A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reiterou domingo o seu apoio ao candidato da oposição, Alassane Ouattara, Presidente democraticamente eleito da Côte d'Ivoire, e rejeitou qualquer eventualidade de formação dum Governo de Coligação como solução para o impasse político no qual está este país.
Segundo especulações, o Presidente cessante, Laurent Gbagbo, que perdeu as eleições de 28 de Novembro último diante de Alassane Ouattara, em conformidade com os resultados proclamados a 2 de Dezembro pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) , estaria favorável à formação dum Governo de Coligação na Côte d'Ivoire, segundo o modelo do Quénia e do Zimbabwe, como solução para se sair da crise pós-eleitoral.
Mas o porta-voz da CEDEAO, Sunny Ugoh, indicou que esta hipótese está fora de questão, referindo-se à decisão tomada pelos líderes da organização sub-regional na sua cimeira extraordinária organizada terça-feira última em Abuja (Nigéria).
"O presidente da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO indicou claramente, no termo da Cimeira de Abuja, que não estão favoráveis a um Governo de União Nacional (na Côte d'Ivoire)", indicou à PANA Ugoh sem nenhuma ambiguidade.
Ele afirmou igualmente que o reconhecimento de Ouatttara como Presidente eleito deste país pelos líderes da África Ocidental não deixa nenhuma dúvida.
"Os chefes de Estado e de Governo, na sua sabedoria coletiva e no espírito de promover a democracia e a transparência e garantir o respeito pela expressão da vontade popular pelas urnas, tomaram a decisão de reconhecer os resultados da segunda volta das eleições presidenciais, proclamados pela Comissão Eleitoral Independente ", precisou Ugoh.
O Conselho Constitucional anulou os resultados proclamados pela CEI para declarar finalmente Gbagbo vencedor das eleições , criando assim a desordem institucional neste país da África Ocidental, líder mundial dos produtores de cacau.
Observadores eleitorais exprimiram o receio de que uma solução rápida e errada para a crise mergulhe novamente o país na situação de 2002, caraterizada pela divisão, por uma rebelião armada, do país em duas entidades com o norte administrado pelos rebeldes e o sul sob o controlo governamental.
Fonte: Panapress - 12.12.2010
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