– afirma o primeiro-ministro, Aires Ali
O Governo rejeita a hipótese de extinguir a figura de representante do Estado que criou para funcionarem em cidades e vilas que foram autarcizadas ao serem promovidas as primeiras eleições municipais. A oposição e certa opinião pública propõem que, no âmbito da implementação das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, esta figura seja retirada, dado que não se vê a sua importância nos municípios onde existe.
A retirada desta figura dos municípios, seria, na óptica dos principais partidos da oposição, uma forma de reduzir os gastos do Estado com salários e logística que são desembolsados para sustentar uma figura cuja importância na estrutura do Estado se desconhece dado que por força de lei a autoridade nos municípios autarcizados é exercida por quem foi eleito e não por quem é nomeado.
O primeiro-ministro diz que os representantes do Estado nas autarquias são “imprescindíveis” para o funcionamento da máquina administrativa, mas não diz qual a função prática que esta figura desempenha, num território administrado pelos presidentes eleitos e respectivo conselho, bem como fiscalizado pelas respectivas assembleias municipais.
“A estrutura do Governo vai funcionar normalmente e o país vai funcionar. A crise é para ser respondida pontualmente, mas a estrutura do Governo deve funcionar de forma normal”, disse Aires Ali ao Canalmoz.
A oposição diz que não faz sentido que o Estado continue a gastar dinheiro, por exemplo, com a figura da governadora da cidade de Maputo, uma vez que existe um conselho municipal com estrutura sólida. O mesmo caso aplica-se para a cidade da Beira, onde o conselho municipal administra os territórios e desempenha os demais serviços, mas, por sua vez, o Governo mantém lá uma administradora que só serve para “cortar fitas”. Tanto no Maputo como na Beira, a sobreposição de funções retira não só força a quem exerce a direcção das áreas geográficas por eleição de acordo com o legislado, como confunde tudo e prejudica a governação.
O mesmo caso replica-se nas cidades de Nampula, Nacala e Ilha de Moçambique e outras, onde existem autoridades municipais e paralelamente administração da cidade.
Este formato de instituições paralelas foi instalado nas autarquias desde que Armando Geubuza assumiu a presidência da República. (Matias Guente)
Fonte: CanalMoz - 2010-10-12
Reflectindo: Mas qual é a função real dos ditos representantes do Estado. As estruturas autárquicas não são estatais?
1 comentário:
Boa noite, já sei que a sua reflexão sobre os representantes do Estado nas autarquias é antigua, mas achava que mesmo assim talvez me pudesse ajudar com uma pergunta minha. Conheço o decreto 65/2003 de 31 de Dezembro, mas no meu ver só define as competências do Representante da Adm. do Estado na cidade de Maputo. Tem algum outro dispositivo legal que aprofunde a questão das competências destes representantes noutras cidades como, por exemplo, a Beira? Se soubesse de alguma outra fonte, lhe agradeceria muito a sua ajuda. Muito obrigada!
Enviar um comentário