domingo, maio 12, 2013

Pobreza extrema apontada como causa de guerras em África

A pobreza extrema que assola muitos países, foi apontada sábado, em Luanda, pelo analista e docente angolano de Relações Internacionais como fonte de conflitos e guerras recorrentes em África.

Para justificar a sua afirmação, o analista disse que se se olhar para o Mali, República Democrática do Congo, Somália e a República Centro Africana, assoladas por conflitos armados, nota-se que “são países extremamente pobres, onde impera o analfabetismo, a desnutrição e a mortalidade infantil e o fraco acesso das populações ao saneamento e os serviços básicos”.


Acrescentou com a miséria, aliada à questões religiosas, étnicas e as referentes ao défice construção de um Estado democrático e de Direito é como estar num baril de pólvora ou vulcão em erupção que mais cedo ou tarde entra em acção e cria conflitos.

Entrevistado pela Angop para analisar a situação no Mali e de África, a fonte sublinhou que a situação do continente é preocupante, para isso, todos africanos, principalmente, os líderes e as elites devem reflectir com vista caminhar-se num lugar de estabilidade, prosperidade e de desenvolvimento.

Indagado a debruçar-se sobre as lições que África tirou da Primavera Árabe (revoluções populares) que derrubou, no início de 2012, os regimes vigentes na Tunísia, Líbia e Egipto, Ribeiro disse que todos devem aprender com a história e com os seus erros.

Realçou que apesar dos idealismos em volta da Primavera Árabe, um pouco de realismo e prática leva a concluir que houve lições negativas do que postivas, primeiro, pelo facto de todos aqueles países, onde decorreu essa revolução estarem priores do que estavam antes.

“Há mais insurreição, há mais pobreza, há mais desunião do que havia antes. Segundo, se a ideia era derrubar ditaduras ou regimes, que eles apontavam de totalitários, a verdade é que até hoje não houve eleições democráticas, e onde se realizaram, os resultados foram contestados, logo as metas não foram alcançadas.

Em terceiro lugar, alertou os africanos a terem um pouco de cuidado com incitamentos com influência externa, porque “os que vêem com a capa de ajuda, busca da democracia, mudanças democráticas e mais adiante o desenvolvimento, na maioria dos casos as potências vão com interesses inconfessos para incitar a divisão e a violência em países africanos”.

Sublinhou que apesar dessas três lições tiradas da Primavera Árabe, ” isto não quer dizer que se deve apoiar regimes totalitários e ditatoriais”, qualificando-se como defensor acérrimo da democracia e da construção do Estado democrático e de Direito.

Fonte: Rádio Mocambique - 12.05.2013

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