As Nações Unidas dizem não aceitar que o presidente marfinense Laurent Gbagbo tenha ganhop a segunda volta das eleições presidenciais, como anunciado esta sexta-feira pelo Conselho Constitucional.
É esperado agora que o enviado especial da ONU para a Costa do Marfim dê a sua aprovação aos resultados declarados antes pela Comissão Nacional de Eleições, que deu a vitória ao candidato da oposição, Alassane Ouattara.
Reviravolta
Esta tarde o Conselho Constitucional na Costa do Marfim anunciou que o Presidente Laurent Gbagbo venceu a segunda volta das eleições presidenciais de domingo.
Na quinta-feira, a comissão eleitoral disse que o candidato da oposição Alassane Ouattara, tinha derrotado o Presidente mas o chefe do Conselho Constitucional, que tem a última palavra a dizer, declarou o anúncio inválido.
O Presidente do Conselho Constitucional, Paul Yao N'Dre, que é um aliado próximo do Presidente, disse que Gbagbo ganhou com 51% dos votos.
Este organismo, que valida os resultados eleitorais, anulou as contagens em sete regiões do norte, onde o candidato da oposição, Alassane Ouattara tem a maior parte do seu apoio.
Mudança de decisão
Na quinta-feira, a comissão eleitoral tinha anunciado a vitória de Ouattara, mas o Conselho Constitucional declarou o anúncio inválido. Pouco depois, o exército marfinense fechou as fronteiras.
Em declarações à BBC, Hamadoun Touré disse que a missão das Nações Unidas trabalhou com ambos os candidatos para resolver o impasse: "O que podemos fazer é tentar esbater as diferenças e ajudá-los a esbater as suas divergências", afirmou o Chefe da Missão da ONU na Costa do Marfim.
As antigas forças rebeldes ainda controlam o norte deste país, que é o maior produtor de cacau do mundo.
Apoiantes do President Gbagbo afirmam que houve fraude eleitoral durante a votação de domingo no norte, onde Ouattara é popular.
Antes, a embaixadora dos Estados Unidos para a ONU, Susan Rice, proferiu uma declaração do Conselho de Segurança apelando a ambos os líderes a exercerem contenção:
"Os membros do Conselho de Segurança lembraram os líderes que eles têm a responsabilidade essencial de assegurar que o processo é pacífico e apelamos que exerçam contenção e que não interfiram de maneira nenhuma no trabalho da Comissão Eleitoral Independente, e honrem os seus compromissos para respeitar os resultados, para abordar as suas queixas através de procedimentos legais e para resolverem as suas diferenças pacificamente", disse Rice.
O risco principal é que a decisão do Conselho Constitucional possa desencadear manifestações.
Entretanto, a União Africana já reagiu e manifestou a sua "profunda preocupação" com os últimos desenvolvimentos e apelou ao respeito pelos resultados eleitorais.
Fonte: BBC para África - 03.12.2010
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