Tenho duas coisas a dizer. Primeira: Agora, há um grupo que está a trabalhar novamente na Agenda 2025, sob chefia do Professor Lourenço do Rosário (reitor de A Politécnica). O grupo está a revisitar o documento, sob iniciativa do presidente Armando Guebuza. Segunda: O presidente Guebuza, antes de sair do poder presidencial, está a dar-se conta de que é necessário revisitar o projecto e o documento (apresentado publicamente, no dia 25 de Junho de 2001, pelo Comité de Conselheiros, no salão nobre do Conselho Municipal de Maputo, perante o antigo presidente Joaquim Chissano e perante a nação).
Segundo: Eu tenho uma história particular com a Agenda 2025. Quando estava na Suíça vinha a Moçambique e convidei um grupo de pessoas, nomeadamente Elísio Macamo, Luís de Brito, Filimone Meigos, Eduardo Sitóe e José Castiano; e encontrávamo-nos, uma vez por semana, cada um com seu café, no Hotel Cardoso; e começamos a pensar em torno de perspectivas e foi assim que nasceu a Agenda 2025. Só que foi nos desapossado. As nossas ideias-projecto foram canalizadas para o Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e depois para o gabinete do ex-Primeiro Ministro, Pascoal Mocumbi. E, um dia acordamos, o documento 2025 existia e nós não mais existíamos.
Insistindo: Então, a Agenda 2025 não foi ideia de Joaquim Chissano?
Eu não sou Joaquim Chissano (risos...). Não foi Joaquim Chissano nem o seu Governo quem pensou na Agenda 2025. Portanto, pegaram o documento e elaboraram a Agenda 2025 que publicamente é conhecida. Primeiro, chamava-se Agenda 2020 e depois passou a ser chamada Agenda 2025. É uma história mais longa e mais complicada do que possa ser imaginada... Nos nossos encontros, a situação ficou muita conturbada porque o Governo ficou preocupado e fizeram-nos perguntas: o que vocês querem, aqui? Que estão a fazer, aqui? Porque se encontram lá? O que discutem lá? Os americanos vieram ter connosco e queriam financiar. Nós dissemos que não queríamos financiamento, porque somos um grupo de cidadãos que querem pensar Moçambique... Pouco e pouco, o projecto entrou no PNUD, através do ISRI, e depois no Gabinete do antigo Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi. E pouco a pouco a ideia foi abocanhada das nossas mãos. Quando o documento (AGENDA 2025), na íntegra, saiu, tentaram consultar-me. Mas, eu disse-lhes que poderiam continuar, que não havia problema nenhum. O que me consola é que nós intelectuais temos de suscitar pensamentos e ideias.
*Colaboração
Fonte: Savana - 15.07.2012
2 comentários:
Meu caro Severino Ngoenha devo primeiro informar-lhe que sou um grande admirador(embora tenha apenas 17 anos) e admiro a forma Magestatica como o senhor escreve. Indo de encontro com a situacao em concreto, aconselho-o a usar das vias juridicas desponiveis para que o senhor(referindo-me aos idealizadores da AGENDA 2015)possa se beneficiar(na medida do possivel) do projecto que idealizou.
Como eu sarcasticamente digo: Sao coisas da nossa bela patria amada..!!
Meus Cumprimentos
O mal ja foi feito, resta-nos agora a tentativa de poder materializar os preceitos constantes na agenda...
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