Editorial do @Verdade
Pode parecer piada, mas não é. A
competência é um dos piores defeitos. Ser competente, neste país, é um pecado
capital, sobretudo no Governo da Frelimo. Basta ser um indivíduo competente
para sofrer ostracismo, o dos mais mórbidos que se tem registo. Na verdade, a
Frelimo já vem nos habituando com a sua falta de bom senso desde a
Independência Nacional. Aliás, não é novidade para os moçambicanos que o
Governo da Frelimo tem vindo a colocar indivíduos de competência duvidosa em
cargos de direcção.
Não é preciso de um olhar clínico
para perceber a horda de incompetentes que abundam na Função Pública ou no
Aparelho do Estado. Desde Ministros a Governadores provinciais, passando pelos
Presidentes de Conselho de Administração de empresas públicas ou participadas
pelo Estado, até à própria liderança do partido e ao simples chefe de um Posto
Administrativo.
O Presidente da República é,
neste momento, o promotor-mor da incompetência. Aliás, no auge da sua
incompetência, recentemente, nomeou uma senhora sem experiência e competência
conhecida para um dos ministérios estratégicos e vitais para a saúde económica
do país, afastando um indivíduo com larga experiência e bastante competente.
Quando parecia que o Chefe de Estado havia esgotado a demonstração da sua
incompetência, eis que esta semana surpreendeu os moçambicanos com mais uma das
suas estupidezes: a exoneração do ministro da Educação e Desenvolvimento
Humano, Jorge Ferrão.
O pecado de Ferrão é ter sido um
ministro extremamente competente. O Governo da Frelimo não gosta de
competentes. É de senso comum o prestimoso e visível trabalho que ele vinha
fazendo naquele ministério. Jorge Ferrão imprimiu uma nova dinâmica na
Educação, um sector que era tido com um dos piores, principalmente no que diz
respeito ao seu funcionamento.
Fonte: @Verdade – 25.11.2016
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