A directora do Centro de Estudos de Políticas Educativas da UP entende que este modelo não é aplicável num país onde as turmas chegam a 60 ou 80 alunos.
O sistema de educação no modelo de passagens semi-automáticas foi concebido para uma realidade de turmas com pelo menos 15 a 20 alunos, contrariamente à realidade moçambicana, em que as turmas comportam em média 80 alunos. Esta constatação foi feita pela directora do Centro de Estudos de Políticas Educativas (CEPE), da Universidade Pedagógica, Hildizina Dias, que falava no decurso da Conferência sobre Didácticas e Práticas de Ensino-aprendizagem em Moçambique, evento organizado pela UP.
O encontro tem em vista uma reflexão sobre o tema acima indicado, para além da divulgação de resultados da pesquisa sobre o mesmo tema, entre outras matérias que visam contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em Moçambique.
Sobre a necessidade de pressionar o governo para a mudança ou reavaliação do sistema de passagens semi-automáticas, Dias disse: “Nós fazemos as pesquisas, e os decisores políticos vão definir a melhor decisão”.
No entanto, Dias reconheceu que qualquer sistema de educação tem sucessos e fracassos. “o que vamos fazer é avaliar o que está bem e aquilo que deve ser melhorado”, disse.
Segundo esta responsável, a questão das passagens semi-automáticas figura como uma das matérias básicas a serem debatidas no encontro, dado que esta matéria tem estado a polarizar as atenções da sociedade, dos pais e encarregados de educação, bem como dos professores do nível primário. “Fala-se muito das crianças que não sabem ler nem escrever”, sublinhou a directora do CEPE.
Fonte: O País online - 29.09.2010
6 comentários:
Entrei com a melhor nota (modesta à parte) no curso de História, para UP-Nampula em 2005. Éramos ao todo 45 estudantes.
Semanas depois a turma passou de 45 para 115! Alguns colegas, segundo soube, entraram a "porta de cavalo". Mostrei a minha indignação a direcção da UP local inclusive da reitoria (sempre com este meio jeito destemido) nada fizeram.
Anos depois, já no último ano, desisti frustrado com a situação da UP. Nessa altura, já em Maputo ido de Nampula, conheci a Dra. Dias que dava aulas de uma cedeira ligada a àrea da educação. Devia ter na sua sala cerca de 100 alunos.
Enfim, quando vejo esta especialista a dizer que o modelo de passagem automática é uma realidade fora de muros fico um pouco timido, pois nunca ouvi, em público, esta docente a opor-se a UP. Contudo, acho que ela está certa do que diz.
Não sei quem importou esta ideia para Moçambique, sem ter em conta a realidade do nosso país.
Zicomo
Selecionador,
Por essa razao que defendo que os relatorios de pobreza apresentados pelo governo sao "bricadeiras estisticas"
E mesmo nas brincadeiras, pintadas pra doadores ficarem satisfeitos, tambem nao conseguem escondr os resultados miseraveis duma governcao desgovernada.
Agora fazer proposta mas sem capacidade de decisao ou deixar a decisao num governo que nem a si proprio consegue governar, nao sei se melhora a situacao.
Pois é,
O pai deles, Guebuza já está aí. É pena que nessas deslocações nunca leva consigo o Neves, o Amorin ou o Mutisse. São simples bajuladores, que o sistema os instrumentaliza e mais nada. E vai fazer oquê na Índia? Desde que lá foi o que trouxe para o país? Nada. Epá....Em relações internacionais não há caridade, ou seja, a caridade não fazem parte das relações internacionais, dizia o meu professor Paulo Guimarães.
Zicomo
Pelo contrario, quanto a mim, a passagem automatica (PA) 'e a resposta positiva para situacoes em que as turmas sao tao numerosas, mal equipadas, o professor mal preparado que nem consegue avaliar correctamente mesmo aquilo que, em condicoes normais as criancas aprendem na rua, de forma independente. Quem 'e esse e com que base alguem pode decidir que voce passa, voce nao passa. O mais correcto e justo 'e deixar todos passar (passagem automatica - PA) ou deixar todos reprovar (reprovacao automatica - RA).
Defenderia a passagem automatica (PA)com garras e unhas. Ai do professor que reprovar ou deixar reprovar o meu miudo sabendo que a turma contem 100 criancas, vou INCENDIAR a escola. Estamos numa fase em que possivelment nunca a qualidade de esnsino vai melhorar, a unica experanca que resta 'e envolver cada vez mais os pais e encarregados de educacao na educacao dos seus filhos e nao esperar que as escolas ou o sistema vai assumir mais responsabilidade. Nos tempos de Samora a educacao estava claramente sob a responsabilidade do sistema, mas isso ja nao constitui verdade hoje em dia. Quem nao perdeu confianca com escolas governmentais deve ser um sonhador.
Onde estava essa senhora enquanto se faziam os "estudo"(se é que se fez algum estudo) que culminaram com a introdução das P.A?
Enviar um comentário