O Governo moçambicano diz ter acompanhado a situação dos estudantes moçambicanos no Sudão desde o início da apresentação das suas preocupações através das representações diplomáticas do país em Addis Abeba, na Etiópia, e no Cairo, Egipto.
Falando em conferência de imprensa hoje, em Maputo, o director dos assuntos jurídicos e consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Geraldo Chirindza, disse que o Governo coordenou todas as acções relativas ao processo de recambiamento dos seis estudantes expulsos pelo Governo do Sudão.
Refira-se que um grupo de cerca de 45 jovens moçambicanos que frequentavam vários cursos na Universidade Internacional de África no Sudão, denunciaram há cerca de dois meses as precárias condições de vida que tinham naquele país, pedindo a intervenção do Governo.
O governo reagiu com a expulsão de seis estudantes que ”deram a cara” neste processo.
Em resposta a inquietação dos estudantes moçambicanos, uma comissão conjunta envolvendo quadro
Ministérios da Educação
e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação deslocou-se no sábado último à Cartum,
capital sudanesa, para se inteirar do caso. Apos o seu regresso, o Executivo moçambicano deverá
tomar decisões em relação a estes estudantes.
Entretanto, esta delegação chegou a Cartum enquanto os
seis estudantes (autores das denúncias) já haviam saído daquela cidade de
regresso a Moçambique, tendo chegado a Maputo no último dia 28 de Junho.
“Vínhamos seguindo e acompanhando a situação desde o
momento que os sinais de preocupação começaram a surgir através das nossas
embaixadas no Cairo e Addis Abeba e chegou um momento de se acompanhar de perto
o que estava a acontecer e, por isso, o Governo enviou uma equipa de quadros
superiores dos dois Ministério e que inclui um diplomata ao serviço de
Moçambique no Cairo para estudar a situação” disse.
“A delegação deverá reunir-se com os estudantes, os
responsáveis da universidade e, esperamos que com as autoridades do governo
para obter informações relevantes para consideração das entidades competentes
do nosso país”, acrescentou.
Esta é a primeira vez que o Governo se pronuncia
oficialmente sobre o caso, assumindo responsabilidades em relação a aquele
grupo de moçambicanos.
Enquanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros
lançava toda a responsabilidade ao Ministério da Educação, este último emitia
um comunicado a distanciar-se de qualquer responsabilidade no caso, por
alegadamente o grupo não ter ido para aquele país a coberto de bolsas do
Governo moçambicano.
Depois de dois meses de espera de uma resposta do
Governo, os estudantes viram-se obrigados a pedir apoio as representações
diplomáticas do Brasil e da África do Sul.
Em Maio, o porta-voz do Ministério da Educação, Manuel
do Rego reiterou que a sua instituição não sabia da existência daqueles
estudantes no Sudão, tendo tomado conhecimento quando o caso eclodiu na
imprensa e quando organizações da sociedade civil enviaram uma carta a exigir
algum posicionamento do Governo.
Actualmente, um grupo
de 39 ainda se encontra no Sudão.
Fonte: AIM – 02.07.2012
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