Depósitos de gás natural de grandes dimensões continuam a ser descobertos
em Moçambique, cativando ainda mais as atenções internacionais para o sector
energético do país e em particular para a bacia do Rovuma, afirma a Economist
Intelligence Unit.
“Observadores da indústria têm descrito o ritmo e
tamanho das descobertas na zona [da bacia do Rovuma] como das maiores e mais
significativas dos anos mais recentes”, afirma a EIU no seu mais recente
relatório sobre a economia moçambicana.
Na “prolífica” bacia da província de Cabo Delgado
(norte), as mais recentes descobertas foram feitas pela Anadarko Petroleum e
pela italiana ENI.
Enquanto a Anadarko anunciou a 15 de Maio a
descoberta de mais 20 biliões de pés cúbicos de gás, aumentando em 67% cento a
sua estimativa de reservas existentes na zona, a ENI quase em simultâneo
identificou reservas de 40 biliões de pés cúbicos.
Em parte devido à crescente atenção sobre o gás do
Rovuma, o controlo da irlandesa Cove Energy, um dos parceiros da Anadarko no
campo gasífero em causa, está a ser activamente disputado entre a Royal Dutch
Shell e o grupo estatal tailandês PTT.
A Shell ofereceu 1,7 mil milhões de dólares pela
Cove, menos 200 milhões do que a PTT, mas poderá ainda subir a sua oferta, dado
que está a tentar reforçar a sua presença no emergente sector energético da
África Oriental, escreve a EIU.
Um dos gigantes da indústria, a Shell está também
“interessada em comprar à ENI outros activos de exploração em Moçambique”,
adianta.
Da “guerra” pela Cove deverá beneficiar também o
Estado moçambicano, que recentemente fixou um imposto sobre ganhos de capital,
num esforço para taxar operações de fusões e aquisições.
A afirmação de Moçambique como novo produtor
energético de dimensão global envolve um investimento de perto de 68 mil
milhões de dólares, mais de cinco vezes o PIB do país em 2011.
Um investimento de 18 mil milhões de dólares, que
seria o maior na história do país, está a ser planeado pela petrolífera
norte-americana Anadarko Petroleum numa unidade de processamento e exportação
de gás natural.
Outras grandes empresas internacionais como a
Petronas, da Malásia, e a Sasol, da África do Sul, estão também envolvidos no
desenvolvimento da indústria de gás natural no país.
Segundo a EIU, o bom momento económico moçambicano
está a reflectir-se na actividade do maior porto do país, em Maputo, que viu o
tráfego aumentar 30% no ano passado, prevendo-se que atinja 14 milhões de
toneladas este ano.
O volume deverá ascender a 40 milhões de toneladas
nos próximos seis anos, na sequência de um projecto de expansão em curso
avaliado em 1,7 mil milhões de dólares.
As previsões da EIU para o crescimento económico
de Moçambique apontam para 8% em 2012 e 8,5% em 2013, abrandando a partir daí
para 8,0% em 2014 e 7,8% em 2015.
Fonte: macauhub - 26.06.2012
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