Tensões têm vindo a crescer desde que Ouattara e Gbagbo reclamam ambos o poder
Soldados leais ao actual presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, cercaram o hotel que hospeda o rival da oposição Alassane Ouattara, o homem que é reconhecido pela maior parte dos governos e instituições internacionais como o vencedor das eleições do mês passado.
Ouattara está sob a protecção da ONU no hotel, após ambos os candidatos presidenciais terem prestado juramento e nomeado governos rivais.
Entretanto em Bruxelas, os ministros dos negócios estrangeiros concordaram adoptar sanções contra os membros do regime de Gbagbo.
Foi pouco depois do nascer do sol que o exército leal ao Presidente Gbagbo reforçou as suas posições nas duas estradas principais que seguem até ao hotel onde está o homem reconhecido pela ONU e pela União Africana como o vencedor das eleições presidenciais.
Disparos
Umas horas mais tarde eles bloquearam os acessos ao hotel, levando a uma resposta agressiva dos soldados rebeldes leais ao governo de Ouattara, que saíram do hotel para os perseguir.
Foram disparados tiros, apesar de não haver informações de ferimentos.
Os rebeldes capturaram várias metralhadoras e de acordo com algumas informações, imobilizaram um tanque governamental.
Desde então o exército enviou reforços criando um tenso impasse entre as forças leais aos dois governos.
Direitos humanos
Um membro da missão da ONU em Abidjan, Simon Munzo, disse que vão ser investigadas as alegações de abusos de direitos humanos feitas pelos apoiantes de Ouattara:
"Todos os funcionários do departamento de direitos humanos estão no terreno em todo o país para recolherem informações sobre violações de direitos humanos. Vamos publicar mais tarde os resultados desse trabalho."
Ambas as partes mencionaram sentarem-se à mesa para resolverem o impasse político, mas o governo de Ouattara diz que as conversações só podem ter início quando Gbagbo admitir a derrota.
Pressão internacional
A pressão internacional de outros governos africanos assim como da Europa e dos Estados Unidos ainda não deu resultados.
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional estão a ameaçar bloquear a assistência financeira a não ser que tenha lugar uma transição de poder.
Tanto a ONU como os Estados Unidos ameaçaram sanções contra Gbagbo e os seus apoiantes, mas foi a União Europeia a primeira a decidir um congelamento de bens e a proibição de vistos para os membros da sua família e governo.
Fonte: BBC para África - 13.12.2010
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