Escrito por Emídio Beúla e Raul Senda
Mais importante do que avaliar as pessoas individualmente e o seu desempenho no MINAG, Mosca é da opinião que as remodelações reflectem muitas questões, menos a ausência de quadros competentes no país.
O MINAG, diz ele, é um dos sectores com muitos quadros formados e com larga experiência e resultados demonstrados ao longo do período pós-independência. Mas neste momento a totalidade desses quadros está fora do ministério, acrescenta. “Por que é que isso acontece? Os governantes devem explicar”, antecipa-nos na questão.
“E quando esses quadros desligados do ministério se aproximam do sector não são recebidos como uma mais valia para a actividade agrária do país”, lamenta.
Mosca não tem dúvidas sobre o empenho que os ministros exonerados fizeram para melhorar a agricultura no país. No entanto, observa, o problema não é individual, mas da governação no seu conjunto, das políticas económicas existentes no país, da forma como o Estado está organizado ao nível dos distritos e das províncias e como ele se relaciona aos diferentes níveis.
“É um problema do tecido económico e empresarial, dos incentivos à produção, é um problema de ter conhecimento da realidade, em Moçambique há muito pouco conhecimento científico sistematizado sobre a nossa realidade”, acrescentou, lamentando que a investigação em Moçambique nunca foi prioridade.
Fonte: SAVANA in Diário de um Sociólogo - 15.10.2010
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