A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, anunciou hoje que substituiu o chefe da sua delegação que está em negociações com o Governo visando resolver a tensão que se vive no país, Manuel Bissopo, por "razões estratégicas".
A Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) e o Governo moçambicano retomam na quinta-feira em Maputo as negociações que vêm mantendo para resolver os litígios que os opõem.
A ronda negocial de quinta-feira acontece depois de a crispação entre os dois lados ter levado a confrontos em abril entre antigos guerrilheiros da Renamo e a polícia moçambicana, o que provocou oito mortos e vários feridos.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, afirmou hoje que a delegação do partido será chefiada pelo deputado e jurista Saimone Macuiane, em substituição do secretário-geral do movimento, Manuel Bissopo, que chefiou a delegação do partido nas anteriores rondas negociais.
"Quando se tem um plantel de luxo é indiferente quem joga. O secretário-geral foi libertado para outras tarefas estratégicas do partido. Tem andado pelo país a explicar o fundamento das exigências da Renamo", disse Fernando Mazanga.
O porta-voz do principal partido da oposição moçambicana adiantou que a Renamo vai reiterar a exigência de que a legislação eleitoral seja revogada na cláusula relativa à composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE), para se poder incorporar o princípio da paridade no órgão.
A Renamo exige uma participação por igual com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido moçambicano, na CNE.
A reivindicação da Renamo colide com o atual figurino da CNE, que assenta numa representação proporcional dos partidos com assento parlamentar e na presença de membros escolhidos por organizações da sociedade civil.
Na reunião de quinta-feira, o principal partido da oposição vai também exigir a despartidarização do Estado, em particular do exército, através da reintegração de oficiais provenientes da antiga guerrilha da Renamo, acrescentou Fernando Mazanga.
Por seu turno, a delegação do Governo será chefiada pelo ministro da Agricultura e membro da comissão política da Frelimo, José Pacheco, tal como aconteceu nas anteriores rondas.
PMA // ROC
Fonte: Lusa - 01.05.2013
2 comentários:
Nguiliche
Há uma formula razoável fora daquele que é defendida pela Renamo.
1ª. CNE ser constituida por 5 Frelimo, 3 Renamo 1 MDM e 5 Sociedade civil, no total 14. Os membros da sociedade civil serem seleccionados por um juri constituido por organizações que já participaram na observação a nível nacional em pelo menos dois
processos eleitorais gerais. As decisoes serem tomadas por 2/3 na falta de consenso.
Mas mesmo esta fórmula seria aceite pela Frelimo?
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