quinta-feira, maio 02, 2013

Zimbabwe: Altas patentes militares e policiais recusam encontro com a oposição política

Generais do exército e comandantes da polícia no Zimbabwe recusam-se a reunir com o Primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai e outros “descontentes” que tentam diminuir-lhes os poderes, escreve a imprensa estatal local.

O jornal estatal “Herald” escreveu esta quarta-feira que o comandante nacional da polícia alertou aos críticos do poder que estes correm o risco de serem presos se continuarem a exigir reformas nas forças de segurança e a “propagarem mentiras” sobre o papel das forças armadas nas vésperas das eleições que se avizinham, marcadas para este ano.


Os chefes das forças de segurança “não se vão reunir nem dialogar” com Tsvangirai, escreveu o jornal, citando o comandante da polícia, Augustine Chihuri.

Segundo o jornal, os chefes de segurança “não estão interessados em dialogar com pessoas sem relevância”.

O partido de Tsvangirai, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), tem estado a apelar para uma reestruturação da polícia e do exército, acusando estas instituições de estarem abertamente a apoiar Mugabe.

Terça-feira, o MDC alegou que funcionários eleitorais do Estado estavam a inflacionar os números de eleitores nos novos cadernos eleitorais. Disse que as listas em alguns distritos aumentaram em mais de 10 mil nomes em dois dias – ou seja 150 eleitores por segundo.

Em outros distritos, os nomes de membros activos do seu partido ou faltavam ou estavam mal escritos, o que os tornava inelegíveis para votar o que levanta receios de fraude por parte de funcionários leais ao presidente Robert Mugabe, disse o MDC.

Morgan Tsvangirai encontrou-se terça-feira com o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, o chefe da mediação sobre a crise zimbabweana, antes de rumar para a Tanzânia para se reunir com o presidente daquele país, Jakaya Kikwete, presidente da “troika” da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre disputas regionais.

O gabinete de Tsvangirai disse que ele pediu uma cimeira regional para discutir a reforma democrática no país.

Fonte: (RM/AIM) - 02.05.2013

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