Guebuza sai vitorioso em toda a linha deste congresso: fez-se eleger de forma esmagadora e ainda viu a voz mais crítica do partido afastada do órgão que garante a realização da política a todos os níveis.
Filipe Paúnde, visto como o “patinho feio” da liderança do partido, amealhou o maior número de votos entre todos os que vêm do anterior Comité Central e marca posição no partido.
Dia de emoções fortes, ontem, em Pemba, no congresso da Frelimo: desilusão para uns, surpresa para alguns e satisfação para outros. Para Valentina Guebuza, Celso Correia, António Niquice, Henriques Mandava e muitos outros, o dia foi histórico - assinalou a sua entrada no Comité Central, o órgão máximo do partido Frelimo, no intervalo entre congressos. Assina o seu encontro com o verdadeiro poder político, ao qual, no caso de Valentina Guebuza e Celso Correia, irão juntar o há muito conquistado poder económico para fazer...o pleno.
Mas o dia marcou, quase irremediavelmente, o ocaso de alguns dos históricos da Frelimo. Jorge Rebelo, Jacinto Veloso e António Hama Thai, vozes de peso dentro do partido, noutros tempos, podem ter dito, em Pemba, adeus aos grandes palcos da política.
No caso de Rebelo, a sua saída pode significar que os militantes da Frelimo não subscrevem as suas críticas à forma como Guebuza dirige o partido, expressas reiteradamente em entrevistas e na sua intervenção, no segundo dia deste congresso, por isso decidiram penalizá-lo. Ou seja, no braço-de-ferro entre Guebuza e Rebelo, ganhou o primeiro.
No entanto, o grande perdedor do dia foi Teodoro Waty: não renova mandato no Comité Central e por isso também sai da Comissão Política.
Mas também saíram Ivo Garrido, ex-ministro da Saúde; António Fernando, ex-ministro da Indústria e Comércio; António Sumbana, ministro na Casa Civil e braço-direito de Armando Guebuza. Aliás, é muito intrigante como o presidente da Frelimo deixou cair no partido o seu mais fiel servidor.
Roberto Chitsondzo, Alfredo Gamito, Alcido Nguenha, Edmundo Galiza Matos, Lázaro Mathe, Virgílio Mateus, são outros dos nomes que chumbaram no congresso de Pemba, de entre os membros que ambicionavam transitar do anterior Comité Central para o novo.
Entre os que asseguraram a renovação do mandato, destaque para o ordenamento: Filipe Paúnde foi o mais votado com 1438 votos, correspondentes a 77,4%. superou todos os pesos pesados do partido, como Alberto Chipande, Marcelino dos Santos, Pascoal Mocumbi, Eneas Comiche e...Aires Ali.
Paúnde, tal como o seu presidente, sai do congresso de Pemba fortemente reforçado, ele que foi dos mais visados nas críticas dos militantes que aspiram por mudanças, nos corredores do congresso.
Fonte: O País online – 28.09.2012
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