Maputo - A RENAMO e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) consideraram hoje "estático" e "fraco" o discurso do Presidente moçambicano sobre o estado geral da Nação, que segundo Armando Guebuza, "está no bom caminho rumo à prosperidade".
Armando Guebuza apresentou hoje o seu relatório anual ao Parlamento, onde apontou "melhorias" das condições de vida dos cidadãos nos vários domínios.
"Falou da chama da unidade, das presidências abertas", mas não do que está a acontecer nas províncias centrais, com o agravamento dos índices de desenvolvimento humano, disse o deputado e porta-voz do MDM José de Sousa.
A Educação e a Saúde foram "pinceladas ao de leve" e, pelo que ouvimos, "continuamos de mão estendida", disse José de Sousa, para concluir: "não estamos satisfeitos".
A bancada parlamentar da RENAMO, principal partido da oposição, abandonou a sala do plenário por discordar dos procedimentos da presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, que se recusou a dar a palavra a um deputado antes da ordem do dia. O parlamentar quis insistir na questão da Wikileaks, em que Armando Guebuza é acusado de ligações ao tráfico de droga e de ter recebido uma comissão entre 35 e 50 milhões de dólares no negócio da compra da Hidroeléctrica de Cahora Bassa a Portugal.
Armando Guebuza nunca se pronunciou sobre as acusações de que é vítima. Na semana passada, a FRELIMO, partido no poder, chumbou a proposta dos partidos da oposição de convocar ao Parlamento o Governo moçambicano, que, entretanto, negou com veemência as acusações divulgadas pelo portal Wikileaks.
O membro do Conselho de Estado, escolhido pela RENAMO, António Muchanga, disse que o Presidente moçambicano perdeu uma oportunidade para responder às acusações de envolvimento de figuras no Governo no tráfico de droga e "não disse nada" no seu discurso do estado da Nação.
António Muchanga disse que Armando Guebuza teve e perdeu a oportunidade de falar das acusações relacionadas com narcotráfico que foram reveladas pelo portal WikiLeaks, como também não falou sobre o futuro das medidas de compensação sobre o preço dos produtos básicos, anunciadas depois dos confrontos ocorridos em Maputo e Matola em Setembro passado.
"O discurso foi estático", disse António Muchanga.
"O crime (acusações da Wikileaks) é dele e não deve delegar pessoas para falar em seu nome", afirmou.
A RENAMO está também preocupada com o aumento do número de polícias que são mortos e "gostaria de ouvir medidas" para combater o crime, como também medidas que serão tomadas para combater a crise na Educação, depois de parceiros se terem retirado, disse António Muchanga.
Fonte: Angolapress - 20.12.2010
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