Para o caso concreto da redução de preços, alguns cidadãos interpelados pela nossa equipa de reportagem associam a baixa de preços à perda de produtos, depois da festa do Natal.
Os preços são acessíveis, esta era a frase que predominava na ponta da língua de muitos cidadãos que faziam as suas últimas compras em alguns estabelecimentos comerciais da cidade de Maputo, rumo aos preparativos do cabaz do fim do ano. A situação actual, pelo menos em Maputo, é contrária ao cenário que caracterizou os preparativos da festa do Natal que, de certo modo, foi manchada pela alta do preço dos principais produtos procurados para a festa do dia da Família. Para além da subida de preços, o Natal foi caracterizado por muita lufa-lufa, algo que não se verifica neste momento, quando estamos a escassas horas do fim-de-ano de 2010.
Contudo, pese ainda o movimento ter reduzido, ainda reina nos estabelecimentos comerciais algumas filas para a aquisição dos últimos produtos da festa. Como é de costume, a nossa equipa de reportagem efectuou uma ronda ao longo de alguns pontos de venda dos mais diversificados produtos na cidade de Maputo com o objectivo de ver de perto o cenário que se vive a estas alturas.
Contrariamente a outros anos, pelo menos nalguns estabelecimentos comerciais, a tendência dos preços dos produtos básicos mais procurados mantêm-se estável.
Há quem diga que esse comportamento talvez tenha sido proporcionado pela má experiência vivida pelos comerciantes do mercado grossista do Zimpeto que, devido à fixação de preços altos durante a festa do Natal, chegaram a perder cerca de 1 500 caixas de tomate e aproximadamente dois mil de batata.
Aliás, no mesmo mercado, uma caixa de tomate, que no meio do ano é comercializada por cerca de 500 meticais, ontem, o seu preço variava entre 150 a 200 meticais.
O saco de batata que num cenário de subida desordenada de preço chegava a custar 340 meticais, ontem não passava de 250 meticais. O mesmo acontecia com outros produtos comercializados naquele mercado grossista.
Alguns consumidores testemunharam o facto, e mostraram-se surpreendidos com essa situação não habitual no país. Mesmo o Primeiro-ministro, Aires Ali, reconheceu, anteontem, quando efectuou umas visitas nalguns mercados da cidade de Maputo, que não é cultura dos moçambicanos baixar os preços, quando chega estes momentos do ano.
Produtos continuam a apodrecer no Zimpeto
Entretanto, apesar da tendência da queda ligeira dos preços no mercado grossista do Zimpeto, muitos produtos, nomeadamente o tomate e a batata, continuavam a apodrecer.
O gestor do mercado, Moisés Covane, confirmou-nos o facto. Mas diz que a essa altura do ano, o nosso país consome maioritariamente o tomate abastecido pelo mercado sul-africano. Tal tomate, como explicou, é adquirido muito longe, quase na fronteira entre África do Sul e Zimbabwe, e leva muitos dias para chegar ao país, facto que contribui para que apodreça facilmente no local de revenda. Para este, o cenário pode ser o mesmo quanto à batata reno.
Os preços continuavam estacionários não só no mercado grossista do Zimpeto, como também nalguns supermercados visitados pelo nosso jornal.
Fonte: O País online - 31.12.2010
Reflectindo: Armando Inroga mostrou como ele é economista nato! É preciso interpretar os factos com recurso à ciência e não populismo. Estamos numa economia de mercado e as regras têm que funcionar como tal. Um dos problemas em Moçambique deve-se à violação dessas regras. O governo quer ser ou visto como responsável pela subida ou redução dos preços.
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