segunda-feira, setembro 27, 2010

Carvalho Muária ordena regresso imediato de alunos e professores às aulas

A directora distrital de Educação, Leonor Langa, diz que quando foi tomada a decisão de interrupção das aulas para dar lugar à recepção do governador, ela não estava no distrito.
O governador interino da província de Sofala, Carvalho Muária, insurgiu-se, semana passada, contra os dirigentes do sector de educação do distrito do Búzi, pelo facto de terem orientado os estudantes de diferentes níveis de ensino a deslocarem-se à praça dos heróis local, para a recepção do número um da província, o que implicou a paralisação das aulas.
Muária, que estava de visita à zona sul de Sofala, não gostou de ver os alunos na sua recepção e ordenou o retorno imediato dos mesmos aos seus estabelecimentos de ensino, assim como os respectivos docentes para retomarem as aulas normalmente.
“Não faz sentido, num país pobre como o nosso, interromper as aulas só para vir receber o governador. Eu estou a trabalhar, assim como as pessoas que me acompanham. Estamos aqui para ver in loco as actividades levadas a cabo para combater à pobreza. É uma espécie de fiscalização. Então, se estou a trabalhar porquê os alunos vão interromper as suas aulas só para me cumprimentar”, questionou o governador.
Aquele dirigente disse não ter percebido por que as direcções distrital e das escolas da vila sede do Búzi optaram por interromper as aulas. “Quando iniciei a visita à região sul de Sofala, deixei claro que não queria ver actividades interrompidas por causa da minha visita. Um aluno não pode deixar de estudar porque eu estou no distrito. Um enfermeiro não pode deixar de atender um doente porque o governador está a trabalhar no distrito. Queremos combater a pobreza e este combate não se faz com interrupções de actividades sem justa causa”, esclareceu Muária.
Quanto aos alunos, Muária disse que se fosse um sábado, ou domingo ou ainda um feriado, seria absolutamente normal e até agradável conviver com os futuros dirigentes. “Agora, interromper aulas, isso não, não admito”.

Fonte: O País online - 27.09.2010

Reflectindo: Carvalho Muária agiu conforme as regras num Estado de Direito. É um exemplo excelente para todo o governo. Mas esta é uma nova postura mesmo para ele, porque não há relato de que Muária fez o mesmo como governador da Zambézia no período entre 2005 e 2009.

6 comentários:

V. Dias disse...

Nunoamorim, o que é que me diz?

Isto já passou de todas as marcas.

Sinceramente.

Zicomo

Nunoamorim disse...

Foi por ter passado de marcas que o governador ordenou o regresso. Parebens ao governador Muaria...espero que os outros aprendam com essa medida.

Viriato,
o que me dizes relativamente a medida do governador?

Tomás Queface disse...

Se o governador ordenou o regresso as aulas em virtude da sua visita, isto mostra que esta situação é frequente no nosso país, em que as actividades das cidade são interrompidas quando a eventos deste género. Meu Deus! Estamos mal, muito mal.

Nelson disse...

Com a cabeça fria dá para entender que muitas vezes não por iniciativa dos dirigentes que essas coisas acontecem, mas os dirigidos procuram "mostrar serviço" e acabam caindo nessas barbaridades.

V. Dias disse...

É de salutar. Agora deve haver punidos. Situações destas não podem acontecer.

Zicomo

Anónimo disse...

Realmente e de saudar a medida do Governador Muaria. Isto so pode significar que a auto-critica dos tempos samorianos esta a tentar vigorar. Pois, o mesmo governador quando estava na Zambezia sempre que visitava os distritos mandava encerrar as escolas, o comercio ( incluindo barracas) para que tivesse quem participasse dos seus comicios. E so rever as imagens nos arquivos da nossa TVM: era Muaria e a criancada em accao. Parece que os efeitos 1 e 2 de setembro estao a fazer surtir os seus efeitos nas cabecas dos dirigentes. Parabens mano Nunoamorim.