sexta-feira, maio 03, 2013

Renamo condena desarmamento de ex-guerrilheiros que escoltavam secretário-geral

A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, considerou hoje "provocação grosseira à estabilidade do país" o desarmamento de 15 ex-guerrilheiros quando escoltavam o seu secretário-geral, argumentando que têm estatuto de polícias.

Na quinta-feira, a polícia moçambicana desarmou os ex-guerrilheiros afetos à guarda presidencial do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, qualificando de "tarefas desviadas" a proteção ao secretário-geral do partido, Manuel Bissopo, em Manica, no centro do país.

Em declarações hoje aos jornalistas, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, contestou a atuação da polícia, lembrando que "o Acordo Geral de Paz no capítulo V, ponto três, número oito" prevê que "a Renamo será responsável pela segurança pessoal imediata dos mais altos dirigentes" do partido.

O comandante provincial da polícia em Manica, Francisco Almeida, disse que o Acordo Geral de Paz determina que os guardas são para "exclusiva proteção" do líder da oposição da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), pelo que estavam a ser "usados" fora do previsto ao acompanharem Manuel Bissopo.

"Decorreu a operação de desarmamento dos homens da Renamo, armados e uniformizados, que circulavam sob alegação de estar a proteger o secretário-geral do partido. O que está preconizado é que a única figura que tem por obrigação andar com os seus homens armados é o líder Afonso Dhlakama, dai que tivemos que repor a ordem", disse Francisco Almeida, garantido não ter havido resistência e troca de tiros.

Contudo, para Fernando Mazanga, o Acordo Geral de Paz, que pôs termo a 16 anos de conflito armado no país, refere que "o Governo da República de Moçambique concederá estatuto de polícia aos elementos da Renamo encarregados de garantir aquela segurança".

"Os pronunciamentos e atitudes do comandante provincial só podem demonstrar que a polícia, ou ele, está ao serviço do partido governamental e tem ódio da Renamo", disse Fernando Mazanga.

Em contacto hoje com a Lusa, Raul Domingos, ex-número dois e negociador chefe do Acordo Geral de Paz da parte da Renamo, considerou legítima a reclamação do maior partido da oposição moçambicana relativa ao documento assinado na capital italiana, Roma.

"Reconheço o que a Renamo diz, é um dos pontos que não foi posto em prática e agora querem dizer que já está ultrapassado", afirmou Raul Domingos.

A Renamo insurgiu-se também contra as declarações do governo de Moçambique que, nas conversações de quinta-feira, solicitou o partido da oposição a encontrar advogados para libertar os ex-militares detidos em Muxungué, Gôndola e Nampula.

"Ficamos mais preocupados ainda quando o governo deu ordens para a polícia prender os militantes da Renamo, reunidos na sua sede, a tratarem assuntos da Renamo em Muxungué, e quando exigimos a sua libertação, o Governo, na voz do ministro (José) Pacheco, chefe da delegação do governo às negociações com a Renamo, nos remete para advogados, como se se tratasse de crime", disse Fernando Mazanga.

MMT // APN

Fonte: Lusa - 03.05.2013

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu tambem condeno isso. Ja nos tempos da guerra fria se falava do desarmamento, e reunioes de paz a antiga Russia Isto e Uniao das republicas socialistas russas e do outro lado a uniao dos estados americados conversavam sobre o desamamento. Reducao de armas, mas se a frelimo quer negociar a educao de armamento, ela tambem tem de reduzir, espingarda por espingarda, arma por arma, tanque por tanque, essa e a unica maneira justa de ter paz neste pais. Se a policia anda a toa com armas e os guerreiros da renamo estao proibidos disso, isso vai desenquilibrar as forcas. Aonde e que ja se viu isso nem no tempo da antiga Russia era assim, Esses belicitas russos estao sobre o comtrole da ONU. penso que chegou o tempo de desarmar o exercito i policia

Anónimo disse...

Quero pedir a Frelimo o Governo para ue deixem de arrigancia e se responsabilizem da preocupacao do povo que nao quer ver mais a guerra. Os membros do Governo tem a obrigacao de ler os documentos redigidos nos Acordos Gerais da Paz, para terem a real informacao para agir, o em vez de inventar coisas para satisfazer as suas provocacoes. Isto mostra claramente que a Frelimo quer Guerra em Mocambique porque inventam provocaçoes ao partido da RENAMO. FRELIMO CUIDADO, CUIDADO, ,CUIDADO, CUIDADO COM AS PROVOCAÇOES. O POVO QUER PAZ E VERDADEIRA PAZ

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Em nome da Renamo, eu nao concordo com estes anonimos todos, so querem denigrir a imagem da Renamo, nao ficaria adimirado se estes nonimos todos fossem da Frelimo. Nos da Renamo nao atacamos ninguem, nem chamamos de malucos a ninguem, somos pacificos e pancatos. O que queremos sao eleicoes livres e justas. Que ganhe o melhor. O nosso Presidente sempre esta a receber pacandas bem fortes em cada eleicao, mas nos somos pacientes, chegara a nossa vez....

Aurelio Mikongolote Lindimo, Militante em Zavala, mas temporariamente no estrangeiro

Reflectindo disse...

Caro Aurelio Mikongolote Lindimo

Eu também duvido que o tal anónimo seja da Renamo. O mais provável é que seja um da Frelimo que por aqui tem passado a fazer o mesmo jogo de agitador. As vezes tenho me sentido obrigado a eliminar os seus comentários, como é este caso.