“Muitos dos novos candidatos moçambicanos ao mercado de trabalho são forçados a aceitar empregos marginais na economia informal, com poucas perspectivas de trabalho estável”. O relatório sobre Perspectivas Económicas em África vais mais longe: “Actualmente, não existe nenhuma estratégia em Moçambique para promover o emprego jovem”.
O relatório diz que “o desemprego juvenil é uma questão abordada em várias iniciativas governamentais. No entanto, actualmente, não existe uma estratégia própria destinada a promover o emprego para jovens”, daí que muitos dos novos candidatos moçambicanos ao mercado de trabalho são forçados a aceitar trabalhos marginais na economia informal, tanto em áreas rurais como urbanas, com poucas perspectivas de emprego estável.
Segundo o relatório, Moçambique tem uma alta taxa de crescimento populacional e estimam-se em cerca de 300 mil novos ingressos anuais no mercado de trabalho. O documento mostra que, actualmente, a taxa global de desemprego no país situa-se em 27%, sendo que a economia formal absorve apenas cerca de um terço do emprego total.
O relatório mostra, ainda, que Moçambique poderá registar um crescimento económico médio de 7.7% nos próximos dois anos, como resultado dos novos projectos de capital intensivo, com particular destaque para as indústrias extractivas, que são até agora as que mais contribuem para as altas taxas de crescimento económico do país e fazem com que Moçambique se situe entre os 10 mercados africanos com mais potencial.
“É necessário estancar a fuga de capitais para melhorar o IDH”
O relatório intitulado Perspectivas Económicas em África 2012 aponta que “estancar a fuga de capitais pode constituir uma importante fonte de financiamento ao desenvolvimento e melhorar o desenvolvimento humano em África(IDH)”, na medida em que poderia se canalizar o valor para um maior investimento em infra-estruturas sociais e económicas.
De acordo com Ndikumana e Boyce, 2011, citado pelo relatório, a fuga de capitais poderá afectar o desenvolvimento humano através de diversos canais, na medida em que, por cada dólar de dívida externa da África, mais de 50 centavos deixam o país no mesmo ano sob a forma de fuga de capital, sendo que o reembolso da dívida pública reduz a capacidade das populações africanas de aumentarem os seus gastos em saúde, educação, infra-estruturas e outros serviços, de modo a melhorarem os seus níveis de vida.
Fonte: O País online - 20.07.2012
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