Há outras teorias sobre a causa das manifestações contra a subida dos preços dos produtos básicos. Na Mauritânia os preços do arroz dobraram nos primeiros três meses de 2010 (disse a PMA). No mesmo período, o preço do milho subiu 59% no Zimbabué e 57% em Moçambique. Na República Democrática do Congo, o preço de um saco de arroz dobrou. Quando governo russo proibiu as exportações de cereais até o fim do ano, o preço de trigo no mercado futuro subiu mais de 70% em trinta dias. No nível mundial em um ano, o preço do trigo subiu 75%. Houve manifestações contra a subida dos preços igualmente no Egipto, na Mauritânia, no Senegal, na Índia e na Rússia. Uma tendência que levou a PMA a marcar uma reunião de emergência para 24 de Setembro. Mas se cremos os EUA, não há necessidade de se preocupar. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura de 12 de Setembro de 2010, as estimativas das reservas de trigo são acima do esperado pelos mercados. Mesmo segundo a PMA, as reservas mundiais de grão (incluindo aquelas de trigo) superam aquelas de 2008 por 25%.
O que pode significar que grande parte da subida do preço de trigo (e das manifestações) foi provocada pela especulação nos mercados financeiros. Porque os especuladores não procuravam trigo, na realidade procuravam lucros rápidos. Adicionalmente os biocombustíveis roubam de terrenos agrícolas aos alimentos. Adicionalmente o Banco Central (BCM) utilizou a sua impressora de dinheiro para pagar pelos excessos da burocracia, o crónico défice orçamental e as dívidas produzidas pelo governo. Para acalmar a fúria dos revoltados, ainda continuam imprimir dinheiro, aumentando assim cada vez mais a inflação de preços dos produtos básicos. O que significa, não há um só culpado pelas manifestações! Porque fome e pobreza absoluta sempre têm múltiplas causas.
*Oxalá é pseudónimo de um leitor
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