A Revista “E” do Expresso (Portugal), publicou este sábado (19 de Março), uma investigação de Paulo Anunciação sobre o Arquivo Mitrokhin, agora depositado na Universidade de Cambridge. Na publicação o antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano é citado como um antigo espião da KGB. A fonte indica que o nome de código do ex-presidente era “TZOM”. A assistente de Agostinho Neto também prestava serviços secretos a organização russa.
A Revista alega que divulgou apenas alguns documentos dos destaques de um trabalho que revela muitos dos métodos de human intelligence então utilizados pelo KGB. A revelação pode adensar mais zonas de penumbra sobre a morte do primeiro presidente moçambicano, Samora Machel. A KGB já foi citada no Jornal/faz Imparcial, num texto assinado por Orlando Cabral, aos 23 de Outubro de 2004 como “promotora de morte de Machel com conivência de quadros da Frelimo – Revelação de dois antigos agentes da polícia política soviética.”
O artigo que temos vindo a citar, escreveu que a União Soviética, em aliança com destacadas figuras do regime frelimista de então, teria planeado o atentado de que resultou a morte do presidente Samora Machel, em 19 de Outubro de 1984.
A revelação dos contornos da queda do “Tupolev” presidencial em Mbuzini, foi segundo o artigo feita por dois antigos agentes da KGB soviética, que resguardaram a sua identidade. Um deles, ucraniano, formado em Kiev, disse que era o número 333 e que operava na África Austral, o outro, de nacionalidade russa, também operou na zona austral africana.
“Os ex-agentes apontam a KGB como promotora do assassinato do primeiro presidente moçambicano, alegadamente porque Moscovo se sentiu traído quando Machel se encontrou com Ronald Reagan e lhe prometeu reformas económicas em Moçambique, com sujeição às receitas capitalistas do FMI, que levariam ao PRE (Plano de Reabilitação Económica), e à economia de mercado”, problematizou o artigo assinado por Orlando Cabral, publicado no Jornal Imparcial em 2004.
Fonte:Magazine Independente – 21.03.2016
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