A PRM, a nível do Comando-Geral, anunciou na noite de ontem a detenção, na cidade de Maputo, de cinco indivíduos apontados como autores dos casos de raptos de agentes económicos nacionais e estrangeiros registados nos últimos cinco meses em diferentes pontos do país.
O Comando-Geral, através do seu Porta-voz, Pedro Cossa, veio a público afirmar que para além dos cinco detidos foram arroladas mais de dez pessoas que se acredita estarem ligadas a estes casos.
Contudo, Pedro Cossa escusou-se a revelar os nomes dos que já estão sob custódia policial, alegadamente para não perturbar o trabalho de investigação ainda em curso. Esclareceu apenas que no grupo estão cinco moçambicanos entre eles uma mulher e ainda um filho de um oficial superior da Polícia, cujo nome não divulgou.
“São estes que raptavam agentes económicos e outras vítimas, usando como cativeiros três lugares localizados no Município da Matola, dos quais duas quintas e uma residência”, disse.
Segundo disse a jornalistas, a detenção destes indivíduos resultou de uma perseguição que se seguiu a uma denúncia feita por um cidadão que estranhou o movimento dos sequestradores num dos locais usados como cativeiro dos últimos três casos de raptos e contactou à Polícia, pondo-a a par dos referidos movimentos.
Na pista dos raptores, a Polícia desencadeou um aturado trabalho de vigilância sobre a movimentação dos raptores num esforço que envolveu as Polícias de Protecção e de Investigação Criminal, que culminou, primeiro, com a identificação da pessoa que guardava o dinheiro cobrado para o resgate das vítimas.
Questionado sobre a quantidade de valores envolvidos e quanto é que poderia ter sido já recuperado, o porta-voz do Comando-Geral da PRM disse, repetidamente, que são avultadas somas. “Só em meticais foram contabilizados mais de 13 biliões de meticais”, sublinhou Cossa, ajuntando que nestes crimes há igualmente envolvimento de cidadãos que estão no país e outros no estrangeiro, mas todos eles já identificados.
“Esta rede é responsável por todos os 22 casos de raptos ou sequestros registados nos últimos cinco meses nas cidades de Maputo, Matola, Nampula, Sofala e Tete”, reiterou Cossa.
Num outro passo da conferência de Imprensa, Pedro Cossa disse que a convicção da Polícia sobre a responsabilidade criminal dos detidos reside no facto de se estar em presença de criminosos confessos que em algum momento estão a prestar a sua colaboração às autoridades para as investigações até aqui alcançadas.
“Ainda estamos a trabalhar e quando toda a investigação estiver concluída vamos dar as informações sobre os autores materiais e morais destes casos”, garantiu.
Os últimos casos registados na cidade de Maputo datam do mês de Maio quando foi sequestrado o empresário Momed Ibrahimo, proprietário da fábrica Incopal, quando este se dirigia a uma mesquita, algures na Machava.
Dias antes tinha falhado uma tentativa de rapto de duas irmãs encontradas na entrada da sua residência na Avenida Tomás Nduda, na capital do país. Casos similares foram registados no mês de Fevereiro quando foi sequestrada a esposa de um funcionário gestor da Delta Trading, uma empresa do ramo comercial. No último mês de Janeiro tinham sido raptados dois empresários no Cemitério de Lhanguene, soltos dias depois em circunstâncias não esclarecidas.
Fonte: Rádio Mocambique - 18.07.2012
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