No Malawi, cerca de quinze mil jovens já se candidataram até ao momento para trabalhar na Coreia do Sul e no Médio-Oriente, superando de longe a capacidade de oferta, previamente anunciada pelas entidades governamentais.
Trata-se de um programa lançado pelo governo malawiano visando o recrutamento de jovens para Coreia do Sul, Emiratos Árabes Unidos e Kuwait, apesar dos sindicatos consideraram a iniciativa como uma exploração.
Apesar da alegada desinformação dos sindicatos, a busca de oportunidades de emprego naqueles países está a atrair muitos jovens e o governo reconhece que a procura superou a oferta.
Até ao momento, o governo recebeu cinco mil candidaturas para Coreia do Sul contra os trezentos e vinte postos de trabalho disponíveis, devendo o primeiro grupo deixar o Malawi ainda este mês.
Outros dez mil inscreveram-se para trabalhar na indústria hoteleira em Dubai e no Kuwait onde são necessários apenas cento e vinte jovens.
O governo justifica que a exportação de mão-de-obra vai minimizar o problema de desemprego, particularmente no seio da camada juvenil.
Mesmo aqueles que conseguem emprego no sector formal mostram-se contrariados tendo em conta que o salário mínimo nacional no Malawi não vai para além de oito mil kwachas, o correspondente a seiscentos meticais.
A força de trabalho no Malawi tem vindo a aumentar gradualmente e segundo estatísticas, cerca de seis milhões de malawianos em idade activa estão no desemprego.
Presentemente, o sector formal absorve apenas doze por cento da força de trabalho e a maioria sobrevive da agricultura e de outras actividades informais.
Significa isto, que o Malawi produz anualmente trezentos mil candidatos à emprego, contra uma oferta de trinta e cinco mil vagas.
Segundo o ultimo relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano, o Malawi está entre as treze nações mais pobres do mundo. (Faustino Igreja)
Fonte: Rádio Mocambique - 08.05.2013
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