Os apoiantes de Ouattara defendem que o mesmo não deve aceitar a proposta de diálogo feita por Gbagbo enquanto não for reconhecido como Chefe do Estado.
A Costa do Marfim assistiu a uma intensificação da tensão política no passado fim-de-semana, quando o tão contestado presidente, Laurent Gbagbo, acusou enviados estrangeiros de tentarem colocar o exército do país contra ele.
Após ter sido declarado vencedor da segunda volta das presidenciais pelo Conselho Constitucional, Gbagbo passou a viver um crescente isolamento internacional, com a Comunidade Internacional a reconhecer como vencedor das eleições o seu opositor, Alassane Ouattara. Mesmo perante esta situação, Gbagbo continua a controlar o exército e a exportação do cacau, uma das principais riquezas daquele país.
Entretanto, com a prolongada crise política e os seus consequentes reflexos na economia, a situação parece estar a ganhar outros contornos.
Este sábado, o novo ministro do Interior, nomeado por Gbagbo, Emile Guirieoulou, acusou determinados diplomatas de tentarem subornar oficiais militares seniores e lançou ameaças de represálias contra o que apelidou de interferência internacional. “Por vários dias, membros do exército e civis de algumas embaixadas em Abidjan aproximaram-se de forma discreta a oficiais seniores do nosso exército nacional. Nós não vamos tolerar a ingerência por parte de qualquer diplomata nos assuntos internos da Costa do Marfim”, referiu Guirieoulou.
Falando a jornalistas no Burkina Faso, o ministro da Cooperação Francesa, Henri de Raincourt, negou que Paris esteja a imiscuir-se nos assuntos internos da ex-colónia, tendo, no entanto, reiterado que o “presidente eleito” é Alassane Ouattara. “Quando toda a Comunidade Internacional, todos os países africanos, a União Africana (UA), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) dizem essencialmente a mesma coisa (que Ouattara venceu as eleições), é totalmente errado falar de intromissão”, sublinhou Raincourt.
Advertências e negociações
Por seu turno, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Philippe Mangou, alertou sobre o envolvimento tanto da França como das Forças da Organização das Nações Unidas (ONU). “nós simplesmente aconselhamos os nossos irmãos nas forças imparciais (francesas e da ONU) para que nunca tenham o sangue dos costa-marfinenses nas suas mãos. (Redacção)
Fonte: O País online - 14. 12.2010
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