sede da União Africana (UA), Durão Barroso indicou que a UE tem interesse em manter uma parceria estratégica "não só por uma questão de solidariedade com África porque esta pode tornar-se num grande mercado e numa oportunidade para a Europa encontrar fontes de crescimento".
Segundo ele, a convicção é que se a paz e a segurança forem mantidas em África, a maioria dos países do continente deixarão de se limitar a combater a miséria e trabalharão para atingir taxas de crescimento económico mais elevadas.
"A cooperação vai nos dois sentidos. É do interesse de África ter alianças estratégicas. No entanto, temos de passar duma gestão estratégica da pobreza crónica para o crescimento", afirmou Durão Barroso à PANA durante a sua recente visita à sede da UA.
No entanto, o financiamento da paz e da segurança constitui apenas uma fração do montante total dos financiamentos exteriores que o bloco europeu disponibilizou a África e que se elevam para 24,4 biliões de euros para o período 2007-2014 para apoiar diversos projetos em África.
Para o presidente da Comissão Europeia, o compromisso da sua organização para apoiar a paz, a segurança e a estabilidade em África visa, precisamente, permitir o continente atingir taxas de crescimento económico mais elevadas.
A União Europeia (UE) financia a Arquitetura Africana da Paz e Segurança (AAPS), uma abordagem com facetas múltiplas para assegurar a estabilidade de África, que implica a criação de instituições para reagir aos conflitos e tomar medidas preventivas para impedir o seu surgimento.
"Estamos engajados em reforçar as capacidades de África enfrentar os seus desafios em matéria de paz e segurança. Os Africanos continuam a tarefa de modo político mais apropriado. É melhor que a segurança continental seja da responsabilidade dos Africanos", disse Barroso.
A União Africana manteve um calendário de implementação da AAPS, um plano continental de paz e estabilização que deverá dotar o continente com os instrumentos necessários para contornar as futuras ameaças à paz e à estabilidade.
O Comissário da UA para a Paz e Segurança, o embaixador Ramtane Lamamra, disse que a implementação da AAPS progredia como previsto, exceto alguns atrasos impostos pela necessidade de se comprar equipamentos de comunicação especializados.
"A operacionalização da AAPS evolui como previsto, mas houve atrasos na criação do sistema de alerta rápido porque necessita de equipamentos para ligar a sede da Comissão da UA às Comunidades Económicas Regionais", indicou.
Durão Barroso disse ainda que a sua organização vai redobrar de esforços para garantir que o continente africano disponha de meios para assegurar a paz.
"Tivemos razões de intensificar estas medidas e garantimos as capacidades de África reagir a tempo aos problemas que podem pôr em causa a paz e a segurança. Assumimos o compromisso de consagrar para o efeito dois biliões 400 milhões de euros até 2014", indicou Barroso.
Estes últimos meses, a UA e a UE organizaram reuniões ao mais alto nível, na presença dos comissários das duas organizações na sede da Comissão da UA, para passar em revista a cooperação crescente entre os dois blocos.
No quadro do reforço das suas relações, a II Cimeira África-União Europeia terá lugar em Tripoli, capital da Líbia, de 29 a 30 de Novembro de 2010. (Kennedy Abwao, Correspondente da PANA)
Fonte: Panapress - 28/11/2010
1 comentário:
Durão ainda não foi presos, porquê? Só diz asneiras, pá.
Zicomo
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