O Centro de Integridade Pública (CIP) pediu à Procuradoria-Geral da República para investigar o suposto envolvimento do antigo estadista nacional Armando Guebuza, no caso de corrupção e tráfico de influências sobre os recursos naturais existentes no país, avança o jornal online Voz da América (VOA).
O VOA, citando um jornal italiano, afirma Guebuza terá oferecido à empresa de hidrocarbonetos ENI uma isenção de impostos na venda das suas acções à China National Petroleum Corporation (CNPC), em troca de favores não especificados.
Segundo o mesmo órgão de comunicação, as revelações surgiram na sequência de uma investigação sobre corrupção internacional contra Paolo Scaroni, antigo administrador da petrolífera italiana, levada a cabo pela Procuradoria de Milão. De acordo com gravações telefónicas no poder da Procuradoria italiana, Guebuza terá ainda oferecido um terreno paradisíaco no Bilene, no sul de Moçambique, escreveu a VOA.
O pesquisador da CIP, Baltazar Fael, em declarações àquele jornal, defendeu que: "frente a estas denúncias, cabe à Procuradoria-Geral da República investigar para saber se há ou não casos de uso indevido dos recursos do povo moçambicano”.
No entanto, Fael mostra-se reticente em que a Procuradoria-Geral da República investigue o caso "por envolver altas personalidades do poder, o que não seria bom nem para o processo de desenvolvimento em curso, nem para a justiça moçambicana", disse o mesmo.
O pesquisador da CIP explicou ainda que não há evidências públicas do envolvimento de Guebuza no caso, daí existir primeiro uma necessidade de investigação.
Fonte: SAPO – 20.03.2016
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