sexta-feira, julho 06, 2012

NAO CONCORDO E NAO POSSO ME CALAR: O imperativo de um novo pacto com a PRM!

Por: Manuel A. TIANO

Eu tenho muitos amigos nesta vida fora, tenho outros tantos aqui nas redes socias, a título de exemplo 570 no Facebook, um número bem significativo. Trata-se em parte dos mesmos amigos da vida corrente que congreguei-os nesta nova vida de internauta, uma vida que inicialmente chancelamos de virtual, mas que de virtual nada tem, é tão real, rápida e dá-nos um amplo leque de possibilidades, sendo uma delas materializada por esta partilha de emoções. De todos meus amigos, apenas 10 conseguiram recitar comigo a indignação com a nossa PRM – Polícia da República de Moçambique. Quero agradece-los pela coerência demonstrada via um mais discreto sinal, LIKE/GOSTO do STATUS/ESTADO, como também aconteceu por discursos. Kanimambo mesmo de coração. Agradecemos igualmente permaneceram em silêncio; o seu silêncio tem igualmente seu valor e é devido respeito visto que eles podem estar connosco, ou julgarem que estamos girando fora da órbita. Entretanto, diante de um grito por socorro, uma atitude silenciosa é tão criminosa, quanto a PRM está sendo contra o povo moçambicano.

NYANDAYEYOOOOOOOOOOOO(socorroooooooooooooooooooooooooooooooooo)
Nyandayeyó é a expressão de pedido de socorro, não se brinca por gritar Nyandayeyo, ele é equivalente ao acionar de um alarme de emergência nas comunidades que muitos dos leitores conhecem e vivem hoje. A resposta imediata que se espera ao acionar o Nyandayeyo é a afluência de gente de boa vontade que com todas as suas forças e meios, tal como era suposto que a PRM, os Bombeiros, ambulâncias, aparecesse para inteirarem-se e ajudar até que se alcance o, CESSANTE CAUSA, CESSAT EFFECTUS. Ultimamente algo estranho e simbólico de uma sociedade pouco sã acontece, quase que ninguém responde ao Nyandayeyó. Devido a essa atitude, as pessoas morrem diante da nossa cumplicidade. Será que não sentimos culpa? Quando se grita Nyandayeyó as pessoas pensam que o problema é dos outros, ficam tão indiferentes e nalguns casos a indiferença faz-se com alegria e festas, chegando a me criar uma raiva enorme dos que festejam preferindo ora os que se calam. Muitas almas enganadas. Só que tanto os que se calam, como os que festejam precisam saber uma verdade. A verdade reside em muitos exemlos. De todos escolhi uma linda canção de Ancha Martins. O tema central da música é KHOMBO, ou melhor “o azar” e a lição-exemplo resume-se no seguinte: Quando ouves que há um azar no vizinho é sinal de que ele está próximo de si, ou da sua família, preocupe-se.
Acontece que no caso concreto doi mais porque a CAUSA do azar é conhecida e é alimentada por nós. Porque razão temos que pagar impostos que mantém um corpo policial que derepente em vez de nos defender, elimina-nos? Elimina-nos de “de qualquer maneira” levando-me a num questionamento similar ao Mabessa; “Para que?”. É imperioso um novo pato social com esta PRM!

O IMPERATIVO DE UM NOVO PACTO SOCIAL COM A PRM – Polícia da República de Moçambique
Não consigo ser enciclopedista citando os deveres da PRM, mas estou certo que a PRM possue nos seus documentos estatutários uma missão específica que não a cumpre nem pela metade. Volto a questionar: Será que nós contribuímos para que a PRM nos mate a seu belo prazer? A contabilizar pelas mortes mais recentes:

  • A PRM assassinou a 19 de Junho Manuel Domingos Ventura na cidade da Beira;
  • A mesma PRM assassinou Carlos Chivambo no dia 03 de Julho corrente.

Patrícios, é isto que o meu íntimo espírito, averso à injustiça, ilegalidade decidiu expressar assim, NAO CONCORDO E NAO POSSO ME CALAR. Não posso me calar porque ao longo da minha vida fui interiorizando princípios e convicções, sendo um deles, NÃO MATAR. O meu fervor diante destas mortes continua, não consigo me esquecer e calar. Quando penso na vida, e na dignidade humana coloco-me profundos questionamentos cujas soluções apontam para a necessidade de a Sociedade civil moçambicana estabelecer um pato com esta PRM. Os seus líderes precisam corrigir a desconexão entre seus regulamentos e ações que levam a cabo, pois há uma ausência TOTAL de consciencialização sobre a VIDA HUMANA na formação profissional e ética nos seus agentes! Pessoalmente fico arrepiado e indignado quando vejo um mendigo na rua, um doente mental jogado à sua sorte, e me questiono: "aquele individuo já foi um bebé, quando nasceu houve alegria dos pais e familiares e porque está hoje abandonado?" E Porque a Polícia não pode pensar antes de crivar inocentes de balas? Com que autoridade esses tipos deliberadamente tiram a vida aos outros? Onde é que está a Polícia que devia combater o crime se ela mesmo é criminosa? Senhores dirigentes com atribuições sobre esta PRM, nós não queremos esta polícia assassina. O nosso “indesejo” com a atual PRM é imediato. Entretanto porque somos GENTE, podemos perdoar mas NUNCA vamos esquecer, ou seja se a PRM quiser transformar-se, deverá fazer um pato com os Moçambicanos do Rovuma ao Maputo. Esse pacto é imediato e categórico, porque o sangue derramado por Hélio, Manuel, Chivambo (algumas vítimas da PRM) pede-nos outra atitude diante dos fatos. Senhores da PRM, parem imediatamente de de nos matar, somos gente inocente, temos direitos, salvaguardem-nos a vida pelo menos, igualmente temos um missão a cumprir na terra. Deixem-nos SER.

Aguardamos melhorias da vossa atuação, enquanto esperamos por melhorias da vossa atuação, acompanhem-nos na leitura de um trecho de Martin Luther King. É o trecho que vamos usar para responder o não cumprimento do pacto social. Para convosco, vossos crimes hediondos contra o povo, fomos durante anos COBARDES, COMODISTAS E ELEGANTES e continuamos a morrer só que:

"Chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas temos que o fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correcta"

Ouviram PRM – Polícia da República de Moçambique? O povo moçambicano vai ter a sua hora, a hora da coerência. NAO CONCORDO E NAO POSSO ME CALAR.

Fonte: Mural de Manecas Tiane - 06.07.2012

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