Depois de um relato sobre um alegado antagonismo entre a administradora distrital, Ângela Serrote, e o secretário permanente, José Saize, alegadamente porque o último é insubordinado por possuir mais canudo que a sua chefe, eis que mais uma peça surge. Desta vez é sobre o primeiro secretário do Comité Distrital da Frelimo, Virgílio Namagoa, e mais dois “camaradas”, que são acusados de estarem a inviabilizar o acesso ao Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), vulgo “sete milhões”.
A acusação é acordo com o O País online, de populares daquele distrito que alegam que o primeiro secretário da Frelimo, assim como Alberto Mirione, da Administração e Finanças, e Domingos Sumundila, da organização e propaganda da Frelimo, têm estado a promover práticas corruptas, semeando um clima de discriminação naquele ponto do país.
Segundo as denúncias, os fundos de Ile têm vindo a beneficiar outros distritos como Mocuba e Nicoadala, porque aceitam pagar uma comissão exigida por Virgílio Namagoa, um dos membros do conselho técnico da equipa que atribui os fundos às populações.
O O País online recorda-nos que numa das presidências abertas feitas ano passado pelo chefe do Estado, Armando Guebuza, os residentes denunciaram este cenário, o que ditado a exoneração do então administrador, Gonçalves Talaua, e Orlando Catopa, antigo chefe do conselho consultivo distrital.
Para os populares, a nova administradora, Ângela Serrote, está em condições de dirigir o distrito de Ile, não fosse a interferência do primeiro secretário do partido Frelimo e sua cúpula.
O Primeiro secretário do comité distrital da Frelimo acha falsas a declarações dos populares, porém reconhece que tem sido convidado para assistir à aprovação dos projectos. Por outro lado, ele acusou o anterior administrador de ter certos amigos a quem disponibilizou somas avultadas de valores para a compra de cabeças de vaca e motorizadas no ano de 2008 e que, no entanto, segundo indicações disponíveis, ainda não foram devolvidos.
Fonte: O País - 12.05.2010
Reflectindo: 1) aqui está um caso que me/nos obriga a reflectir profundamente sobre as razões do antagonismo entre Serrote e Saize. No artigo anterior, a administrador afirmou com o problema actual aconteceu no governo cessante, mas não será a luta pelos recursos?
2) O primeiro-secretário da Frelimo afirma que é tem sido convidado para assistir à aprovação dos projectos. Muitos pontos de interrogação!
Fonte: O País - 12.05.2010
Reflectindo: 1) aqui está um caso que me/nos obriga a reflectir profundamente sobre as razões do antagonismo entre Serrote e Saize. No artigo anterior, a administrador afirmou com o problema actual aconteceu no governo cessante, mas não será a luta pelos recursos?
2) O primeiro-secretário da Frelimo afirma que é tem sido convidado para assistir à aprovação dos projectos. Muitos pontos de interrogação!
9 comentários:
Uma coisa, porém, é certa: os fundos são canalizados entre eles. Isto me aborrece mesmo. O povo que precisa, que anda ai a chupaer dedo polegar, esses chifanhanas de orangotangos nada fazem. Que fazer? Ressuiscitar Samora e acabar com estes palermas? Talvez seja a solução.
Zicomo
Mano, o que os litigantes nos dizem a primeira vista (declarações do administrador e do seu SP ao Jornal) pode não configurar o real problema" Normalmente nos dão as folhas e ramos mas o que nos interessa para compreender o conflito são as raizes mas para acedermos a elas temos um grande caminho a percorrer.
Os casais dizem que se diviorciam porque, não se respeitam, se violentam etc, mas o problema pode estar na cama onde as coisas não andam como devia ser e isso nunca nos dizem, contam nos apenas os efeitos.
Quando uma mulher vai se queixar á policia, diz que o marido lhe espanca e a policia trata de chamar o marido para lhe trancar ou outras formas de castigo. mas fazendo isso, a policia não está a resolver o problema, pois não está trabalhando com as causas mas sim com os efeitos. E o resultado é que logo que saiem da esquadra e antes de chegar a casa o embroglio recomeça e a porrada é incontrolavel.
O que os governantes de Ile fizeram é apresentar suas posições aos jornais e nós devemos tentar compreender os interesses e se possivel as suas necessidades. O Governador perdeu o seu tempo em Ile porque foi pegar nas posições e não procurou perceber os interesses em jogo. Para além disso, perdeu seu tempo com as pessoas (Administradora e seu SP) e não no assunto que os divide. Quando ele diz “quem manda no distrito é a administradora e não o secretário permanente”. Parce que está a sugerir que o SP deve cumprir qualquer ordem da administradora mesmo que contraproducente ou ilegal.
