O presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Jorge Arroz, disse hoje não se sentir "nada intimidado" por ter sido detido no domingo, declarando que a greve dos médicos vai continuar "pelo tempo que for preciso".
Jorge Arroz, 32 anos, que saltou do anonimato para a ribalta por, em janeiro, "ousar" liderar a primeira greve dos médicos na história de Moçambique, foi retirado pela polícia da sede da Associação Médica em Maputo e encaminhado à cela de uma esquadra da capital por, alegadamente, estar a preparar o encerramento de unidades sanitárias.
A ação que terá motivado a detenção enquadra-se na greve que os profissionais de saúde moçambicanos observam há uma semana por melhores condições salariais e de trabalho.
O presidente da AMM acabou sendo libertado na madrugada de hoje e, esta manhã, reuniu-se com centenas de profissionais de saúde, para um ponto da situação da paralisação.
Em declarações aos jornalistas após o encontro, Jorge Arroz afirmou que as quatro horas que passou na cela não o abalaram e que vai continuar a liderar a classe na greve, até que o Governo responda ao caderno reivindicativo.
"Não me sinto nada intimidado, o que eu sofri não vai abalar de nenhuma forma a causa. Mesmo os polícias que me detiveram identificam-se com a nossa causa", afirmou Jorge Arroz, que, no final da reunião, foi alvo de muito encorajamento por parte dos profissionais de saúde ali presentes.
O presidente da AMM declarou que os profissionais de saúde estão dispostos a paralisar a atividade por "três, quatro meses, pelo tempo que for preciso, até que o Governo responda ao caderno reivindicativo".
Os profissionais de saúde de Moçambique exigem um aumento de 100 por cento de salário e do subsídio de risco, bem como a aprovação do Estatuto Médico.
Hoje de manhã, o Hospital Central de Maputo, o mais importante de Moçambique, foi patrulhado por polícias armados e com cães, que, pouco tempo depois, abandonaram o local.
PMA // MLL
Fonte: LUSA - 29.05.2013
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