quarta-feira, julho 04, 2012

“Recondução de Guebuza à presidência do partido Frelimo é naturalíssima”

“É naturalíssimo. Não sei por que as pessoas vão interferir nisso. Ele não disse que ia continuar na presidência da República. Vai continuar a presidir ao partido e, quanto a isso, o partido pode ter um presidente vitalício sem problema nenhum”, disse o veterano da Frelimo que faz parte do poderoso Comité Central há, sensivelmente, 50 anos. in O País

A FRELIMO é soberana (in Bolentim Informativo da Frelimo)


O secretário-Geral da FRELIMO, o Camarada Filipe Chimoio Paúnde, defendeu, na semana passada, em declarações prestadas numa entrevista, a necessidade da manutenção do Camarada Presidente Guebuza, como Presidente do Partido no pós congresso.

Este posicionamento desencadeou uma série de debates no seio de alguma massa crítica, a mesma que ontem defendia a separação entre as lideranças do Partido e do País. Irritaram-se com estas declarações porque, segundo eles, esta seria uma forma de o Presidente continuar a ter o controlo do poder.

Temos para connosco que estes críticos não estão a ser coerentes para com eles, isto porque foram os mesmos, como acima nos referimos, que num passado recente defenderam esta separação e que hoje, com capa de salvadores da FRELIMO, apontam para este cenário como preocupante.

Mas será preocupante este cenário? O que leva estes críticos a assumirem tal posicionamento?

Temos antes a dizer que este assunto é do interesse directo e exclusivo da FRELIMO e do Povo moçambicano; cabe a FRELIMO e os seus órgão acolher ou não o que foi dito pelo seu Secretário-Geral que, acreditamos, não iria proferir tais palavras se as mesmas não respresentassem e nem reflectissem a vontade da maioria.

Queremos lembrar que o Partido, já antes, tinha manifestado vontade de ver o Camarada Presidente a cumprir um terceiro mandato, facto que o mesmo liminarmente descartou, sendo que não seria novidade e nem sugestiva esta vontade, visto que ela já antes tinha sido expressa.

Como se pode depreender, este posicionamento não é novo, até porque cumprindo com a vontade dos membros da FRELIMO, o Camarada Presidente Guebuza, não continuaria apenas como Presidente do Partido, mas também como Presidente da República.

Temos sim a percepção de que estes críticos sabem o que realmente significa a manutenção do Camarada Presidente Guebuza como Presidente do Partido: a contínua revitalização do Partido e impressão de maior dinamismo na aglutinação dos interesses do Povo.

Sendo que, estão agora numa cruzada desesperada de desacreditar esta ideia para dividir a FRELIMO, para confundir os seus membros, para que a FRELIMO não se focalize na sua tarefa de melhor servir o Povo moçambicano, sabem que se o Presidente Guebuza, mesmo quando acumula as pastas de Presidente da República e do Partido consegue dinamizar o Partido, sendo Presidente do Partido somente, terá maior espaços de manobra para pensar o Partido.

A dualidade do poder que apontam como problema de fundo, nunca seria um problema para a FRELIMO, até porque a FRELIMO é conhecida pela sua disciplina e respeito à hierarquia: o membro da Comissão Política quando visita Nampula sabe que deve respeito aos Primeiros Secretários do local onde visita, mesmo que estaturiamente seja superior à aqueles. Tal posicionamento provém da disciplina que se recomenda aos membros do Partido, a mesma disciplina que permitiu atingir a idade que hoje a FRELIMO possui, pelo que é falsa a ideia da dualidade de poder que se pretende avançar.

Devemos sim, estar cientes de que esta é uma manobra de quem não quer ver o Partido a fortificar-se cada vez mais, eles sabem, e é contra isso que lutam, que o Presidente Guebuza, a ficar a tempo inteiro como Presidente da FRELIMO vai imprimir uma dinámica superior àquela que imprimiu, sabem, que vai fortificar ainda mais o Partido, sabem que vai continuar a organizar o Partido devidamente do topo até a base e é isto que lhes assusta.

Devem, portanto, os membros e órgãos da FRELIMO, não se sentirem coagidos psicologicamente sobre esta matéria, devem sempre salvaguardar a sua independência e liberdade para decidirem plenamente, devem seguir os ditames da sua consciência e estatutos e nunca uma minoria que hoje age como se quisesse salvar a FRELIMO, como se lhes interessasse que a FRELIMO se mantenha no poder, quando sempre fizeram tudo para que esta saísse do poder.

A FRELIMO tem cinquenta anos de caminhada, os quais lhe lhe permitem olhar para os problemas de frente, sem nunca os contornar, sem os minimizar, senão com a preocupação de resolve-los e mesmo que houvesse o risco de dualidade de poder (e não há), não seria problema intransponível porque a FRELIMO age de modo a corrigir rumos e a adequar-se permanentemente à realidade nacional e internacional.

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