A organização de defesa da liberdade da imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestou a "sua grande preocupação" após a proibição pelo regime de Laurent Gbagbo de vários jornais favoráveis a Alassane Ouattara, um dos dois Presidentes ivoirienses proclamados na Côte d'Ivoire.
Os jornais proibidos de publicação desde sexta-feira são os diários “Le Patriote”, “Le Nouveau Réveil”, “L’expression”, “Le Mandat”, “Nord Sud Quotidien”, “Le Jour Plus” e “l’Intelligent d’Abidjan”, próximos da coligação pró-Ouattara.
A decisão de proibição foi tomada pelo general Dogbo Blé Brunot, chefe da Guarda Republicana e Comandante Militar do Palácio Presidencial, sem consultar os órgãos de regulação, nomeadamente o Conselho Nacional da Imprensa (CNP).
A Repórteres Sem Fronteiras relata que elementos da Guarda Republicana invadiram, quinta-feira 16 de Dezembro, a impressora “Sud Actions Médias” e uma outra do grupo de imprensa “Olympe” para lhes impedir de imprimir os diários citados.
Desde o início da crise surgida após o anúncio dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais que proclamaram dois vencedores, Alassane Ouattara, segundo a Comissão Eleitoral Independente, e Laurent Gbagbo, de acordo com o Conselho Constitucional, a difusão dos canais de informações internacionais foi suspensa no país pelo Conselho Nacional do Audiovisual.
A tensão continua alta no país após a "quinta-feira negra" marcada por uma marcha dos partidários de Ouattara reprimida pelas Forças de Defesa e de Segurança que teria feito cerca de vinte mortos e numerosos feridos.
O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, manteve um encontro sexta-feira com as duas partes e foi-se embora sem os resultados esperados, enquanto o campo Ouattara apela para a mobilização "até que Gbagbo deixe o poder".
Fonte: panapress - 18.12.2010
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