Por Faustino Igreja
O governo da Tanzania acaba de lançar novos mapas sobre a sua fronteira com o vizinho Malawi, onde a linha divisória entre os dois países se encontra a meio das águas do lago Niassa.
Trata-se do mais recente episódio sobre o diferendo que opõe os dois países em torno da soberania sobre o Lago Niassa, disputado em cinquenta por cento pela Tanzania.
Naquilo que é interpretado como um desafio ao governo de Lilongwe, a Tanzania colocou em circulação novos mapas sobre a sua fronteira com o Malawi, mostrando claramente que não está disposto a perder mais tempo com o eventual desfecho pacífico ou não do dialogo político-diplomático, e muito menos a recuar na sua reivindicação sobre metade do Lago Niassa, potencialmente rico em petróleo e gás natural.
O Director da Agrimensura e Mapeamento no ministério tanzaniano de Terras, Selasie Mayunga, esclareceu que os novos mapas visam acabar de uma vez por todas com a confusão entre a Tanzania e o Malawi sobre a fronteira em torno do Lago Niassa, considerado o terceiro maior da África.
Ele afirmou que mesmo nos mapas anteriores, a fronteira entre a Tanzania e o Malawi está a meio do lago Niassa e convidou as instituições públicas e privadas para adquirir os novos exemplares.
Selasie Mayunga dirigiu em Agosto último a delegação da Tanzânia na última ronda negocial com o Malawi sobre o Lago Niassa e que mais uma vez redundou em fracasso.
A produção dos novos mapas sobre a fronteira comum acontece numa altura em que a Tanzania e o Malawi estão envolvidos em consultas político-diplomáticas para a resolução da disputa, que já dura há cerca de cinquenta anos.
No entanto, alguns oficiais séniores da Tanzania já deram a conhecer que estão prontos para responder a qualquer provocação do Malawi.
Um dos dirigentes tanzanianos que ameaçou abertamente o Malawi com uma guerra, em caso de falhanço das conversações bilaterais sobre a partilha do lago Niassa, foi o Presidente da comissão parlamentar para os assuntos de defesa, segurança e relações exteriores, Edward Lowassa.
Lowassa declarou que se o cenário de guerra for necessário, a Tanzânia e as suas forças armadas estão preparadas e equipadas para fazer face à situação, um cenário que no entanto viria a ser descartado pelo Presidente tanzaniano, Jakaya Kikwete.
Ao abrigo do Tratado Anglo-Germânico de 1890, o Malawi reivindica a totalidade do lago Niassa, mas o Presidente Jakaya Kikwete alegou no princípio deste mês que o Acordo está desajustado, e por isso a Tanzania exige a sua revisão.
Fonte: Rádio Moçambique – 25.09.2012
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