Eu já contei aqui neste no
Diálogo sobre Moçambique, dois casos que aconteceram em Nampula e que tive que
intervir.
1. Uma turista é atacada por
jovens na feira em Nampula que localizava em frente da Catedral, com alegacão
de que ela tinha saia curta. Dos homens a socorrê-la fui eu e um amigo que
vinha da Holanda mas também natural de Nampula, o resto foram tantas mulheres.
2. Precisamente em Muatala, eu
vindo donde acompanhava a uns amigos, ouvi uma mulher a chorar e vindo para o
lado onde eu estava. Afinal dois moços lhe seguiam para lhe violarem
sexualmente. Pedi-lhes para pararem e me explicarem do que se passava. Felizmente,
os jovens pararam e disseram-me que iam violar sexualmente a moça porque é o
que ela queria ao andar de noite. Fiz-lhe algumas perguntas como, se eles
também podiam ser violados porque andavam de noite. Esta entre outras perguntas...
Durante a conversa com os moços, a jovem conseguiu fugir.
Ora, tudo isto acontece devido à
educacão que nós homens recebemos em casa, na sociedade, como é okhalawai
(ritos de iniciação masculina) e mesmo em instituições públicas como escolas
que dão o direito aos homens de decidirem sobre a mulher, sobre o que é bom ou
não para elas, o direito de violá-la, etc. Apesar da longa luta pela igualdade
entre homens e mulheres ainda são poucos os homens que respeitam a mulher,
poucos homens que aceitam que a mulher tem o direito de decidir por si. Etc.
etc. É notável isso nas conversas entre homens e até há mulheres incluindo
académicas, de carreira, dirigentes, que já cederam. Nas escolas, nos locais de
trabalho, não há debates sobre a igualdade entre os homens e mulheres.
Será esta uma reflexão para o 7
de Abril que se aproxima? Depende de todos nós, mulheres e homens.
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