Sessenta e cinco motoristas afectos a igual número de carrinhas de tipo mini-“bus” que a partir da cidade de Nampula se dedicam à actividade de transporte semicolectivo de passageiros para as diversas rotas inter-distritais da província paralisaram a partir de ontem as suas actividades em protesto contra os alegados desmandos protagonizados por alguns colegas seus, denominados “baralhadores”, que não observam a escala de carga em vigor junto da terminal central dos transportadores.
Segundo contaram à nossa Reportagem, a paralisação só será levantada quando os chamados “baralhadores”, a coberto da protecção dos supostos proprietários das viaturas, que são agentes da Polícia de Trânsito e funcionários do Conselho Municipal, passarem a observar a bicha na terminal da Padaria Nampula, à semelhança do que acontece com os outros.
Devido à atitude dos “baralhadores” e os camionistas de veículos de longo curso (vulgo camiões-cavalo) os transportadores que cumprem com a bicha chegam a permanecer na paragem entre dois e três dias para poderem carregar.
As rotas afectadas são as de Nampula/Eráti, Nampula/Nacala-Porto, Nampula/Ilha de Moçambique e Nampula/Namialo, para onde são transportadas diariamente nos sentidos ascendente e descendente pouco mais de dois mil passageiros.
“O Conselho Municipal devia fazer alguma coisa. Nós não podemos ser prejudicados por desorganização de quem devia garantir o cumprimento das normas” - disse Agira Momade, uma passageira visivelmente agastada que não conseguiu viajar.
Luís Vasconcelos, presidente da Associação dos Transportadores de Nampula (ASTRA), confirmou a paralisação das actividades por parte dos transportadores semicolectivos de passageiros.
Para Vasconcelos, a paralisação é legítima, porquanto tanto a Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações (a entidade licenciadora), o Conselho Municipal (gestor do parque), assim como a Polícia da República de Moçambique (a quem compete a fiscalização de tudo o que se passa nas estradas) não têm mostrado a vontade de resolver o problema que já lhes foi colocado pela ASTRA em Março do presente ano.
“Este assunto é do conhecimento das diversas entidades governamentais, que de forma directa e indirecta lidam com o negócio do transporte semicolectivo de passageiros” - explicou Vasconcelos.
Quando abordado sobre sucedido, o porta-voz da Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações, Carlos Viera, disse-nos que não podia comentar, porquanto até ao fim da manhã de ontem o mesmo desdobrava-se em contactos com a ASTRA para se inteirar da situação.
Fonte: Jornal Notícias – 28.05.2013
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