Apenas
5.8 por cento das mulheres em Mocambique com 15 ou mais anos em condições
psíquicas e físicas de desenvolver qualquer actividade económica possuem um
emprego assalariado, seja em dinheiro ou em espécie.
O documento do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), intitulado “Mulheres e
Homens em Moçambique”, de 2008, revela, ainda, que 56.5 por cento trabalham em
regime de conta própria e que 37.8 por cento ocupam-se de trabalhos familiares
e sem nenhuma remuneração.
Moçambique possui aproximadamente 12 milhões de pessoas economicamente activas,
das quais mais de 55 por cento são mulheres.
O mesmo documento, citado hoje pelo jornal “O Pais”, mostra que, agora, a
situação é também sombria para os homens, mas, comparativamente às mulheres,
encontram-se numa situação de vantagem.
O inquérito conduzido pelo INE indica que 22.2 por cento dos homens
economicamente activos possuem trabalho assalariado, sendo que 68.7 por cento
trabalham em regime de conta própria e apenas 9.1 por cento prestam trabalhos
familiares, sem nenhum tipo de remuneração.
De acordo com o Fórum Mulher, “apesar das mulheres serem numericamente a
maioria e terem grandes responsabilidades como mães, esposas e filhas, a sua
situação é de subordinação e sujeição, devido ao facto de não poderem ter
acesso e controlo sobre recursos como a terra”.
De acordo com a organização, a mulher “encontra-se exposta a vários riscos, que
a colocam numa situação de grande vulnerabilidade, por questões culturais,
construções sociais e económicas, que a relegam à discriminação, isolamento e
exclusão”.
Em resultado disso, as mulheres estão em piores condições que os homens, porque
não têm autonomia em como controlar ou dar destino final aos seus rendimentos.
Na verdade, os assalariados constituem a minoria da população empregada em
Moçambique (13.3 por cento), pois a maior parte da população moçambicana
trabalha por conta própria (62.1) ou em trabalhos familiares sem remuneração
(24.6 por cento).
Esta e outras problemáticas ligadas à mulher inspiraram o grupo Insitec e o
Fórum Mulher a promoverem um simpósio sobre a “Inclusão e exclusão da mulher na
economia moçambicana: desafios e oportunidades para o sector privado”, previsto
para 12 de Julho próximo, em Maputo.
Fonte: AIM – 29.06.2012
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