Segundo o Dom Jaime Gonçalves, Arcebispo da Beira
Para este líder religioso, o executivo deve sair do discurso para a implementação de medidas tendentes a melhorar o ambiente político-social no país.
O arcebispo da Beira, Dom Jaime Gonçalves, apelou aos governantes moçambicanos a implementarem um verdadeiro pluralismo político no país e não limitarem-se apenas a defendê-la em papéis e discursos.
Aquele prelado, que falava à imprensa por ocasião do Natal, criticou veementemente os dirigentes que se fazem passar por pacifistas, democratas e defensores de liberdades políticas e religiosas e que, para tal, “usam a imprensa e encontros públicos para mostrarem esta falsa parte humana enquanto, na prática, os seus posicionamentos ditam o contrário”. Desafio a todos os políticos e governantes, “estejam eles no poder ou na oposição, para transformarem os seus lindos discursos de pluralistas políticos e religiosos, humanistas e democratas em actos. Estamos cansados de conviver com pessoas que se aproveitam da ignorância, do analfabetismo e da falta de informação dos seus compatriotas para tirar dividendos, enriquecendo à custa dos outros, perpetuando o sofrimento de milhares de pessoas”. O líder da Igreja Católica na Beira disse, na mesma ocasião, que sente vergonha de alguns compatriotas que se sujeitam a projectos exploratórios de alguns ocidentais que, em nome de alegada parceria, procuram a todo o custo sacar os nossos bens, mas com um retorno insignificante. Ou seja, quem ganha com estes tipos de acordos é apenas um grupinho de pessoas.
Sem apontar nomes de pessoas ou projectos, o Dom Jaime disse que alguns dirigentes usam interesses económicos, para aprovar projectos de grande envergadura sem, contudo, observar as eventuais consequências negativas dos mesmos.
Para o arcebispo da Beira, projectos económicos não podem suplantar e menosprezar a dignidade das pessoas.(Francisco Raiva)
Fonte: O País online - 28.12.2010
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