quarta-feira, dezembro 29, 2010

Intelectuais contra recurso à força

Paris - Cerca de 30 intelectuais, maioritariamente africanos e franceses, apelaram hoje (quarta-feira) em carta aberta para se travar a ameaça de guerra que pesa sobre a Côte d'Ivoire, rejeitando qualquer intervenção armada nesse país em crise, um mês após as eleições presidenciais contestadas.
Esses intelectuais, entre os quais a escritora de origem camaronesa Calixthe Beyala e a maliana Aminata Dramane Traore, bem como o sociólogo suíço Jean Ziegler, o politólogo francês Michel Galy, declaram-se "profundamente convencidos de que uma intervenção militar na Côte d'Ivoire viria agravar uma situação que já é suficientemente trágica, bem como mergulharia o país e a sub-região no tormento".
O texto transmitido à AFP é também assinada por Guy Labertit, antigo delegado para África do Partido socialista francês.
"Os signatários da presente carta aberta apelam à opinião pública de todas as nações e os governos dos países que velam pela democracia, paz e liberdade, a fim de travarem a ameaça de guerra que pesa sobre este país", prosseguem.
A Côte d'Ivoire está em crise após a recusa do presidente cessante Laurent Gbagbo em entregar o seu cargo ao seu rival Alassane Ouattara, reconhecido vencedor das eleições presidenciais de 28 de Novembro pela comunidade internacional.
A Comunidade económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) pretende intervir militarmente caso Gbagbo não entregue o lugar, enquanto que as violências pós-eleitorais causaram pelo menos 173 mortes, maioritariamente dos partidários de Ouattara, segundo as Nações Unidas.
"A história da África do Oeste e da Côte d'Ivoire demostra que tal intervenção em Abidjan traduzir-se-ia numa resistência civil e em acções sangrentas perante um exército de ocupação; como consequência certamente provocaria massacres urbanos no seio dos ivoirienses e/ou entre ivoirienses e estrangeiros", alertam os signatários, que apelam a uma "solução pacífica".

Fonte: Angolapress - 29.12.2010

Reflectindo: Há cada intelectuais. E quando estes intelectuais não exigem que o golpista, por sinal também intelectual, entregue o poder ao vencedor das eleicões, como posso classificá-los?

4 comentários:

Jone N disse...

Estes intelectuais sao alienados, e estao ao servico do Presidente nao eleito e democraticamente derrotado de acordo com a Organizacao das Nacoes Unidas. O uso da forca eh o ultimo recurso a ser equacionado, e pessoalmente estou de acordo.
Africa tambem merecem alternancias democraticas.

Reflectindo disse...

Não há dúvidas que estes intelectuais sejam alienados. A prova está da maneira como não condenam golpes pós-eleitorais que mancham o nosso continente.

V. Dias disse...

Intelectuais? Que são? E quais os critérios para os defniri?

Zicomo

Anónimo disse...

Nguiliche

Intelectuais? Nao tinham outros adjectivos para a esses ignorantes? Ja que sao intelectuais que vao a Costa do Marfim e resolvam o problema de modo Presidente eleite a assumir plenamente as suas funçoes.Ignorantes. Africa tambem merecer uma pacifica alternancia politica, e a forma de chegar la é acabar com golpes eleitorais, fraudes.