No caso Ile temos que tentar perceber, os interesses em jogo. À primeira vista, estamos perante interesses meramente psicológicos, mas há que considerar também os interesses substantivos (o poder material, lembre, meu irmão, que quem é executivo é o SP e a Admistradora é um corta fitas e isso irrita a muitos) mas também há que ver os interesses processuais (como as coisas são feitas, quem “efectivamente” define as regras da casa, que processos e procedimentos internos existem, quem os define e porquê?). Há que ver também se não haverá incompatilibilidade ou intolerancia aos valores/ crenças de cada uma das partes? Como é que a informação flui e qual é a capacidade ou predisposição de cada um de perceber as mensagens emitidas? e a auto estima? e a sindrome de inferioridade ou superioridade?
Mas é preciso também ver, quem são efectivamente as partes primarias/principais neste conflito e quem são as secundárias. quem nos garante que a administradora e o SP são as partes principais? não serão simples caixas de ressonancia de algo muito maior? Que influencia têm as partes secundarias (partido, conselho consultivo, equipe tecnica distrital, secretariasprovincial etc) neste conflito? De que lado se posiciona cada uma das pessoas ou entidades? Que interesses cada um tem?
Em suma, eu só tenho perguntas e nenhuma resposta quanto a este caso. aquele abraço
Caro Saiete
Meu mano, muito obrigado por ter-me satisfeito. E vou converter este comentário em postagem.
Abraco
Amigo Viriato
1. Quando distribuiram os 7 bis não se pensou num mecanismo que criaria dificuldades às elites. Mas também seria difícil que se criasse esse mecanismo se bem que pode ser que haviam outros objectivos que nunca foram confessados. Motivos ocultos. Logo...
2. Temos um problema de uma oposicão que não fiscaliza os 7 bis. A oposicão fala muito dos 7 bis, mas nunca aparece na Assembleia da República ou na Imprensa com dados de um único local/distrito sobre a má utilizacão. Até muitas vezes as provas são revelas pela imprensa, sobretudo, quando os compadres se zangam como este caso e este aqui (mais uma vez Adelino Fábrica) - assunto publicado por Wamphula Fax em Junho de 2008. Uma autêntica prova que o dinheiro do Estado dá subsídios aos membros da Frelimo pelo trabalho do partido. E ninguém se interessa em acabar com estes desmandos. A nossa justica não age.
3. Muitas das organizacões da sociedade civil, em Mocambique, são de lambe-botas e precisamente usufruam ilegalmente estes fundos ao invés dos pobres.
4. E podemos perguntar se este dinheiro está fora do controle do Ministério das Financas e do Tribunal Administrativo.
5. Não há dúvidas que nestas questões, muitos de nós desejamos que SAMORA ressuscitasse. Mas podemos imaginar do que estes malandros pensam.
Sou contra qualquer forma de corrupção, nepotismo, etc.
Apesar de tudo, nunca, mas jamais alguma vez, em tempo algum, gostaria que Samora Machel ressuscitasse.
A era Samoriana não deixou qualquer tipo de saudade, nem sequer em momentos de nostalgia ou melancolia...
Maria Helena
Cara Maria Helena
Para muitos a questão não é desejo do regresso à Era Samoriana ou seja ao regime ditatorial.
Quando por exemplo eu digo que desejaria que Samora ressuscitasse, quero dizer que desejo que emergisse um dirigente moçambicano determinado no combate à corrupção como era Samora. Isso que está sendo difícil hoje.
Por exemplo, Felício Zacarias, enquanto governador de Sofala, mostrou sinais de bom espírito no combate à corrupção e nepotismo...
Pois é Reflectindo,
Bela resposta à Maria Helena. Gostei. Tudo em ordem.
Abraços
Sejamos bem claros: em democracia, para se combater a corrupção, o nepotismo e o desleixo não precisamos de ditadores. Seriedade e ordem não são sinónimos de ditadura.
Eu assino por baixo:
Ditadura e tirania, NUNCA, JAMAIS, em nenhumas circunstancias!
isto que acontece no distrito do ile è brincadeira de mau gosto,as pessoas que mais precisam desse dinhero vulgo 7 milhoes nao sao dadas mas sim amigos dos dirigentes.olhem bem neste caso para o distrito por isso nao desenvolve.
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